30 de jun. de 2012

uma primeira critica ao modo burgues da educação


De acordo com o OMC, um dos elementos principais que terão que ser tratados com prioridade é a questão do ensino publico. Todos, independente de qual classe seja fala sobre a questão da educação e todos pensam como dar uma resposta para ela.  Porém vivemos numa sociedade que está dividida em classe cujo os interesses são inconciliáveis e com isso as formas de ver a educação e principalmente dar resposta aos problemas existentes hoje do ensino. Por parte dos dominados por sua vez,  a educação se torna uma reivindicação honesta e legitima e se apoiando nesta reivindicação que a burguesia imperialista distorce estas aspirações honestas e legitima os seus interesses

Para a burguesia, o ensino o tem que estar a ‘’serviço dos interesses da nação’’ e principalmente para os interesses do mercado. Ou seja, para o burguês o ensino tem que ser encarado como preparação do individuo ingressar no ‘’mercado de trabalho’’ portanto dizendo com outras palavras é um mecanismo de formação de mão de obra para a ‘’geração do progresso’’ ou seja para que a burguesia aumente suas taxas de lucro.

Existe uma relação dialética quando se trata da questão da ‘’mão de obra’’, se um por lado existe um pequeno setor da classe trabalhadora considerada ‘’especializada’’ mas uma grande parcela que não tem nenhuma especialização.  Ou seja, para servir aos interesses da burguesia  se forja  médicos, advogados, cientistas, professores e etc que tem a sua força de trabalho alienada portanto o que estes indivíduos sabem fazer não te  pertence. Em contrapartida, temos um grande setor considerado ‘’não especializado’’ que se materializa nos trabalhadores da construção civil, da limpeza, setores do metalúrgicos e dentre outros.

Existe uma diferença formal e relativa nestes setores, pois na pratica ambos pode ser considerado trabalho que apesar da particularidade, é exercido através do esforço físico do ser humano.  Só que a burguesia tende esconder as contradições que ela própria criou, passando uma imagem de que a ‘’sociedade está caminhando para o progresso, onde satisfará o bem comum’’  colocando os setores de trabalhadores considerados ‘’não especializado’’ como não existente e não considerando o fato de que estes trabalham.


Para o pensamento burguês, este são considerados burros de cargas onde que não tem vontade própria e pelo fato de que estes não ‘’fizeram por merecer para subir na vida’’  e por tanto não podem usufruir de nenhum direito elementar.  Neste caso a escola pode alimentar tal visão, pois caso aluno fracasse no seu ano letivo tendo que fazer novamente (lembrando a logica da meritocracia, onde o individuo tem que subir degrau por degrau até chegar no topo), a ideologia dominante impõe individualização da culpa, onde o individuo tem que assumir por todos os seus fracassos.

A burguesia aliena os indivíduos dos meios de produção, e o professor não está  fora desta contradição. Através das inúmeras cartilhas onde o professor é obrigado a seguir, não se sabe onde está indo o seu trabalho e muito menos para que serve o seu trabalho.  Por sua vez, o que ensinado na sala de aula aparece como algo alheio para os estudantes pois está a serviço do lucro da burguesia e não das necessidades e anseios da classe trabalhadora e todos os oprimidos da sociedade (incluindo a juventude).

Após a crise econômica dos anos 70, a burguesia precisou recompor sua taxa de lucro que havia perdido.  De um lado, ela tornou cada vez mais precária as relações de trabalho terceirizando, intensificando cada vez mais o ritmo de trabalho, contratando trabalhadores parciais e principalmente rebaixando os salários. De um outro lado, o Estado burguês começa dar prioridade a investir na burguesia do que dar concessões ao proletariado e o povo pobre para que a luta de classes limita a ordem burguesa e nesse sentido há uma ‘’politica de corte’’ retirando dos setores públicos elementares como a saúde, moradia e educação.

Na particularidade do professor, temos um emprego que além de impor uma logica de impor baixos salários lhe é tomado o seu tempo livre ao ter o serviço de corrigir provas, trabalhos, passar nota e preparar aula. Lembrando que para o sistema capitalista é necessário que os indivíduos tenham um tempo livre para poder consumir para continuar o funcionamento do capitalismo. Tempo este, que apesar de ser contraditório pois se trata do trabalhador carregar suas energias para a exploração do dia seguinte é o único horário que este tem para descansar;

Sob estas condições que o professor trabalha, este acaba desmoralizando afetando a sua aula e assim afetando como consequência a qualidade do ensino.  Nesse caso temos duas resposta, uma é da burguesia que este é um incompetente e precisa ser mandado embora, outra é que se o professor é trabalhador capaz de transformar as relações dentro da escola então tanto os alunos e seus pais devem ver ele como um dirigente e sujeito histórico capaz de transformar a realidade que o ensino vive hoje.

Para isto, o professor precisa se organizar em torno de uma estratégia correta  e lutar pelas suas reivindicações convencendo alunos, pais de alunos e todos aqueles que sensibilizam e querem responder os problemas da educação que é necessário o seguir para poder travar um plano de luta e assim dar resposta para todos problemas que atinge o ensino.  Para além disso, é necessário convencer os trabalhadores tomarem a esta demanda como sua e fazer com que estes tenham um papel central na luta pela ensino.

Se de um lado a burguesia tem um projeto para a educação para estar a serviço dos seus interesses, de um outro existe contradições em tal projeto pois pelo fato desta mesma só pensar em acumular e ter taxas de lucros altíssimas de um outro ela precisa impor um processo de pauperização ao trabalhador, processo este que tem raiz nas relações entre ‘’capital e trabalho’’ e refletem para todas as esferas da sociedade. Neste sentido a educação pode ser vista como um problema de classe, pois enquanto o filho do  proletariado estuda em escolas de péssima qualidade  o burguês estuda em considerada ‘’boa’’ para o pensamento dominante burguês.

Se pegarmos como caso a situação do ensino estadual de São Paulo, vera que os trabalhadores tem como a direção o sindicato da APEOSP que cumpre de freio para os professores e abrindo caminho para que o Estado burguês  implemente vários ataques que permitiu abrir caminho para a ultima reestruturação produtiva capitalista no setor da educação.  Por outro lado, a logica da ultima reestruturação produtiva capitalista em fazer o professor ‘’vestir a camiseta da escola’’ ou seja ter consenso com os interesses de seu patrão, diminuíram a resistência dos professores.