É de Schumpeter, a teoria que virou senso comum
de que o único papel que o individuo exerce na politica é votar a
cada quatro, quatro anos. Para este autor, a politica é para aqueles que são
competentes e o individuo comum (neste caso podemos ler, o trabalhador e os
demais setores populares da sociedade) não devem interferir nos assuntos políticos
da sociedade (no caso não podendo fazer nenhuma manifestação e até mandar uma
carta para o seu suposto ‘’representante’’) pois ao contrario de um pequeno ser
iluminado não possui tal competência para os assuntos políticos.
Se pudéssemos ir mais além,
Schumpeter afirma que não podemos levar em consideração os interesses destes
setores que não possui capacidade
politica pois são distorcidos e manipulados. Portanto como tais indivíduos
(leia – se trabalhadores e os setores pobres da sociedade) não são racionais, não podemos saber qual é a
sua vontade portanto pode – se concluir que na hora das decisões politicas estes
não serão levados em conta. Conclui – se
que uma vez não sabendo decidir os rumos de sua vida, precisarão de um tutor
para poder fazer isso (Bem, a relação de pai e filho).
Portanto assim como dois burgueses
que concorrem entre si, as eleições são uma concorrência onde o individuo tem
que apenas escolher quem será o seu tutor que vai o guiar nos próximos anos. Frente a este cenário que muitos teóricos da
democracia e seus sucessores reivindicam, cabe colocar que qualquer
reivindicação por parte destes setores é considerada ou um ato de autoritarismo
irracional, ou um passo para o socialismo (mesmo que este ‘’passo’’ diz a
respeito a pequenas concessões dentro do sistema capitalista).
Para combater tal teoria existe vários
caminhos. Um destes caminhos é a via pelo reformismo, onde que pregam que é possível
elaborar politicas para o ‘’bem comum’’ onde que a sociedade como toda saia
beneficiada. Tal teoria se levada ao extremo, pode cair nas concepções
institucionalistas neoliberais que uma vez que ‘’existe um estado mínimo’’ abre
brechas para organizações não governamentais, serviços voluntários para cumprir
a ausência do Estado. Esta mesma teoria,
que justifica a ação policial nos morros contra a juventude e os trabalhadores
por parte do Estado.
Para a burguesia é preciso
impulsionar para poder chegar o ‘’progresso’’, ou seja para o crescimento econômico.
Tal crescimento por sustentado por sua vez através de trabalho precário
(lembrando que a ultima reestruturação produtiva capitalista é parte do
processo do neoliberalismo) e através de ataques onde que a burguesia possa
recompor sua taxa de lucro. O
crescimento econômico, assim como as politicas neoliberais tem que ser
justificado perante os trabalhadores e os setores populares da sociedade
portanto ‘’se tal politica serve para crescer a economia, vai beneficiar todos
e portanto ela se torna necessária’’. O
reformismo por sua vez, tem base se sustenta no crescimento econômico para as
reformas ocorrerem. Portanto aconteceu
uma capitulação dos setores reformistas ao neoliberalismo.
Num momento anterior de acirramento
da luta de classes, os setores reformistas se viram pressionado pela classe
operaria que se radicalizava perante a sua situação de penúria, mas por sua vez
estes tinham que mostrar para a burguesia que era competentes para frear a luta
de classes, se não ela utilizaria outros meios para isso acontecer (como o
fascismo, que destruiu as organizações operarias). A realidade demonstrou que na sua estratégia e
pratica politica, era de colaboração de classes o que fez os trabalhadores a
não conseguirem derrubar o capitalismo.
Por sua vez, o reformismo para
poder realizar estas medidas pretende alcançar maior números de cadeiras no parlamento. No começo do século 20, um dos partidos mais
poderosos que existiu era a Social Democracia que possui a metade do Reich. A
Social Democracia enxergava que o socialismo iria chegar de qualquer maneira,
para isso não necessitava de revolução e muito menos preparar – lá e sim de
algumas reformas que chegaríamos ao progresso pleno da sociedade. Para isso era
preciso se eleger e estar no parlamento para aplicar tais reformas.
Para os Marxistas, o Estado é um
instrumento de uma classe contra outra. Hoje o Estado é um instrumento para
poder gerir os negócios de toda a burguesia e estar contra o proletariado.
Portanto, se as eleições para Schumpeter é apenas dois partidos concorrendo
entre si para ver quem chega no Estado, a critica marxista vai dizer que são
dois partidos concorrendo para quem administra os negócios de toda a
burguesia. Como o objetivo dos
reformistas é alcançar uma cadeira no parlamento, então estes também estão no
jogo.
Mas para isto, é necessário ter uma
estratégia que responda o atual período e que faça a burguesia sentir confiança
de que os seus interesses. Neste sentido, num momento de estabilidade a
burguesia coloca a necessidade de um governo democrático porém existe
exploração e como existe exploração tem gente passa fome, portanto existem
revoltas dos explorados contra os seus explorados. Quando esta revolta se
acirra, a burguesia vê como alternativa o Fascismo ou para o Cadernismo.
O objetivo dos marxistas portanto
não é se eleger e sim tomar o poder burguês. Neste sentido o proletariado
assume postura como classe dominante, com isso ele tem tarefa de expropriar a
burguesia e abolir as classes e nesse sentido o Estado. Por mais que os
revolucionários não confiam nas instituições burguesa, este tem que entender
que os trabalhadores confiam e portanto este tem que cumprir um papel no
parlamento burguês. O seu papel é denunciar a democracia burguesa, como é
votada as leis, o sistema de fome e miséria e todas as variantes da burguesia.
O terreno dos marxistas não é as
eleições burguesa e sim a luta de classes. Para isto, o proletariado tem que
sentir confiança na estratégia e na sua direção. É necessário atrair o
proletariado e os demais setores dos oprimidos sob o métodos da luta de
classes, demonstrando que é possível vencer e transformar a realidade através
deste meio. Para isso é necessário alcançar uma estratégia para vencer e só se
pode fazer isso fazendo um debate colocando as claras as estratégias de cada
organização, organizando espaços democráticos onde que os diversos setores da
base podem se expressar, colocar a suas divergências, abrir frações quando
houver discordâncias politicas e principalmente se auto – organizar desde as
bases. Com isto, para além de cumprir o papel que os revolucionários devem
cumprir nas eleições conseguiremos alcançar o nosso objetivo que é tomada revolucionária
do poder pelas mãos do proletariado.
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