14 de jan. de 2012

Assim como na Líbia , a possível intervenção da ONU na Síria. É necessário tirar lições da primavera árabe.


Foi anunciado a possível intervenção da ONU na Síria, repetindo o que aconteceu na Líbia. Sob a justificativa de conter o massacre dos ditadores (o que induz necessariamente que os trabalhadores e o povo pobre que estão em luta, precisam de tutela do Imperialismo fazendo crer que não podem e não sabem contar com a suas próprias forças levando assim a uma desmoralização). Perante a segunda e provável intervenção imperialista no processo da primavera árabe e o desenvolvimento da crise capitalista, é mais do que necessário tirar lições do que está sendo está importantíssima luta que está em percurso como demonstrou as recentes batalhas dos trabalhadores e do povo pobre no Egito contra a j unta militar que ainda continua assassinando e matando como MUBARAK.
A região do Oriente Médio demonstrou em ações anteriores  da burguesia imperialista norte americana  como a guerra do Iraque ser central, pois é exatamente nesta região onde que se encontra petróleo o que faz o Estados Unidos não querer perder tal região. Outro motivo que leva o imperialismo a ter medo das mobilizações da primavera árabe são os reais motivos de sua guerra, que é o seu  investimento arma lucrando assim milhões e o fato de destruir um pais, assim reconstruindo e fazendo com que tal pais se submeta aos seus interesses econômicos. Desta maneira a burguesia imp erialista norte americana busca dar uma saída interna, ou seja aumentando seus lucros e o consumo nos Estados Unidos.
Por sua vez, a especificidade da formação de cada países, suas respectivas posições de sub colônia do imperialismo e os interesses que os Estados Unidos tem na região são fatores principais para poder entender porque existe tanta quantidade de ditadores na região. Uma grande parte destes ditadores, são sustentados pelo Estados Unidos como a Arábia saudita e dentre outros nesta região mantendo um regime de terror e miséria contra os trabalhadores e o povo pobre.
A burguesia, junto com a imprensa mundial tratou ser um movimento que reivindicasse a democracia liberal burguesa e contra os seus ditadores. Nesse sentido, a burguesia fragmenta colocando que uma coisa são as mobilizações do oriente médio, outra coisa é a crise econômica que está atingindo países da Europa. Esta visão da burguesia é falaciosa, pois primeiramente tais manifestações teve seu inicio quando um vendedor de cachorro quente colocou fogo no corpo quando a policia retirou a força o seu único meio de sobrevivência.
Este acontecimento por si só, demonstra uma enorme contradição dentro da sociedade do Oriente Médio, que uma vez estouram abrindo assim uma situação pré revolucionaria nestes países. Ou seja, a partir da especificidade destes países e as suas interligações de dependência com países imperialistas que através de saltos tentam assimilar com estes países centrais mas mantendo suas contradições que se aprofundam fez com que através desta dinâmica do próprio capitalismo a corda estourasse através do lado mais fraco, ou seja para o Oriente Médio assim dando inicio a chamada primavera árabe. Esta dinâmica é sustentado através de ditaduras que por trás existem sempre os interesses dos grande s capitalistas, pois democracia ou ditadura sempre vale lembrar que o Estado hoje pertence a burguesia e é os interesses da burguesia que o Estado vai representar, voltando sempre contra aos trabalhadores.
O que temos depois da queda do MUBARAK.
Depois da queda do MUBARAK, ditador que governou a ferro e fogo o Egito durante 30 anos houve grandes ilusões sob a respeito da junta militar que assumiu o país após a queda do ditador. As contradições dentro do Egito ainda continuaram, os trabalhadores e o povo pobre mostrou o que já era obvio, a junta militar foi incapaz de atender qualquer reivindicação dando continuidade a política de repressão que antes era da pelo MUBARAK. Tais contradições que antes do regime se manteve e nenhuma das reivindicações foram atendidas fazendo com que as manifestações continuasse.
A formação especifica destes países faz com que exista uma burguesia reacionária, ou seja além de ser classe dominante a sua formação faz com que esta nunca cumpriu um papel progressista na historia. Neste sentido, podemos concluir que esta burguesia é incapaz de levar as tarefas democráticas que ela deixou fazendo com que seja tarefa do proletariado como parte da obrigação histórica em derrubar o sistema capitalista e na implementação do socialismo como saída para a barbárie e a emancipação de todos os oprimidos.
Neste sentido, vale colocar a importância do partido operário e revolucionário. O partido representa os interesses de uma determinada classe ou seja se temos um partido burguês então este representara os interesses de um determinado setor da burguesia, se temos um partido operário, classista e revolucionário então logo este partido vai representar os interesses do operariado. O que falta para a primavera árabe é que os operariado se organize num partido com um programa que responda tais problemas e de uma perspectiva estratégica. A grande questão é que se abre uma perspectiva revolucionaria, tal que se pode ser respondida pela esquerda (com a presença do partido revolucionário), tanto pode ser respondida pela direita, tanto pode ser freada pela a burguesia. Na especificidade do Egito, demonstra que as contradições estão em aberta e a burguesia não conseguiu dar uma resposta por isso a situação pré revolucionaria está em aberto, porém sem a presença de um partido revolucionário.
No caso da Líbia e agora na Síria.
A primavera árabe ganha assim sua especificidade em cada pais, dando desfechos diferentes e um exemplo disto é a questão da Líbia na qual nenhum setor da esquerda conseguiu dar uma resposta perante a intervenção da OTAN. A primavera árabe abalou e colocou em cheque os interesses do imperialismo nesta região, fazendo houvesse intervenção do governo norte americano para que justamente poder frear as lutas que estavam ocorrendo. Acontece que nesse sentido, aconteceu de fato mobilizações na Líbia em fevereiro no ano passado porém ela foi freada pela a OTAN com a CNT. O imperialismo agora resolve aplicar a mesma medida que aplicou na Líbia, na Síria.
Enquanto isso, setores da  esquerda encontram – se divididos  perante a Líbia porém nenhuma delas consegue dar uma resposta a intervenção dos manifestantes. De um lado temos a centro esquerda onde encontramos Chaves, Fidel Castro e demais correntes reformistas  que deu apoio irrestrito ao ex ditador KADAFI sob o argumento de que é preciso uma aliança para combater o imperialismo, de um outro lado temos posições também equivocadas de correntes trotskistas como a LIT que declaram apoio aos rebeldes da CNT colocando que o ocorreu na Líbia foi uma revolução vitoriosa das massas. De um lado encontramos a centro esquerda que  já demonstrou historicamente ser conciliatória, portanto incapaz de dar uma resposta ao novo período que se abre porém a LIT ao apoiar os rebeldes da CNT que comete erros portanto não retira lições da primavera árabe. (nesse sentido caberia abrir polemica com tais setores, o que seria ir muito além da primavera árabe portanto reservo tal tarefa para um futuro texto)
Dentro de uma sociedade dividida em classe, temos que tomar uma posição contraria a todos os setores dos interesses da burguesia ou seja tanto temos que ser contrario ao Kadafi e os demais ditadores e aos interesses da ONU e da OTAN. A sociedade capitalista é dividida em classes com interesses inconciliáveis ou seja se queremos ter uma posição ao lado dos trabalhadores e do povo pobre devemos ser contrario tanto a OTAN, tanto ao KADAFI. Obviamente nós temos que ser claramente contra a agressão imperialista aos países semi – coloniais, mas de modo algum devemos estar no lado devemos estar no lado de qualquer setor da burguesia cujo seu interesse pontuais se chocam com o imperialismo. Nesse sentido é necessário um partido operário, classista, combativo, revolucionário e internacionalista que se contraponha a todas variáveis da burguesia dando assim uma saída ao sistema de fome e miséria que é o capitalismo.
É necessário combater a violência do Estado sírio, porém o imperialismo não pode cumprir este papel.  
A liga árabe junto com setores da oposição burguesa e o imperialismo já pedem uma intervenção ‘’humana’’ da ONU, com o pretexto de parar a violência do Estado contra as manifestações. Nada mais falacioso, pois os Estados Unidos sustenta ditadores em diversos lugares do Oriente Médio e para além do mais , vivemos numa sociedade dividida em classes ou seja qualquer setor da burguesia vai ter que usar a violência para conter a luta de classes e assim defender a propriedade privada. Não podemos ter ilusões no imperialismo, pois a realidade demonstra que a ultima vez que houve intervenção através da CNT, os ‘’rebeldes’’ atacavam trabalhadores que eram imigrantes na região demonstrando que o caráter da intervenção.
Tal concepção parte do principio que os trabalhadores e o povo pobre que estão se organizando para enfrentar a sua ditadura, precisa de um tutor para poder guiar-los pois estes não sabem se organizar, se defender portanto precisando que fazem no seu lugar. É fato que existe um Estado de Guerra permanente do Estado burguês sírio contra os trabalhadores e o povo pobre, porém através da auto-organização, da centralidade da classe operaria  e seus métodos de luta , de suas próprias forças e moral que a classe operaria e o povo pobre poderão enfrentar e assim poder vencer o Estado burguês, enfraquecendo –o e assim impondo as suas vontade. 

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