Foi anunciado a possível intervenção da ONU na
Síria, repetindo o que aconteceu na Líbia. Sob a justificativa de conter o
massacre dos ditadores (o que induz necessariamente que os trabalhadores e o
povo pobre que estão em luta, precisam de tutela do Imperialismo fazendo crer
que não podem e não sabem contar com a suas próprias forças levando assim a uma
desmoralização). Perante a segunda e provável intervenção imperialista no
processo da primavera árabe e o desenvolvimento da crise capitalista, é mais do
que necessário tirar lições do que está sendo está importantíssima luta que
está em percurso como demonstrou as recentes batalhas dos trabalhadores e do
povo pobre no Egito contra a j unta militar que ainda continua assassinando e
matando como MUBARAK.
A região do Oriente Médio demonstrou em ações
anteriores da burguesia imperialista
norte americana como a guerra do Iraque
ser central, pois é exatamente nesta região onde que se encontra petróleo o que
faz o Estados Unidos não querer perder tal região. Outro motivo que leva o
imperialismo a ter medo das mobilizações da primavera árabe são os reais
motivos de sua guerra, que é o seu investimento
arma lucrando assim milhões e o fato de destruir um pais, assim reconstruindo e
fazendo com que tal pais se submeta aos seus interesses econômicos. Desta
maneira a burguesia imp erialista norte americana busca dar uma saída interna,
ou seja aumentando seus lucros e o consumo nos Estados Unidos.
Por sua vez, a especificidade da formação de cada
países, suas respectivas posições de sub colônia do imperialismo e os
interesses que os Estados Unidos tem na região são fatores principais para
poder entender porque existe tanta quantidade de ditadores na região. Uma
grande parte destes ditadores, são sustentados pelo Estados Unidos como a
Arábia saudita e dentre outros nesta região mantendo um regime de terror e
miséria contra os trabalhadores e o povo pobre.
A burguesia, junto com a imprensa mundial tratou
ser um movimento que reivindicasse a democracia liberal burguesa e contra os
seus ditadores. Nesse sentido, a burguesia fragmenta colocando que uma coisa
são as mobilizações do oriente médio, outra coisa é a crise econômica que está
atingindo países da Europa. Esta visão da burguesia é falaciosa, pois
primeiramente tais manifestações teve seu inicio quando um vendedor de cachorro
quente colocou fogo no corpo quando a policia retirou a força o seu único meio
de sobrevivência.
Este acontecimento por si só, demonstra uma enorme
contradição dentro da sociedade do Oriente Médio, que uma vez estouram abrindo
assim uma situação pré revolucionaria nestes países. Ou seja, a partir da
especificidade destes países e as suas interligações de dependência com países
imperialistas que através de saltos tentam assimilar com estes países centrais
mas mantendo suas contradições que se aprofundam fez com que através desta
dinâmica do próprio capitalismo a corda estourasse através do lado mais fraco,
ou seja para o Oriente Médio assim dando inicio a chamada primavera árabe. Esta
dinâmica é sustentado através de ditaduras que por trás existem sempre os
interesses dos grande s capitalistas, pois democracia ou ditadura sempre vale
lembrar que o Estado hoje pertence a burguesia e é os interesses da burguesia
que o Estado vai representar, voltando sempre contra aos trabalhadores.
O que temos depois da queda do MUBARAK.
Depois da
queda do MUBARAK, ditador que governou a ferro e fogo o Egito durante 30 anos
houve grandes ilusões sob a respeito da junta militar que assumiu o país após a
queda do ditador. As contradições dentro do Egito ainda continuaram, os
trabalhadores e o povo pobre mostrou o que já era obvio, a junta militar foi incapaz
de atender qualquer reivindicação dando continuidade a política de repressão
que antes era da pelo MUBARAK. Tais contradições que antes do regime se manteve
e nenhuma das reivindicações foram atendidas fazendo com que as manifestações
continuasse.
A
formação especifica destes países faz com que exista uma burguesia reacionária,
ou seja além de ser classe dominante a sua formação faz com que esta nunca
cumpriu um papel progressista na historia. Neste sentido, podemos concluir que
esta burguesia é incapaz de levar as tarefas democráticas que ela deixou
fazendo com que seja tarefa do proletariado como parte da obrigação histórica
em derrubar o sistema capitalista e na implementação do socialismo como saída
para a barbárie e a emancipação de todos os oprimidos.
Neste
sentido, vale colocar a importância do partido operário e revolucionário. O
partido representa os interesses de uma determinada classe ou seja se temos um
partido burguês então este representara os interesses de um determinado setor
da burguesia, se temos um partido operário, classista e revolucionário então
logo este partido vai representar os interesses do operariado. O que falta para
a primavera árabe é que os operariado se organize num partido com um programa que
responda tais problemas e de uma perspectiva estratégica. A grande questão é
que se abre uma perspectiva revolucionaria, tal que se pode ser respondida pela
esquerda (com a presença do partido revolucionário), tanto pode ser respondida
pela direita, tanto pode ser freada pela a burguesia. Na especificidade do
Egito, demonstra que as contradições estão em aberta e a burguesia não
conseguiu dar uma resposta por isso a situação pré revolucionaria está em
aberto, porém sem a presença de um partido revolucionário.
No caso da Líbia e agora na Síria.
A
primavera árabe ganha assim sua especificidade em cada pais, dando desfechos
diferentes e um exemplo disto é a questão da Líbia na qual nenhum setor da
esquerda conseguiu dar uma resposta perante a intervenção da OTAN. A primavera árabe
abalou e colocou em cheque os interesses do imperialismo nesta região, fazendo
houvesse intervenção do governo norte americano para que justamente poder frear
as lutas que estavam ocorrendo. Acontece que nesse sentido, aconteceu de fato
mobilizações na Líbia em fevereiro no ano passado porém ela foi freada pela a
OTAN com a CNT. O imperialismo agora resolve aplicar a mesma medida que aplicou
na Líbia, na Síria.
Enquanto
isso, setores da esquerda encontram – se
divididos perante a Líbia porém nenhuma
delas consegue dar uma resposta a intervenção dos manifestantes. De um lado temos
a centro esquerda onde encontramos Chaves, Fidel Castro e demais correntes
reformistas que deu apoio irrestrito ao
ex ditador KADAFI sob o argumento de que é preciso uma aliança para combater o
imperialismo, de um outro lado temos posições também equivocadas de correntes
trotskistas como a LIT que declaram apoio aos rebeldes da CNT colocando que o
ocorreu na Líbia foi uma revolução vitoriosa das massas. De um lado encontramos
a centro esquerda que já demonstrou
historicamente ser conciliatória, portanto incapaz de dar uma resposta ao novo período
que se abre porém a LIT ao apoiar os rebeldes da CNT que comete erros portanto
não retira lições da primavera árabe. (nesse sentido caberia abrir polemica com
tais setores, o que seria ir muito além da primavera árabe portanto reservo tal
tarefa para um futuro texto)
Dentro de
uma sociedade dividida em classe, temos que tomar uma posição contraria a todos
os setores dos interesses da burguesia ou seja tanto temos que ser contrario ao
Kadafi e os demais ditadores e aos interesses da ONU e da OTAN. A sociedade
capitalista é dividida em classes com interesses inconciliáveis ou seja se
queremos ter uma posição ao lado dos trabalhadores e do povo pobre devemos ser
contrario tanto a OTAN, tanto ao KADAFI. Obviamente nós temos que ser
claramente contra a agressão imperialista aos países semi – coloniais, mas de
modo algum devemos estar no lado devemos estar no lado de qualquer setor da
burguesia cujo seu interesse pontuais se chocam com o imperialismo. Nesse
sentido é necessário um partido operário, classista, combativo, revolucionário e
internacionalista que se contraponha a todas variáveis da burguesia dando assim
uma saída ao sistema de fome e miséria que é o capitalismo.
É necessário combater a violência do Estado sírio,
porém o imperialismo não pode cumprir este papel.
A liga árabe
junto com setores da oposição burguesa e o imperialismo já pedem uma intervenção
‘’humana’’ da ONU, com o pretexto de parar a violência do Estado contra as
manifestações. Nada mais falacioso, pois os Estados Unidos sustenta ditadores
em diversos lugares do Oriente Médio e para além do mais , vivemos numa
sociedade dividida em classes ou seja qualquer setor da burguesia vai ter que
usar a violência para conter a luta de classes e assim defender a propriedade
privada. Não podemos ter ilusões no imperialismo, pois a realidade demonstra
que a ultima vez que houve intervenção através da CNT, os ‘’rebeldes’’ atacavam
trabalhadores que eram imigrantes na região demonstrando que o caráter da
intervenção.
Tal
concepção parte do principio que os trabalhadores e o povo pobre que estão se
organizando para enfrentar a sua ditadura, precisa de um tutor para poder
guiar-los pois estes não sabem se organizar, se defender portanto precisando
que fazem no seu lugar. É fato que existe um Estado de Guerra permanente do
Estado burguês sírio contra os trabalhadores e o povo pobre, porém através da
auto-organização, da centralidade da classe operaria e seus métodos de luta , de suas próprias forças
e moral que a classe operaria e o povo pobre poderão enfrentar e assim poder
vencer o Estado burguês, enfraquecendo –o e assim impondo as suas vontade.
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