29 de jul. de 2011

É necessario levantar a cabeça e partir para a ofensiva pela qualidade de ensino na PUC

Dirceu de Mello se elegeu para reitor sob o discurso de que seria democrático e que durante sua gestão a polícia não entraria na PUC-SP e, com isso, conquistou muitos setores honestos que estavam descontentes com a antiga reitora Maura Véras. Este discurso se legitimou com refluxo e apatia do movimento estudantil após a derrota das lutas de 2007, que teve como principal marco a entrada da polícia militar no campus, repetindo o trágico episódio da entrada da polícia no campus em plena ditadura.
Apesar dos inúmeros discursos do reitor, a crise que a PUC-SP vem passando é mais do que fundamental para determinar a política que qualquer reitor terá. E no momento de crise fecha qualquer tipo de diálogo com a maioria da comunidade e com isso os professores, funcionários e estudantes têm que aceitar, calados, os diversos ataques da Reitoria.
Isso se mostrou também nas poucas lutas que tiveram no período de 2009 a 2011. Cada vez que os estudantes davam um passo concreto, como foi a ocupação de Reitoria ou outras lutas menores, o reitor mostrava uma face obscura, que nada se aproximava de um democrata, mas sim de um ditador. Assim, enquanto reprime de um lado, do outro oferece migalhas que não correspondem à realidade concreta da maioria da comunidade.
Isto se mostrou presente durante a Audiência Pública, em 2010, quando o reitor prometeu que iria trazer o metrô para a PUC-SP e, por outro lado, confirmou o aumento da mensalidade, fazendo com que muitos presentes perdessem a confiança por ele. Constantemente estamos perdendo diversos direitos históricos e o mais trágico de tudo: o caráter histórico da PUC-SP, que abrigou um congresso da UNE em plena ditadura militar, se perdeu completamente e a universidade hoje está voltada para o capital.
O movimento estudantil da PUC-SP começou o ano demonstrando uma apatia na sua pior forma possível, com uma reunião a portas fechadas com a Reitoria para negociar as migalhas da desocupação desastrosa, fazendo com que o movimento estudantil, que um dia já foi combativo, se tornasse em um instrumento da Reitoria para frear as lutas dos estudantes. Nessas negociações, o reitor não cedeu muitas destas migalhas, como a questão do bandejão, que o movimento estudantil queria, e este marco deveria ser um ponto final para romper com a apatia e partir para ofensiva.
Hoje é necessário levantar a cabeça e ir pra cima e não apertar os cintos. A posição conservadora da Reitoria, dos bancos e da igreja é defensiva, pois eles sentem medo dos professores, funcionários e estudantes que podem ser sujeitos de sua própria história e transformarem a PUC numa universidade radicalmente democrática, mais do que era em 1977. Com isso é necessário revolucionar o movimento estudantil usando como exemplo a juventude árabe que está lutando contra seus ditadores e contra a situação de miséria que a crise capitalista está impondo. Sendo assim, é preciso desafiar qualquer migalha que a Reitoria quer nos dar.
Para o próximo semestre virão diversos ataques da Reitoria, como a demissão de professores e o fechamentos de salas. Como diria um professor, "a PUC-SP é um barril de pólvora prestes a estourar " e cada dia que passa isto se mostra mais claro. Ou nos mobilizamos e colocamos um basta na Reitoria, ou esta bomba vai estourar em nossas mãos.
"Sou estudante e quero estudar, mas a Reitoria não quer deixar". Esta frase hoje diz a vontade dos estudantes e com isso temos que gritar juntos "vamos pra luta", pois é o nosso direito de estudar que está em jogo e a Reitoria já mostrou que este direito não pode garantir

Artigo Publicado no PUCViva (Jornal da APROPUC e da AFAPUC) no dia 03/06/2011


http://www.apropucsp.org.br/apropuc/index.php/fala-comunidade/4144-e-necessario-levantar-a-cabeca-e-partir-para-a-ofensiva-pela-qualidade-de-ensino-da-puc-sp

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