28 de jul. de 2011

A Guerra contra o Capital só vai parar, quando extermina- ló



O principal ataque ideológico que a burguesia colocou para todos trabalhadores e setores democráticos da sociedade, foi que não adianta mais lutar por uma outra sociedade mais justa e igualitária ou que não existe uma outra alternativa como diria os discípulos da Margaret Tchater. Os trabalhadores e aqueles que se colocavam contra a reestruturação produtiva capitalista e os ataques contra a classe trabalhadora eram taxados como retrógrados ou tolos, pois se colocavam contra a ‘’modernização’’. Este argumento que foi usado pela ‘’dama de ferro’’ inglesa para poder atacar as greves operarias que lutavam contra os ataques do governo do capital para tornar as relações de trabalho cada vez mais precária.
Esta mesma classe foi que no século XX temeu a revolução russa e outras mobilização em massa, pois colocavam em cheque a sua dominação, seus interesses e questionavam seus crimes de guerra na época. As lutas deste período fizeram com que a burguesia sentisse a necessidade de ‘’abrir o regime’’ cedendo alguns direitos em países como os Estados Unidos, porém em países como Itália, Espanha, Alemanha, Portugal e dentre outros, vimos todos os direitos políticos e sociais se retrocederem com regimes ditatoriais fascistas.
Mas foi apoiando nesses direitos que a burguesia cedeu para frear a luta de classes em países considerados centrais, fez com que autores como Harbermas declarasse que a luta de classes tinha acabado mesmo vendo muitos processos de lutas de classes  na sua frente que se estenderam por muitos e muitos anos fez com que incomodasse muito o sono da burguesia e todos aqueles que defendem a ordem do capital.
- Será que a historia realmente acabou?
Mesmo sabendo que existe um operário armado pronto pra poder acabar com a burguesia em qualquer momento, os proprietários dos meios de produção precisam se sentir confiado para obterem lucros possíveis e com isso na sua imaginação a sociedade caminha em águas calmas aonde tudo parece estar em perfeita harmonia. Essa visão se deu num determinado período histórico no período de BOOM econômico, aonde ela precisava recuperar sua taxa de lucro através da reestruturação produtiva capitalista que torna as relações de trabalho cada vez mais precárias, que divide a classe trabalhadora, retira direitos históricos conquistados com luta e intensifica as relações de trabalho.
Esta mesma burguesia que esconde as contradições que existem dentro da sociedade e coloca que agora a sociedade inteira está ‘’progredindo para o futuro’’. Essa concepção está fundada numa sociedade abstrata aonde todos indivíduos tem interesses em comum sem nenhuma distinção de classe, porém a política do bem comum aonde o governo não deveria favorecer nem os ricos e nem os pobres e sim todos, serve para legitimar os interesses da burguesia pois sabemos que a esta classe tem interesses opostos inconciliáveis com os trabalhadores e o povo pobre, com isso é impossível governar para todos.
Frente a isso temos visto a queda do muro de Berlim e o fim da União Soviética ou assim chamado ‘’socialismo real’’, a burguesia igualou toda teoria marxista igual ao Stalinismo e com isso fez com que não houvesse um horizonte na qual deveria ser lutado.  Houveram distinções simplistas de democracia, aonde a democracia burguesa apresentada como a democracia universal ganha uma legitimidade muito maior.
Não é pensando mais uma analise de democracia a partir das classes sociais, o modo de produção, o determinado período histórico, se tal concepção de democracia que temos hoje se encaixa em outros modelos, os autores que a escreveram, mas sim numa sociedade onde existe indivíduos livres um individuo (o operário) onde possa vender a força de trabalho com um outra pessoa (o patrão) através de condições jurídica iguais. Tal democracia onde o individuo tem que votar a cada 4 anos e depois ficar calado na sua casa e sem poder reclamar é a mesma democracia que o parlamento burguês utiliza como pretexto pra votar leis anti operaria e populares.
É nesse sentido que Liga Internacional dos Trabalhadores está errada ao comemorar a queda do muro de Berlim. Como Trotskistas não podemos reivindicar o papel nefasto que teve o Stalinismo, porém não podemos cair também na armadilha da democracia burguesa e ter sempre em mente que o pouco de direitos políticos que nós é assegurado se deve por causa das lutas históricas travada pelos trabalhadores e setores populares.
Nesse período aonde muitos classificam como ‘’pós – moderno’’, o individualismo e a negação de dar qualquer saída em conjunto foi uns dos aspectos forte que a burguesia colocou na subjetividade da maioria dos oprimidos. Outro ponto é que a ilusão de que hoje é muito mais fácil ‘’subir na vida’’ e a partir da meritocracia você conseguiria ‘’crescer’’.
A primavera árabe, a Grécia, a Espanha e a França mostrou a Fukuyama que ele estava errado.

É a partir desse período histórico de refluxo das lutas operarias e populares, a teoria de Francis Fukuyama que a historia se legitimou perante os oprimidos e reforçou a idéia que agora não teria nenhuma alternativa.  O ceticismo por causa das inúmeras derrotas sofridas no passado fez com que tal teoria ganhasse legitimidade perante os oprimidos e com isso ganhou forças dentro do meio acadêmico, nas rodas de conversa e dentro do  movimento operário e popular.
Hoje tal teoria começa ser fortemente questionada e começa a não ter mais baseamento na realidade concreta. Pois com a crise econômica que tende a aumentar as contradições da sociedade, coloca – se  a necessidade de uma alternativa a miséria que o sistema capitalista  nós impõe e com isso surgem na subjetividade da juventude a palavra revolução, greve geral que tanto a burguesia temeu historicamente.
Ao contrario de ser uma marolinha ou algo passageiro que acabou em 2008, a crise capitalista está se aprofundando cada vez mais. É nítido isso quando olhamos para a  Grécia que acabou de  votar leis através do parlamento burguês que passasse a divida privada para o setor publico e pedindo mais empréstimo pro FMI para sair da quebradeira, e com isso distribuindo mais ataques para os trabalhadores e o povo pobre grego  ou o Estados Unidos que já está declarando default e com isso complicando cada vez mais as suas relações com a China, o Golpe militar em Honduras e as contradições que são nítidas no oriente médio (principalmente nessa região aonde que vale sempre lembrar que os trabalhadores e a população pobre ocupando a praça e enfrentando o seus ditadores) e a na Espanha onde a juventude e os trabalhadores ocupam também as  praças tomando o exemplo do Egito  contra os ataques do governo e por melhores condições de vida e no Chile aonde os estudantes se voltam contra a privatização do ensino publico. Com isso fica claro que o cenário entre economia, política e relação entre as classes começa a ter uma mudança brusca e com isso é possível declarar que novos tempos virão.
 Podemos ver o crescimento da extrema direita que se refletiu no atentado contra a juventude trabalhista norueguesa, mostrando que a sociedade está começando a ficar polarizada e com o aprofundamento da crise econômica e com os futuros levantes da  massas  tende a aumentar pois vai ter um setor que vai correr para o lado da burguesia e juntos irão tentar esmagar e impedir qualquer mobilização dos trabalhadores e do povo pobre pra tentar sair da miséria que o sistema capitalista impõe. Essa resposta vai ser em ultima estância que a burguesia vai tentar dar contra os levantes dos oprimidos que se aprofundarão e tal resposta é conhecida como fascismo.
Como que fica o Brasil perante este cenário novo?

No Brasil houve diversas lutas operarias e populares históricas que desmentem a tese que os trabalhadores e o povo pobre Brasileiro sempre foi pacifico e que os acontecimentos sempre ocorrem pelo alto. As greves de 1917 que conquistaram alguns direitos históricos para os trabalhadores, mas que foi derrotada com a ascensão de Getulio Vargas que acabou com o modelo de sindicalismo independente ao estado e implantou o modelo vigente de sindicato tutelado pelo Estado, as lutas por fora das direções burocráticas do PCB e do trabalhismo, as lutas contra a ditadura que foi desviada pelo processo de transição democrática que resultou a constituição de 1988 e inúmeras outras lutas que houveram após esse período.
Estas duras derrotas históricas atomizaram os trabalhadores e o povo pobre brasileiro levando – os ao ceticismo, a passividade e ao conformismo social. Com isso a burguesia brasileira através  das teses evolucionistas européia, legitimou o povo pobre como passivo e inferior como condição natural fazendo com que aumentasse a confiança dos detentores dos meios de produção a poderem explorar e atacar a grande maioria da sociedade brasileira.
Desde a sua criação em 1980, o petismo conseguiu influenciar e educar grande maioria setores de trabalhadores fazendo com que alimentassem grandes ilusões quando o Lula subiu ao poder pois estes mesmos setores estavam vendo as suas condições de trabalho ficarem cada vez mais piores nos governos anteriores. Porém o que se viu é o PT se consolidando pra direita, tendo como marco principal a famosa ‘’carta ao povo brasileiro’’ aonde acalmava a burguesia e dizia que iria cumprir com todos os compromissos com a burguesia na qual já havia estabelecido com os governos anteriores a Lula.
O seu governo foi marcado por um grande crescimento econômico que se deu sobre base do trabalho precário e da ilusão que os trabalhadores, a juventude e o povo pobre poderiam ter uma ascensão social através deste crescimento. O que se viu foi a continuidade e aprofundamento dos ataques aos trabalhadores e ao povo pobre, porém com tal crescimento econômico o capital permitiu que o governo petista desse algumas migalhas para deter qualquer luta que reivindicasse por direitos concretos.
O Papel de freio que a burocracia sindical e dos movimentos populares atrelado ao governo cumpriu nas lutas dos trabalhadores e do povo pobre foi fundamental para com que a burguesia despejasse ataques contra os trabalhadores. Frente a tal desafio, a esquerda que se pretende anti governista só poderá ser uma alternativa concreta, se ela travar lutas por direitos concretos da classe trabalhadora e do povo oprimido e obter vitorias reais fazendo assim recuperar a confiança dos trabalhadores e de todos os oprimidos.
‘’O Brasil potência’’ começa a ter vários questionamentos com o inicio do Governo Dilma, com condições análogas a de escravos, a greve das terceirizadas da União - USP aonde se levantou a bandeira que os terceirizados fazem parte da mesma classe que os efetivos e necessidade de efetivação, os professores da educação publica que começam se indignar com as condições péssimas de trabalho e do ensino publico brasileiro e os ataques aos homossexuais pelo os fascistas e o alinhamento da Dilma com a bancada católica e evangélica contraria aos direitos das mulheres e dos homossexuais. O Brasil que ainda não foi atingido pela crise começa a ter fortes questionamentos sobre este tal ‘’crescimento’’ e tudo indica que Dilma não conseguira manter e deverá enfrentar crises maiores no seu governo e nisso já está preparando ataques contra a educação e diversos outros setores.

É preciso lutar desde já ...
O capitalismo apenas tem a oferecer uma reprodução de vida miserável para a maioria da população e por isso ele deve perecer. É necessário nesse momento de crise econômica nós preparar desde já, travando batalhas, conquistando vitorias concretas e colocando cada vez mais medo da burguesia na guerra que temos que travar contra o capital para assim conquistar a emancipação humana. Caso não darmos passos concretos com ação revolucionaria e achamos que o socialismo vira através de um messias, vai custar caro a vanguarda e todos os trabalhadores, pois o capital não ira perdoar de modo algum.

Nenhum comentário:

Postar um comentário