31 de jul. de 2011

Lutar contra a Ditadura mesmo em período de democracia burguesa


Como revolucionários não podemos manter ilusão na democracia ‘’como valor universal’’ e muito menos fazer distinções dualista entre um lado está a democracia, o outro está a ditadura e sequer que hoje ela esteja consolidada. É necessário uma outra analise de democracia na qual leve em conta o determinado período histórico, o modo de produção de cada período, as relações entre a classe, se tal conceito de democracia como conhecemos hoje é o mesmo de outros períodos e os autores que a teorizaram e elaboraram e democracia para qual classe?
Para a burguesia, o que faz um regime ser democrático é a existência de um parlamento que funcione e que seja eficiente. Tal parlamento onde diversos setores que representantes da diversas alas e setores da própria burguesia hoje é financiado pelo dinheiro da burguesia que foi obtido através da exploração dos trabalhadores e quando há um golpe, é fechado o parlamento fazendo com que a burguesia perca esse direito em stritus sensu, mas em lato sensu o a para ter seu interesses atendidos financiam ditadores.
Nesse sentido vale a pena dizer que a democracia burguesa não é a mesma do que a democracia grega, mas ambas utilizavam o termo democracia. O grande exemplo desta diferença é que enquanto na Grécia podia eliminar fisicamente os opositores da polis grega, na tal democracia hoje considera como ‘’universal’’ não se pode fazer e isso mostra que durante a historia existiram outros modelos de democracia que na qual precisa ser levado em conta na hora de fazer qualquer analise honesta sobre esta questão.
Foram vários autores que escreveram sobre esta questão e na sua grande maioria teóricos radicalmente anti – democráticos. Pois este se opunham na época aos direitos sociais que os trabalhadores lutaram para conquistar, eram contra a qualquer tipo de participação popular e eram favoráveis para não correr risco de obterem seus lucros de se opor e largar a mão da própria democracia. Um grande exemplo de um ator anti democrático é Schumpeter que dizia que a democracia deveria ser reduzida a uma mera competição entre partidos que concorrem as eleições e que o papel da população se resume votar quatro a quatro anos e voltar e ficar quieta na sua casa sem ter o direito de reclamar.
A burguesia coloca a sociedade dividida em classe, em indivíduos dispersos sem nenhum interesse de classe e livres juridicamente para poder vender a sua força de trabalho com correlação de forças iguais com o seu patrão. Porém como a sociedade está dividida em classe existe uma enorme desigualdade, pois enquanto uns são donos do meios de produção outros só tem a sua força de trabalho pra vender fazendo com que tal igualdade colocada pela burguesia seja um argumento totalmente falacioso.  Em momentos de lutas estes indivíduos ‘’dispersos’’ que possuem a suas particularidades se unem para poder defender os seus interesses de classe, refletindo assim nos donos de produção que querem lucrar cada vez mais e os trabalhadores que não querem ser explorados e só assim poderem ter uma vida digna.
Em momentos de crescimento econômico e ‘’paz social’’, a burguesia consegue absorver algumas demandas e dar uma abertura política porém é exatamente em momentos de crise econômica que esse cenário muda, pois é o momento que a ‘’paz social’’ acaba e tem grandes conflitos entre as classes exigindo com que a burguesia dar uma resposta para conflito mais dura e isso em ultima estância são a ditadura da burguesia contra o proletariado e o povo pobre. Historicamente estas ditaduras da burguesia foram desde países como Alemanha, Espanha, Portugal, Brasil, Argentina, Chile enquanto que os Estados Unidos, Inglaterra, França ocorriam uma abertura e a burguesia teve que ceder alguns direitos para poder frear a lu ta de classes.
Tal democracia e os direitos sociais e políticos existem como é hoje, é porque tiveram muitas lutas históricas da classe operaria e da classes populares fizeram  com que a burguesia precisasse frear a luta de classes cedendo alguns direitos para manter a sociedade dividida em classe. Ao mesmo tempo para ela manter a sua dominação e assim os seus lucros, ela retira estes direitos que o proletariado e o povo pobre conquistaram com luta. Por contradição a burguesia utiliza do pretexto de ser democrática para manter a sua dominação e assim explorar melhor.
Guerrilheira desaparecida do araguaia.

Vivemos uma guerra entre as classes

Numa guerra antes de mais nada temos que ter como objetivo bem claro destruir o inimigo por completo, pois só assim a teremos a paz e acabaremos com a guerra. É dentro desse marco que estão as possibilidades de a burguesia vencer e assim implantar a sua ditadura acabando assim com qualquer tipo de resistência, porém para acabar radicalmente é tomada do poder pelo proletariado e tendo centralidade nesta classe, arrastando as camadas populares fazendo com que se exproprie a burguesia, coloque os meios de produção para satisfazer as necessidades vitais e para que todos tenham acesso ao que é produzido e o mais importante abolição das classes sociais.
Para isso é necessário que nós preparemos desde já e o único jeito de fazemos isso é dando cada batalha parcial tendo como o objetivo a sua meta na qual é vencer a Guerra contra o seu inimigo de classe . É importante que tal vitoria seja concreta para que não fortaleça a burguesia, para que se avance na consciência das tropas fazendo com que elas tenham noção do seu objetivo histórico e para animar as fileiras fazendo com que elas não caiam no ceticismo e na desanimação para continuar lutando.
Os trabalhadores e o povo pobre só tem para oferecer o seu ódio para os seus opressores e na qual é necessário que este canalizando para uma pratica revolucionaria na qual só assim poderá conseguir sua emancipação. Quando colocam que não se pode usar a violência, que somos todos irmãos ou somos uma nação esconde por traz os interesses da burguesia que são contra os interesses do proletariado. Nesse sentido é legitima que o ódio do proletariado contra a burguesia e é a partir daí que surge a importância de uma organização classista que consiga canalizar tal ódio de classe.
Ditadura Brasileira e depois disso.

O golpe militar em 1964 no Brasil significou um marco de desmoralização e de ataques em todos os sentidos  contra a classe trabalhadora. É frente a estes ataques foi com que a ditadura teve que desarmar qualquer tipo de organização dos trabalhadores, intervindo no sindicato colocando direções pelegas que cumprisse um papel de apenas legitimar os ataques contra os trabalhadores, perseguir os ativistas operários e de impedir qualquer tipo de mobilização dos trabalhadores.
Após anos frente ao desgaste que já tinha as direções pelegas, as derrotas antes 64 e um balanço destas lutas antes de 64 e a derrota da esquerda guerrilheira como no Araguaia, fez com que houvesse uma necessidade de uma nova organização que conseguisse abarcar todos os setores de trabalhadores e populares em luta neste período. Eis que surge no colégio SION no ABC paulista, o PT na qual abarcava setores comunistas, reformistas a até setores da igreja católica.
Uns dos pontos do PT foi de negar a experiência soviética, reivindicando no papel ser um partido ‘’socialista democrático’’, porem tal partido acumulava contradições sendo que uma delas Lula não se considerar socialista. Tal concepção consiste em eleger o máximo de números de parlamentares e submeter o movimento operário e popular á tribuna burguesa, não tendo a concepção de usar o espaço parlamentar para fazer denuncias e desmascarar o que foi votado para toda população pobre fazendo com que percam a confiança no parlamento burguês. Na primeira eleições que o PT se candidatou conseguiu eleger quatro candidatos para prefeito, sendo uns dos lugares em São Paulo onde conseguiu com a Luiza Erundina.
Com os processos nas crescentes da luta de classe e o desgaste que a ditadura estava tendo, fez com que a burguesia iniciasse o processo de abertura que ficou conhecida como ‘’lenta, gradual e pacifica’’. Essa abertura garantiu a com que a burguesia que mantivesse a sua dominação, e isso se expressou na assembléia constituinte onde a maioria dos parlamentares que votaram a constituição de 1988 eram de partidos da burguesia e sendo assim poucos setores que eram de esquerda (vale sempre lembrar que conciliatórios). Temos que lembrar que de acordo com Plínio de Arruda Sampaio, hoje membro do PSOL diz que ‘’os poucos direitos para os trabalhadores e o povo pobre que foram votado, foi porque teve mobilização dos trabalhadores da cidade e do campo e dos setores populares, pois se fosse depender da correlação de forças dentro assembléia não iríamos conseguir votar tais leis’’
Olavo Hansen morto pela ditadura militar

Temos que punir os militares e lembrar dos mortos que tombaram na luta contra a ditadura militar, só vamos fazer isso se combatermos a ditadura mesmo em períodos de democracia burguesa.
Massacre de El dorado dos carajas.

Com o processo de transição ‘’lento, gradual e pacifico’’, uns dos pontos que teve foi que a anistia deveria ser ampla, geral e irrestrita ou seja tanto os que foram torturados na ditadura militar brasileira e os que torturadores foram anistiados.  Vale lembrar que foi neste pacto de transição que fez o Brasil não punir os seus militares, o PT através das inúmeras alianças com o MDB (partido da oposição consentida na ditadura), a participação das direitas já sem nenhum questionamento fez com que fosse responsável para que isso aconteça
Por hoje o Brasil ser o único pais que não puniu os seus militares, vale a pena lembrar os comentários de Florestan Fernandes na missa da morte de Vladimir Herzog na praça da Sé. Florestan conta que chorou durante a missa, mas no sentido de que não estavam lutando contra o assassinato de Vladimir, ai ele deixa um questionamento claro perguntando : Quantos Vlados irão morrer por conta desta ditadura nefasta? Tal questionamento serve a cada vez que morre um negro na periferia do Rio como aconteceu com um menino Juan que tinha 9 anos de idade, Serve a cada vez que são assassinadas pessoas que lutam por melhores condições de vida no campo e na cidade. É nesse sentido temos que lutar contra a ditadura militar mesmo em períodos democrático, é a unica maneira de conseguimos é indo na raiz do problema e só conseguiremos isso acabando com a exploração do homem pelo homem
Greve Geral no ABC paulista

Merlino, militante do POC morto torturado pela ditadura militar

30 de jul. de 2011

A Frente de Esquerda da argentina é um exemplo para a esquerda brasileira


Propaganda da Frente de Esquerda e dos Trabalhadores da Argentina
Propaganda da Frente de Esquerda

Em outubro ocorrem as eleições na Argentina, porém diferente como que ocorre no Brasil as eleições locais e estaduais ocorrem antes. Cristina Kirchner é a grande favorita para continuar no seu governo, dando continuidade ao governo de Nestor seu ex marido falecido e se apoiando no crescimento econômico, nos programas assistencialistas e na desgastada burocracia sindical. Após a derrotas em 2009 Buenos Aires, o governo se recompôs e seu amplo espectro da oposição burguesa que não consegue encontrar um candidato unificado. Tais setores vão desde os a direita como Macri, passando pelo tradicionalista UCR passando pelo os setores de centro esquerda burguesa que passa desde ao MST de Pino Solanas, até setores da burocracia sindical oposicionista.
A Argentina hoje tem muitos aspectos que parece com o Brasil, como o crescimento econômico, a passividade e o reformismo, porém ultimamente tem se desenvolvido um forte ativismo operário que se organiza no sindicalismo de base, através das comissões internas na qual hoje é uma realidade em quase  todas as fabricas da Argentina. Tal sindicalismo tem feito duras greves e lutado bravamente contra as perseguições dos ativistas operários que é imposto pelo governo se adiantado pelo um provável levante e aceitado pelo conformismo da grande massa de trabalhadores, fazendo com que a justiça interpretar como um incentivo aos delegados e os dirigentes combativos, porém os petroleiros de Santa Cruz não se retrocederam, conseguiram as suas reivindicações, destituíram a burocracia sindical e fizeram o governo ceder.
A burocracia sindical começa a ter um desprestígio  muito grande que teve o seu ponto auge o assassinato de Mariano Ferreira militante trotskista do Partido Obrero fazendo que essa crise desse um salto de qualidade e que gerasse um repudio nacional contra o governo fazendo com que a militância trotskista entrasse nas paginas dos meios de comunicação burguesa colocando crise na burocracia sindical fazendo com que começassem a formar alas mais ‘’progressistas’’ (como Moyano –CTA) para poder dialogar com setores de jovens trabalhadores que rechaçam o sindicalismo peronista e defendem a CFK contra o setor de direita.


Apesar do favoritismo da atual presidente nestas eleições, a sociedade argentina passa por um amplo processo de politização e de duras batalhas que refletem entre a disputa do sindicalismo de base contra a burocracia sindical.
Lista 135 : Frente de Esquerda
Conferência da Juventude da Frente de Esquerda : Nela você vê a UJS (agrupação do Partido Obrero junto com Independentes) e a Juventude do PTS

Como se formou a frente de Esquerda na Argentina
Primeiro de Maio da Frente de Esquerda e dos Trabalhadores

Com a  clara defesa de independência política da classe dos trabalhadores e de um programa que defende a luta pelo governo dos trabalhadores e pelo socialismo, juntando as referencias do trotskismo, a frente de esquerda abre uma possibilidade histórica de conseguir uma parcela da juventude e da classe operaria que assuma claramente uma ruptura com o peronismo, as variantes de centro – esquerda e as demais oposições patronais. Fazendo um balanço do ultimo  período histórico da argentina, podemos ver que o  MAS se diluiu nos anos 80 no apoio que dava a Luis Zamorra, nas alianças frente populista com o Partido Comunista em 85 e 89 até chegar a sua explosão. Com as frentes – populistas e as alianças eleitoreiras junto com a queda do muro de Berlim, fez com que diminuísse drasticamente a parcela que encontrava alguma referencia no PC.
No começo a Frente surgiu como uma resposta defensiva a lei que proíbe as coligações que tiverem menos de 400.000 votos nas eleições preliminares para concorrer nas presidenciais. Isto fez com o que PO na qual saiu separado nas duas ultimas eleições separada do PTS e da Esquerda Socialista aderisse a Frente de Esquerda e dos Trabalhadores. Porém a defesa de um programa socialista e pela independência de classe contrapondo as demais variantes que estão concorrendo e  as experiências de luta fizeram com que tal frente ocorresse.
Aqueles que lutam pela revolução socialista, o uso da tribuna parlamentar é importante pois serve para desmascarar as promessas feitas pela burguesia e incentivar o uso da ação extra parlamentar. É um meio para conduzir operações e batalhas isoladas ‘’tática’’ (para poder fazer a população perder confiança no parlamento burguês), em função para articular batalhas para conseguir os objetivos políticos e assim ‘’desarmar’’ a resistência do inimigo (a tomada do poder pelo os trabalhadores, a expropriação dos expropriadores e assim conseguir acabar pela raiz com a opressão) e para que isso ocorra é fundamental a ferramenta de um partido revolucionário e internacionalista que agrupe a vanguarda operaria, juventude e intelectualidade na argentina. Os objetivos de cada operação não depende só dos fins estratégicos e sim das condições dadas.
A atual correlação de forças na Argentina impõe uma atitude postura defensiva perante o governo e a burguesia na luta de classes. De acordo com Clausewitz que defesa e ataques são termos diferenciados porém relativos, pois a defesa absoluta (ou passiva) significa o fim da guerra pois deixa de apresentar qualquer resistência, com isso toda defesa ativa deve conter certos aspectos de ataques até que estejam dadas as condições de partir para a ofensiva.
A politização que se dá nas eleições argentina, a guinada a direita que dá o governo,a debilidade da oposição patronal e de centro esquerda e a novidade da Frente de Esquerda permitem uma ofensiva política para a FIT conquistar cada fabrica, universidades, escolas secundaristas, bairros uma parcela de trabalhadores e estudantes que ajudem superar a lei para que a esquerda tenha mais de 400.000 votos para poder concorrer nas eleições presidências.
O combate junto com os trabalhadores que se organizam em comissões contra a burocracia sindical, a patronal e o governo é um marco da Frente de Esquerda. Um grande exemplo foi desde a greve dos professores de Santa Fé duramente reprimida pela policia, os petroleiros e outras greves de trabalhadores na qual a FIT esta levando a sua solidariedade concreta estando nas linhas de frente junto com os setores mais combativos. Nesse marco se dá a luta pelo sindicalismo de base e classista e o combate contra a burocracia sindical, o total repudio ao assassinato de Mariano Ferreira jovem militante do PO morto pela burocracia sindical ligada ao governo de CFK por lutar contra a terceirização em Roca e luta pela punição dos seus assassinos.
Outra questão é a incorporação dos direitos democráticos das mulheres como o aborto, legal, seguro e gratuito, os direitos dos homossexuais, um espaço aonde a juventude pode se expressar colocando as suas demandas democrática, a luta daqueles que sofreram repressão policial nos bairros pobres e de todos os setores oprimidos da argentina.
O internacionalismo é uma marca da frente de esquerda e dos trabalhadores na Argentina. Seguindo a tradição trotskista da revolução permanente e internacional e se contrapondo a revolução em um só pais, a FIT apóia a primavera árabe e todos os setores em luta em âmbito internacional como a juventude e os trabalhadores da Espanha que ocupou as praças e o povo pobre Grego que esta se enfrentando contra as medidas anti operaria e popular do seu governo.
Um fato importante é que a Frente de Esquerda incorpora não somente aqueles que estão dentro das organizações que a compõe e sim militantes operários independentes.  Um grande exemplo disso é a Agrupacíon Marron, grupo na qual junto com o PTS está dentro da fabrica ZANON que está sobre o controle dos trabalhadores e do Sindicatos dos ceramistas em Neuquen.
A Frente de Esquerda já conquista algumas importantes vitorias como a eleição de um deputado dos trabalhadores nas eleições na cidade Neuquén. Tal vitoria se deve pelo reconhecimento da população local pelo trabalho realizado pela fabrica de ZANON que apoiou todas as lutas contra os governos entreguistas locais, fortaleceu a aliança com os estudantes universitário, e fez com que os seus dirigentes tivessem cargos rotativos e assim evitando qualquer possibilidade de burocratização. Os eleitos foram Alejandro Lopes, Raul Godoy do PTS, mais um militante do Partido Obrero e da Esquerda Socialista que vão ter cargos rotativos a cada um ano e ganharão igual ao um salário de um operário sendo que o restante do salário doaram para fundo de greve. Outro triunfo da frente é a eleição de um candidato do PO tendo 17% do votos da região em Bermudez, uma região que tem um grande índice de industrias.
Deputados Operarios eleitos em Neuquén

Quais lições da Frente de Esquerda para o Brasil.
Heloísa Helena do PSOL e Marina Silva do PV juntas.

Uma grande marca do petismo na historia foi deixar os movimentos sociais e operários a reboque do parlamento, ou seja temos que conquistar o máximo numero de deputados, vereadores, prefeituras e fazer com que os movimentos sociais sejam apêndices da tribuna. Tal concepção levou logo de inicio fazer com que o Partido dos Trabalhadores ganhasse 4 prefeituras no Brasil inteiro, sendo que uma dela em São Paulo com a ex prefeita Luiza Erundina.
Tal concepção educou o movimento operário brasileiro no ultimo período e fez com que os trabalhadores tivessem fortes ilusões no parlamento. Nos anos 90 com ascensão dos governos neoliberais de Fernando Collor até Fernando Henrique, o PT que nunca foi revolucionário e foi uns dos principais responsáveis pela transição ‘’lenta, gradual e pacifica’’ ou a transição pactuada na qual teve como uma das conseqüências a anistia dos torturadores militares,  deu uma guinada a direita abandonando no papel as palavras classistas e trocando por cidadania.
Toda esquerda trotskista que hoje seria o PSTU, PCO, alguns setores do PSOL e da Esquerda Marxista e do Trabalho, a democracia socialista (sendo que estas estão ainda dentro no PT)  entraram no PT desde  sua fundação dentro no partido não travou nenhuma batalha política contra a sua direção, e correntes como PSTU que havia sido expulso do PT continuou a apoiar Lula em 1994 porém tendo candidatura própria em 1998, mas mesmo assim chegando apoiar  no segundo turno em 2002 a eleição de Lula e os demais partidos (fora o PCO que já lançou candidatura própria antes de 2002 e não apoiou o Lula no segundo turno) depositavam alguma ilusão de que o PT seria um partido que governaria para os trabalhadores ou tentavam dialogar com os trabalhadores e o povo pobre de uma maneira totalmente equivocada  e muitos destes que ainda estão ainda dentro do partido como a Esquerda Marxista chamam voto a Dilma.
Nesse período o governo neoliberal de Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso estava atacando os direitos trabalhistas, sendo que o ultimo declaração de as leias trabalhistas   eram de um passado Getulista arcaico e que precisavam ser modernizadas. Nesse período neoliberal, os salários e as condições de vida dos trabalhadores estavam sendo constantemente atacado e os direitos estavam sendo constantemente atacados ou ficavam só no papel.
Vale a pena destacar que a Convergência Socialista (que hoje seria o PSTU) e a Causa Operaria (que hoje o PCO), já tinha sido expulso dentro do PT sobrando apenas um grupo de parlamentares que hoje formaria o PSOL a romper em 2004 e 2005 por conta das denuncias de corrupções que estouraram naquele período  conhecida como mensalão, tal causa foi a mesmo que fez o PCB, o antigo partidão que tinha participado da coligação do PT em 2002 a romper com atual situação brasileira
Em 2006, PSTU, PCB e o PSOL formaram a Frente de Esquerda, porém ao contrario da FIT da argentina e seguindo o exemplo de muitas outras experiências no mundo como na França e em Portugal, os interesses dos trabalhadores e do povo pobre se misturaram com alguma variante burguesa. Tal acordo portanto não se deu a partir dos métodos da luta de classe, ou numa discussão de programa onde que tivessem divergências e sim em acordo super estruturais que fez o programa do PSTU ser rebaixado por causa da aliança com o PSOL. Em 2008 esta mesma historia se repetiu fazendo com que a Frente não fosse uma alternativa real que se expressasse independência de classe e isso se refletiu no programa na Frente Brasileira.
O PSOL que rompeu com o PT em 2004 e se formou em 2005 e 2006 não rompeu com o petismo apesar que hoje estar mais a esquerda do que o partido do governo. O exemplo claro disso é deixar os movimentos sociais e de trabalhadores na qual que tem influencia a reboque de seus parlamentares que votam leis anti operarias como o super simples e tem figuras importantes do partido como a Heloisa Helena que se une com a reacionária TFP contra o direito ao aborto. Tal partido hoje nas eleições de 2010 tentou buscar aliança com a Marina Silva do PV, que só não fez pois o Partido Verde se aliou ao PSDB no Rio de Janeiro o que levou a frustração de setores do PSOL como a Heloisa Helena e a Luciana Genro (essa que já recebeu dinheiro da Gerdau para conseguir se eleger para deputada pelo Rio Grande do Sul).
O PSTU se equivoca em buscar alianças com o PSOL tanto nas eleições, no movimento operário tendo a sua expressão máxima o CONCLAT, tanto no movimento estudantil na qual através da ANEL tenta se aliar através de acordos com a Esquerda da UNE. Seria correto se o PSTU aliasse com o PSOL através da realidade da luta de classe, buscando dialogar com a realidade concreta da população  não rebaixando assim a sua subjetividade e principalmente fazendo luta política, expondo as divergências e programa, métodos de organizações, deixando os setores que estão em luta se expressem e que as ‘’ditas minorias’’ que tanto constrói a ANEL e a CONLUTAS terem direito a critica, a expressarem programa e a sua pratica política, pois o PSTU não é dono de nenhuma das entidades e ela tem que estar a serviço da luta dos trabalhadores e do povo pobre,
A necessidade de uma frente realmente classista que arme os trabalhadores e o povo pobre pra poder enfrentar a crise quando chegar no Brasil
Greve dos professores estaduais no Rio de Janeiro

Os processos da primavera árabe trazem uma discussão que a restauração capitalista tentou apagar na mente dos trabalhadores e do povo pobre. A discussão que tem ser colocada nesse novo período histórico é a construção de um partido revolucionário que organize os trabalhadores e o povo pobre para a tomada do poder e a expropriação da burguesia
Sabemos que a principal debilidade que a primavera árabe nós traz, é ausência de um partido revolucionário para que os trabalhadores cumpram com o seu objetivo histórico e assim conquistar a emancipação de  todo povo oprimido. Com isso a juventude, os trabalhadores e o povo pobre estão se organizando em partidos de oposição burguesa e isso se deve por não existir essa organização que atraia os setores mais avançados que estão se forjando neste processo.
Com o aprofundamento da crise econômica, com os processos de luta hoje (que não restringe a primavera árabe e sim espalha para países da Europa) estamos vendo a sociedade começar ficar polarizada. O caso da Noruega onde a extrema direita realizou um atentado contra a juventude trabalhista, ou no caso dos Estados Unidos o provável crescimento do Tea Party após que o Estados Unidos declararem default e assim deixando a maioria da população na miséria fazem com que essa discussão seja colocada urgentemente.
Apesar que no Brasil ainda estamos vivendo em período de crescimento econômico, passividade e conformismo social isso terá data para acabar. Já estamos vendo  importantes acontecimentos como Jirau denunciando o ‘’Brasil potencia de Dilma e Lula’’ que se dá a partir da força de trabalho precário, a greve dos professores estaduais que se dá mais de 10 estados,  a greve das terceirizadas da USP e dentre outras mostra que a tendência da luta de classes é aumentar cada vez mais exigindo que a esquerda responda desafios maiores.
Dentro destes processos que estão acontecendo e que vão ocorrer, é necessário forjar os trabalhadores do melhor do que tem a luta de classe. Assim se aliando e formando com setores mais combativos de trabalhadores, do povo pobre e da juventude ou seja as entidades que se diz combativas tem que organizar essas lutas para que ela seja uma escola de guerra para avançar na consciência pra poder ter um acumulo de experiências e assim conseguir com muita luta avançar e conquistar os objetivos históricos da classe trabalhadora. É nesse momento de passividade que não podemos oscilar, pois só fortalecemos a burguesia e damos mais confiança para ela nós atacar ou seja para nós preparamos não temos que deixar cada luta passar em branco, fazer luta política contra da burguesia até os setores reformistas e de centro esquerda e fazer balanço da nossa atuação passada pois somente com um balanço correto iremos conquistar uma grande parte de trabalhadores e do povo pobre para conseguirmos o nosso objetivo histórico.

Juventude do PTS (organização irmã da LER - QI) na Frente de Esquerda

Como militante do bloco ANEL ÁS RUAS, eu tenho certeza que é fundamental tomamos de exemplo da Frente de Esquerda na Argentina, ver as suas particularidades e levar este exemplo para os trabalhadores brasileiros. Como bloco chamamos unidade com os setores do PSTU e demais setores independentes ou organizados em luta nos lugares que temos trabalho através de discussão de programa, onde cada setor possa se expressar colocando as suas divergências, possam se expressar com o seu programa e a pratica política e criticas a demais setores pois só assim vamos conseguir construir em conjunto setores realmente classistas e combativos para conseguir aportar no próximo levante da luta de classes aqui no Brasil.
O PSTU da Argentina é integrante da Frente de Esquerda.


Eu não entendo quando o dirigente do PSTU ataca a LER – QI de stalinista e nos calunia de declaramos guerra as ‘’ditas organizações combativas’’. Eduardo Almeida realmente confunde o que é declarar inimiga de uma organização e do que é fazer luta política e construir uma unidade que realmente classista e combativa como na Argentina. Vale a pena lembrar que o método da frente na argentina não se dá por acordos super estruturais e sim pelo método revolucionário leninista de construir organizações revolucionarias e isso se expressou até antes nas discussões e polemica entre o PTS e o PO para punir os assassinos de Mariano Ferreira e efetivar os terceirizados de Roca. Eu tenho certeza que isso não impediu que a Frente de Esquerda acontecesse, pois ela aconteceu.
O mais engraçado é que o mesmo PSTU que acusa a LER – QI de stalinista no Brasil é a mesma organização que está na Argentina na Frente de Esquerda junto com o PTS (organização irmã da LER –QI e tem o direito de se expressar, colocar criticas, programa e pratica política. Porque aqui no Brasil o mesmo partido retira filiações democráticas dadas a LER – QI para lançarem candidaturas  por discordarem do ponto que diz a respeito a policia?
Hoje tal PSTU que busca tudo e qualquer custo alianças ao PSOL, utilizando métodos  alheios a luta de classes como o plebiscito em novembro deixando os professores em greve a ver navios e nem atacando os lucros da burguesia é o mesmo que na Argentina critica o MST (organização semelhante ao PSOL – MÊS) de defenderem um setor da burguesia.
Na minha opinião é fundamental que tenha discussão sobre o que ta ocorrendo na argentina entre as organizações no Brasil que compõe a FIT ARG e entre outras organizações que se reivindicam classistas e combativas para damos um passo qualitativo no que se diz respeito a construção de uma organização revolucionaria. Qualquer sinal de sectarismo ou de oportunismo vai ser desastroso e a historia vai cobrar muito caro e quem vai pagar com isso vai ser os trabalhadores e o povo pobre.

PTS na Frente de Esquerda

Jornal do PSTU da Argentina sobre a Frente de Esquerda

FONTES : Site da LER - QI e do PSTU

29 de jul. de 2011

Vamos fazer na PUC, o que fizeram no egito

Praça Tharir : Egito


As contradições da PUC se refletem no dia-a-dia da universidade, crescendo cada vez mais, tornando a vida acadêmica dentro da universidade cada vez mais complicada. Por mais que a igreja queira colocar para a maioria da comunidade que ela tem que ter orgulho de ser PUC, os interesses dos bancos, da reitoria e da própria igreja são opostos e inconciliáveis aos interesses dos estudantes, professores e funcionários.
 Enquanto o reitor anda de motorista particular uma boa parte dos estudantes tem que vir de metrô lotado e cansados para aula, pois saíram do serviço. Enquanto existe uma burocracia acadêmica que ganha muito bem, os professores são maximizados e enquanto os bancos enriquecem com a dívida da PUC, os funcionários são terceirizados e os estudantes não conseguem pagar o seu curso ou não estão certos se vão terminá-lo devido a dívida que impede o aluno de continuar seus estudos.
 Essa minoria, alheia aos interesses da universidade, lucram resultando tais contradições. E, enquanto isso, há um total desprezo com os estudantes, com os funcionários e os professores. A cada estudante que sai do setor de negociação sem conseguir parcelar a sua dívida, a cada professor que acaba sua jornada cansado e cada funcionário terceirizado que come com as baratas há um sentimento de ódio e indignação à esta minoria que oprime a maioria da comunidade puquiana.
 Ainda dizem terem méritos por terem chegado aonde chegaram e dizem isso como se fosse algo natural, mas o “mérito” destes foi “ter crescido na vida” através do suor, sangue e exploração dos trabalhadores (justo aqueles que são excluídos da PUC pelo vestibular e a sua alta mensalidade). É um absurdo estes mesmos setores se colocarem como iguais aos setores explorados da universidade.
 Quando pregam para nós a todo e qualquer custo que precisamos ter orgulho de ser PUC ou quando falam que é um orgulho para todos a universidade ser considerada a segunda maior privada do país, só esconde tal dominação que aumenta cada vez mais as contradições dentro da universidade e faz a vida acadêmica cada vez mais difícil. É necessário ter indignação, raiva e ódio dos nossos opressores, pois são dignos apenas deste sentimento e é necessário mudar esta situação difícil tomando o exemplo dos egípcios, gregos e espanhóis que sonham com uma vida melhor e para isso lutam incansavelmente para conquistar tal objetivo.
Pátio da Cruz : PUC - SP
 O Texto será publicado em setembro no PUCViva (na 2 semana)

As contradições das universidades e os novos ventos que sopram

Repressão policial na greve dos trabalhadores e estudantes da USP em 2009
Maio de 68 francês

Com o período de restauração capitalista, a academia fechou os olhos para os debates que visam a transformação da realidade ou até discutia porém não chegava até a raiz. Esta crise na qual vive as universidade na qual fica nítido a relação e dependência com o capital e a qual classe que a universidade serve tem que acabar, pois a universidade não é uma mundo alheio dos processos de lutas que está tendo e vão ocorrer em outros diversos países e uma hora ou outra a luta de classes vai puxar o mundo acadêmico para o meio do furacão e ela vai ter uma posição clara de qual classe que vai defender.
Um grande exemplo foi na greve das terceirizadas da limpeza União – USP, aonde os alunos tiveram uma grande experiência e pararam pra poder apoiar e solidarizar com a luta dos terceirizadas. A fala de um professor de Historia  resume bem o que ocorreu nessa união entre os estudantes, alguns professores com as trabalhadoras terceirizadas : ‘’A luta de classes que foi expulsa da universidade, voltou pelo banheiro’’.
Apesar de excluir debates e virar as costas de temas como as relações de trabalho, contudo há de destacar que existem debates importantes dentro da universidade mesmo que tenha a sua delimitações. O grande problema destes debates se dá através do marco da ‘’consciência cristã’’ da burocracia acadêmica que se sente confortável com a atuação situação da universidade ou de teorias que são mistificadas ou que não questiona e muito menos tenta mudar a realidade pela sua raiz, contudo é importante debater sob o marco das experiências dos processos em luta, pegando as milhares experiências das lutas históricas dos trabalhadores e do povo pobre, ver as vitorias e dialogar a partir da realidade concreta da maioria da sociedade.
A nova realidade que está presente não vai esperar a boa vontade da academia resolver ‘’as crises de paradigmas ou fazer as novas utopias’’, pois o que era algo de longo prazo acaba se encurtando cada vez mais e caso não exista uma respostas as conseqüências serão bem serias e nefastas.  Uma vez que está colocado na realidade varias respostas de diversos setores da sociedade e isso ta se refletindo cada vez mais na primavera árabe.

Repressão no ato em 2007 contra o ato dos estudantes da USP contra os decretos de José Serra

Sobre a neutralidade da Ciências Sociais e a sua real posição de classe.
Greve Estudantil no Chile contra as privatizações no ensino público


A universidade é influenciada pelo positivismo de Augusto Comte, Durkheim e muito pelo neo –positivismo tendo o seu principal expoente Max Weber. Todos os autores são apresentados na sala de aula como autores de gabinete sem nenhum interesse de classe preocupados em apenas  entender a realidade e talvez  transforma – lá com a conhecida ‘’políticas públicas’’, mas tal visão começa a ser contraditória a partir do momento que a existência do teórico de gabinete expressa a divisão entre o trabalho manual e o trabalho intelectual um dos  marcos da nossa sociedade capitalista.
Uns dos pontos que o positivismo teve foi de negar o papel da ideologia em prol de uma ciência neutra e só assim será cientifica, porém os autores positivistas teorizaram para combater o movimento operário que estava crescendo na época e já tinha passado por experiências importantes como 1848 na França que constitui os trabalhadores como classe. A outra visão bem forte dentro da academia é a visão neo – positivista que já reconhecia o papel da ideologia nos seus pressupostos e nos julgamentos de valores, porém na hora de fazer Ciência era preciso ser neutro, importante dizer que Weber um dos principais autores neo-positivistas viveu com um movimento forte na Alemanha que estava fazendo grandes mobilizações e viu de perto a revolução russa que levou os trabalhadores a tomarem o poder.
Um autor nunca é neutro ou esta a cima das classes sociais, seus interesses e suas pré - noções correspondem aos interesses de sua classe e isso reflete nas diversas teorias social elaboradas. Além disso é mais do que necessário olhar a situação da luta de classes em determinado período histórico. A teoria nunca está para beneficiar o bem comum, e sim uma determinada classe na qual corresponde a classe na qual o ator situa e sempre vai bater de frente e ser contraria aos interesses a classe inimiga do autor.
A neutralidade se reflete mais claramente na universidade quando as fundações privadas investem dinheiro em universidades, ou quando ocorrem as parcerias com empresas. As diversas pesquisas que poderiam ser voltada  para os interesses dos trabalhadores e do povo pobre e sim favorecendo tais empresas que investiram dinheiro dentro da universidade.
A burocracia acadêmica que se diz neutra e competente para controlar a universidade está atrelada ao máximo aos interesses do capital e confortada na sua posição, por isso não pode dar uma resposta a este novo período que só está começando. Estes mesmos que ironizam, desqualifica o seu oponente no alto do seu pedestal quando o debate de idéias se expressam as diferenças entre as classes e com isso não podem nem sequer pode acontecer, pois a sua posição faz com que ele não exigia mudança e sim a ordem.
A neutralidade nas ciências sociais faz com que os interesses da classe dominantes sejam naturais, verdadeiros e inquestionáveis com isso faz com que os trabalhadores e as classes populares tenham consenso com tal dominação e assim a reprodução continua do capital. A atual forma de dominação de classe hoje faz com que a universidade no seu modelo atual não ter a mínima possibilidade e que seja extremamente delimitada para a transformação da realidade.
A atual universidade e os trabalhadores e o povo pobre que estão de fora dela
Trabalhadores da USP reivindicam o Fim do Vestibular para que a maioria excluida da universidade possam ter acesso a ela.

Importante colocar que o sistema capitalista não importa com os interesses primários (como alimentar, questão da saúde, educação e dentre outras coisas vitais para os interesses da maioria da população) e sim com a livre circulação de mercadorias. O tempo que você não trabalha é para que o capital se reproduza e assim reproduzindo a maioria dos indivíduos uma condição de vida precária.
A universidade não pode ser visto como um paralelo a parte e sim ligada com toda essa lógica de reprodução do capital ou seja hoje podemos falar que a academia não pode satisfazer as necessidades mais vitais. Porém tal de modo algum temos que conceber a realidade posta hoje como se fosse natural, ou seja algo que não pode ser transformado de modo é errado pois é um período histórico dado que estamos vivendo que poderá ser superado se lutarmos para isso.
Os interesses dos trabalhadores e do povo pobre, na qual a universidade deveria atender hoje são justo os setores que são excluídos da academia, pois existe um filtro que separa a maioria da população que são formados por trabalhadores, filhos de trabalhadores e o povo pobre que tem o mesmo direito de estudar. Isso torna a universidade cada vez mais racista e elitista chegando tendo isso a na sua expressão máxima, setores de estudantes que agridem negros e homossexuais.
Uma contradição : como discutir uma alternativa para sociedade se punem estudantes, trabalhadores e professores que lutam.
Mesmo as salas de aulas expulsarem a luta de classes, não é difícil de ver estudantes, professores e funcionários serem perseguidos e punidos da universidade por lutar por um outro modelo de universidade. Tais punições variam desde as sindicâncias, as expulsões como ocorreram na PUC SP na ocupação de reitoria de 2007 e chegando em casos extremo como a UNESP de estudante receber mandato de prisão por ocupar a diretoria do campus
Casos como estes ou de Claudionor Brandão dirigente sindical demitido ilegalmente por defender a greve das terceirizadas DIMA na USP em 2007, mostra que as reitorias e burocracias acadêmicas precisam exterminar os setores combativos dentro da universidade para assim conseguir consolidar de vez o projeto de universidade a serviço do capital.
Estudantes e trabalhadores fazem barricadas no maio de 68 francêsa

O mundo da fantasia e o mundo Real

Embora seja antigo tal artigo, ele é bem atual pra entender a realidade da PUC ...

 Na Audiência Pública com o Consad, realizada no dia 14/9, podemos constatar que houve dois mundos antagônicos e de interesses bem distintos um do outro e que isso nada mais é que um reflexo da situação em que a universidade vive atualmente.
O mundo da fantasia controlado pela Reitoria, Fundação São Paulo e os bancos é totalmente alheio ao mundo real. Neste mundo da demagogia, do sofismo, as coisas vão bem, os professores são bem pagos e respeitados, existem bolsas, terá metrô, o MEC deu cinco estrelas para a universidade e o mais cômico de tudo existe democracia dentro da PUC-SP.
O mundo real é o mundo dos professores, funcionários e estudantes que têm de aguentar constantes ataques vindos deste alheio mundo da fantasia. É o mundo das mensalidades altas, dos cursos sucateados, dos estudantes que não podem estudar na PUC-SP porque estão sem pagar, o mundo da vergonha da terceirização, do acordo individual dos professores, da SAE e principalmente da falta de democracia e da Igreja cumprindo o papel que ela sempre cumpriu historicamente.
A realidade mostra que o discurso do Consad é uma falácia. Enquanto o nosso magnífico reitor fala que as mensalidades altas servem para pagarem bem os professores, na verdade existe uma falta de professores e os docentes da PUC-SP estão vivendo uma triste realidade da maximização e dos contratos sucateados. Enquanto o Consad fala que tem bolsa, na verdade não tem. Enquanto eles insistem em falar da filantropia da universidade, na verdade existem altas mensalidades que a maioria da população brasileira não consegue pagar. E quando os burocratas da reacionária igreja católica falam que existe democracia e que polícia é coisa da gestão Maura Pardini Bicudo Véras, o Dirceu de Mello foi conivente com os processos contra os alunos que ocuparam a Reitoria em 2007. Imposto pela burocracia da PUC-SP, a Reitoria mandou um mandado judicial contra um integrante do Centro Acadêmico de Ciências Sociais, cortou as verbas destinadas para a APROPUC, da falta de liberdade de crítica e expressão como a dificuldade imposta pela burocracia de fazer divulgação política (como colar cartaz e panfletar) e de usar o conhecimento acadêmico para defender direitos básicos como a legalização do aborto.
Eu queria nesse texto destacar a sensibilidade de um dos membros do Consad e que na audiência isto não foi respeitado. Uma pessoa que mantém uma mensalidade de mais de 1000 reais, excluindo os trabalhadores e o povo pobre de entrarem na universidade não tem moral nenhuma para falar em respeito e gostaria que ele demonstrasse de fato essa sensibilidade com os professores, funcionários e estudantes. E também quero destacar do Consad as muitas manobras feitas. Na audiência estes prometeram poucas coisas e esperamos que estas poucas promessas sejam feitas de fato.
A farsa de tudo isso foi na hora em que os ''interesses da instituição tem que vir em primeiro lugar'' e com isso a dívida da PUC-SP tem que ser paga. Atrás desse mundo de ilusão onde na cabeça do magnífico reitor encontramos uma universidade perfeita, esse ponto mostra que se depender dele os interesses da igreja e dos bancos prevalecerão contra os interesses da comunidade puquiana e, principalmente, uma educação de qualidade a serviço da classe trabalhadora e do povo pobre.
Uma coisa concordamos com os burocratas: a Audiência Pública serviu para aprender e de fato os estudantes, professores e funcionários aprenderam algo. Eles aprenderam que não se pode confiar no Consad, na Reitoria e na Igreja, pois estes só visam atacar a comunidade puquiana.
A situação da PUC não pode continuar assim, pois quem tem a perder é a comunidade. É mais do que necessário que as pessoas da audiência levem a discussão para outros e, mais do que nunca, é necessário que os professores, estudantes e funcionários se organizem a partir de suas salas, dos seus centros acadêmicos, de suas associações e de cada setor específico da universidade. Pois é com organização e muita LUTA que iremos mudar esta situação tão desfavorável à comunidade.


Artigo publicado no dia 03/10/10 no jornal PUCViva (APROPUC e AFAPUC)

http://www.apropucsp.org.br/apropuc/index.php/fala-comunidade/3118-o-mundo-da-fantasia-e-o-mundo-real