13 de jul. de 2012

Sobre as eleições burguesas. Como atuam os reformistas e os revolucionarios


É de Schumpeter, a teoria que virou senso comum de que o único papel que o individuo exerce na politica é votar a cada quatro, quatro anos. Para este autor, a politica é para aqueles que são competentes e o individuo comum (neste caso podemos ler, o trabalhador e os demais setores populares da sociedade) não devem interferir nos assuntos políticos da sociedade (no caso não podendo fazer nenhuma manifestação e até mandar uma carta para o seu suposto ‘’representante’’) pois ao contrario de um pequeno ser iluminado não possui tal competência para os assuntos políticos.

Se pudéssemos ir mais além, Schumpeter afirma que não podemos levar em consideração os interesses destes setores que não  possui capacidade politica pois são distorcidos e manipulados. Portanto como tais indivíduos (leia – se trabalhadores e os setores pobres da sociedade)  não são racionais, não podemos saber qual é a sua vontade portanto pode – se concluir que na hora das decisões politicas estes não serão levados em conta.  Conclui – se que uma vez não sabendo decidir os rumos de sua vida, precisarão de um tutor para poder fazer isso (Bem, a relação de pai e filho).

Portanto assim como dois burgueses que concorrem entre si, as eleições são uma concorrência onde o individuo tem que apenas escolher quem será o seu tutor que vai o guiar nos próximos anos.  Frente a este cenário que muitos teóricos da democracia e seus sucessores reivindicam, cabe colocar que qualquer reivindicação por parte destes setores é considerada ou um ato de autoritarismo irracional, ou um passo para o socialismo (mesmo que este ‘’passo’’ diz a respeito a pequenas concessões dentro do sistema capitalista).

Para combater tal teoria existe vários caminhos. Um destes caminhos é a via pelo reformismo, onde que pregam que é possível elaborar politicas para o ‘’bem comum’’ onde que a sociedade como toda saia beneficiada. Tal teoria se levada ao extremo, pode cair nas concepções institucionalistas neoliberais que uma vez que ‘’existe um estado mínimo’’ abre brechas para organizações não governamentais, serviços voluntários para cumprir a ausência do Estado.  Esta mesma teoria, que justifica a ação policial nos morros contra a juventude e os trabalhadores por parte do Estado.

Para a burguesia é preciso impulsionar para poder chegar o ‘’progresso’’, ou seja para o crescimento econômico. Tal crescimento por sustentado por sua vez através de trabalho precário (lembrando que a ultima reestruturação produtiva capitalista é parte do processo do neoliberalismo) e através de ataques onde que a burguesia possa recompor sua taxa de lucro.  O crescimento econômico, assim como as politicas neoliberais tem que ser justificado perante os trabalhadores e os setores populares da sociedade portanto ‘’se tal politica serve para crescer a economia, vai beneficiar todos e portanto ela se torna necessária’’.  O reformismo por sua vez, tem base se sustenta no crescimento econômico para as reformas ocorrerem.  Portanto aconteceu uma capitulação dos setores reformistas ao neoliberalismo.

Num momento anterior de acirramento da luta de classes, os setores reformistas se viram pressionado pela classe operaria que se radicalizava perante a sua situação de penúria, mas por sua vez estes tinham que mostrar para a burguesia que era competentes para frear a luta de classes, se não ela utilizaria outros meios para isso acontecer (como o fascismo, que destruiu as organizações operarias).  A realidade demonstrou que na sua estratégia e pratica politica, era de colaboração de classes o que fez os trabalhadores a não conseguirem derrubar o capitalismo.

Por sua vez, o reformismo para poder realizar estas medidas pretende alcançar maior números de cadeiras no parlamento.  No começo do século 20, um dos partidos mais poderosos que existiu era a Social Democracia que possui a metade do Reich. A Social Democracia enxergava que o socialismo iria chegar de qualquer maneira, para isso não necessitava de revolução e muito menos preparar – lá e sim de algumas reformas que chegaríamos ao progresso pleno da sociedade. Para isso era preciso se eleger e estar no parlamento para aplicar tais reformas.

Para os Marxistas, o Estado é um instrumento de uma classe contra outra. Hoje o Estado é um instrumento para poder gerir os negócios de toda a burguesia e estar contra o proletariado. Portanto, se as eleições para Schumpeter é apenas dois partidos concorrendo entre si para ver quem chega no Estado, a critica marxista vai dizer que são dois partidos concorrendo para quem administra os negócios de toda a burguesia.  Como o objetivo dos reformistas é alcançar uma cadeira no parlamento, então estes também estão no jogo.

Mas para isto, é necessário ter uma estratégia que responda o atual período e que faça a burguesia sentir confiança de que os seus interesses. Neste sentido, num momento de estabilidade a burguesia coloca a necessidade de um governo democrático porém existe exploração e como existe exploração tem gente passa fome, portanto existem revoltas dos explorados contra os seus explorados. Quando esta revolta se acirra, a burguesia vê como alternativa o Fascismo ou para o Cadernismo.

O objetivo dos marxistas portanto não é se eleger e sim tomar o poder burguês. Neste sentido o proletariado assume postura como classe dominante, com isso ele tem tarefa de expropriar a burguesia e abolir as classes e nesse sentido o Estado. Por mais que os revolucionários não confiam nas instituições burguesa, este tem que entender que os trabalhadores confiam e portanto este tem que cumprir um papel no parlamento burguês. O seu papel é denunciar a democracia burguesa, como é votada as leis, o sistema de fome e miséria e todas as variantes da burguesia.

O terreno dos marxistas não é as eleições burguesa e sim a luta de classes. Para isto, o proletariado tem que sentir confiança na estratégia e na sua direção. É necessário atrair o proletariado e os demais setores dos oprimidos sob o métodos da luta de classes, demonstrando que é possível vencer e transformar a realidade através deste meio. Para isso é necessário alcançar uma estratégia para vencer e só se pode fazer isso fazendo um debate colocando as claras as estratégias de cada organização, organizando espaços democráticos onde que os diversos setores da base podem se expressar, colocar a suas divergências, abrir frações quando houver discordâncias politicas e principalmente se auto – organizar desde as bases. Com isto, para além de cumprir o papel que os revolucionários devem cumprir nas eleições conseguiremos alcançar o nosso objetivo que é tomada revolucionária do poder pelas mãos do proletariado.


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