29 de jul. de 2011

As contradições das universidades e os novos ventos que sopram

Repressão policial na greve dos trabalhadores e estudantes da USP em 2009
Maio de 68 francês

Com o período de restauração capitalista, a academia fechou os olhos para os debates que visam a transformação da realidade ou até discutia porém não chegava até a raiz. Esta crise na qual vive as universidade na qual fica nítido a relação e dependência com o capital e a qual classe que a universidade serve tem que acabar, pois a universidade não é uma mundo alheio dos processos de lutas que está tendo e vão ocorrer em outros diversos países e uma hora ou outra a luta de classes vai puxar o mundo acadêmico para o meio do furacão e ela vai ter uma posição clara de qual classe que vai defender.
Um grande exemplo foi na greve das terceirizadas da limpeza União – USP, aonde os alunos tiveram uma grande experiência e pararam pra poder apoiar e solidarizar com a luta dos terceirizadas. A fala de um professor de Historia  resume bem o que ocorreu nessa união entre os estudantes, alguns professores com as trabalhadoras terceirizadas : ‘’A luta de classes que foi expulsa da universidade, voltou pelo banheiro’’.
Apesar de excluir debates e virar as costas de temas como as relações de trabalho, contudo há de destacar que existem debates importantes dentro da universidade mesmo que tenha a sua delimitações. O grande problema destes debates se dá através do marco da ‘’consciência cristã’’ da burocracia acadêmica que se sente confortável com a atuação situação da universidade ou de teorias que são mistificadas ou que não questiona e muito menos tenta mudar a realidade pela sua raiz, contudo é importante debater sob o marco das experiências dos processos em luta, pegando as milhares experiências das lutas históricas dos trabalhadores e do povo pobre, ver as vitorias e dialogar a partir da realidade concreta da maioria da sociedade.
A nova realidade que está presente não vai esperar a boa vontade da academia resolver ‘’as crises de paradigmas ou fazer as novas utopias’’, pois o que era algo de longo prazo acaba se encurtando cada vez mais e caso não exista uma respostas as conseqüências serão bem serias e nefastas.  Uma vez que está colocado na realidade varias respostas de diversos setores da sociedade e isso ta se refletindo cada vez mais na primavera árabe.

Repressão no ato em 2007 contra o ato dos estudantes da USP contra os decretos de José Serra

Sobre a neutralidade da Ciências Sociais e a sua real posição de classe.
Greve Estudantil no Chile contra as privatizações no ensino público


A universidade é influenciada pelo positivismo de Augusto Comte, Durkheim e muito pelo neo –positivismo tendo o seu principal expoente Max Weber. Todos os autores são apresentados na sala de aula como autores de gabinete sem nenhum interesse de classe preocupados em apenas  entender a realidade e talvez  transforma – lá com a conhecida ‘’políticas públicas’’, mas tal visão começa a ser contraditória a partir do momento que a existência do teórico de gabinete expressa a divisão entre o trabalho manual e o trabalho intelectual um dos  marcos da nossa sociedade capitalista.
Uns dos pontos que o positivismo teve foi de negar o papel da ideologia em prol de uma ciência neutra e só assim será cientifica, porém os autores positivistas teorizaram para combater o movimento operário que estava crescendo na época e já tinha passado por experiências importantes como 1848 na França que constitui os trabalhadores como classe. A outra visão bem forte dentro da academia é a visão neo – positivista que já reconhecia o papel da ideologia nos seus pressupostos e nos julgamentos de valores, porém na hora de fazer Ciência era preciso ser neutro, importante dizer que Weber um dos principais autores neo-positivistas viveu com um movimento forte na Alemanha que estava fazendo grandes mobilizações e viu de perto a revolução russa que levou os trabalhadores a tomarem o poder.
Um autor nunca é neutro ou esta a cima das classes sociais, seus interesses e suas pré - noções correspondem aos interesses de sua classe e isso reflete nas diversas teorias social elaboradas. Além disso é mais do que necessário olhar a situação da luta de classes em determinado período histórico. A teoria nunca está para beneficiar o bem comum, e sim uma determinada classe na qual corresponde a classe na qual o ator situa e sempre vai bater de frente e ser contraria aos interesses a classe inimiga do autor.
A neutralidade se reflete mais claramente na universidade quando as fundações privadas investem dinheiro em universidades, ou quando ocorrem as parcerias com empresas. As diversas pesquisas que poderiam ser voltada  para os interesses dos trabalhadores e do povo pobre e sim favorecendo tais empresas que investiram dinheiro dentro da universidade.
A burocracia acadêmica que se diz neutra e competente para controlar a universidade está atrelada ao máximo aos interesses do capital e confortada na sua posição, por isso não pode dar uma resposta a este novo período que só está começando. Estes mesmos que ironizam, desqualifica o seu oponente no alto do seu pedestal quando o debate de idéias se expressam as diferenças entre as classes e com isso não podem nem sequer pode acontecer, pois a sua posição faz com que ele não exigia mudança e sim a ordem.
A neutralidade nas ciências sociais faz com que os interesses da classe dominantes sejam naturais, verdadeiros e inquestionáveis com isso faz com que os trabalhadores e as classes populares tenham consenso com tal dominação e assim a reprodução continua do capital. A atual forma de dominação de classe hoje faz com que a universidade no seu modelo atual não ter a mínima possibilidade e que seja extremamente delimitada para a transformação da realidade.
A atual universidade e os trabalhadores e o povo pobre que estão de fora dela
Trabalhadores da USP reivindicam o Fim do Vestibular para que a maioria excluida da universidade possam ter acesso a ela.

Importante colocar que o sistema capitalista não importa com os interesses primários (como alimentar, questão da saúde, educação e dentre outras coisas vitais para os interesses da maioria da população) e sim com a livre circulação de mercadorias. O tempo que você não trabalha é para que o capital se reproduza e assim reproduzindo a maioria dos indivíduos uma condição de vida precária.
A universidade não pode ser visto como um paralelo a parte e sim ligada com toda essa lógica de reprodução do capital ou seja hoje podemos falar que a academia não pode satisfazer as necessidades mais vitais. Porém tal de modo algum temos que conceber a realidade posta hoje como se fosse natural, ou seja algo que não pode ser transformado de modo é errado pois é um período histórico dado que estamos vivendo que poderá ser superado se lutarmos para isso.
Os interesses dos trabalhadores e do povo pobre, na qual a universidade deveria atender hoje são justo os setores que são excluídos da academia, pois existe um filtro que separa a maioria da população que são formados por trabalhadores, filhos de trabalhadores e o povo pobre que tem o mesmo direito de estudar. Isso torna a universidade cada vez mais racista e elitista chegando tendo isso a na sua expressão máxima, setores de estudantes que agridem negros e homossexuais.
Uma contradição : como discutir uma alternativa para sociedade se punem estudantes, trabalhadores e professores que lutam.
Mesmo as salas de aulas expulsarem a luta de classes, não é difícil de ver estudantes, professores e funcionários serem perseguidos e punidos da universidade por lutar por um outro modelo de universidade. Tais punições variam desde as sindicâncias, as expulsões como ocorreram na PUC SP na ocupação de reitoria de 2007 e chegando em casos extremo como a UNESP de estudante receber mandato de prisão por ocupar a diretoria do campus
Casos como estes ou de Claudionor Brandão dirigente sindical demitido ilegalmente por defender a greve das terceirizadas DIMA na USP em 2007, mostra que as reitorias e burocracias acadêmicas precisam exterminar os setores combativos dentro da universidade para assim conseguir consolidar de vez o projeto de universidade a serviço do capital.
Estudantes e trabalhadores fazem barricadas no maio de 68 francêsa

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