No mundo todo, a juventude junto com os trabalhadores estão questionando de forma ainda inicial e mesmo que ainda exista muita confusão o sistema capitalista e também o modelo de democracia burguesa existente considerado por muito como única e universal. Com a crise capitalista que abre inúmeras contradições, desmascara um regime que em países como a Espanha um quarto da população formada pela sua grande maioria por jovens, não tem nenhuma perspectiva de arrumar emprego por conta do desemprego estrutural.
Após 30 anos, onde que a burguesia através do seu aparato ideológico nos colocou que o capitalismo tinha vencido e não se pode ter nenhuma mudança estrutural tentou apagar a palavra revolução na subjetividade dos explorados vê milhares reivindicando e lutando por mudanças estruturais e questionando a raiz de todos os problemas e males sociais no mundo todo. Em cada país como no Egito, no Chile, na Espanha, na Grécia e na Inglaterra com a sua especificidade se lutam questionando o lucro como a luta dos estudantes do Chile por uma educação gratuita e de qualidade, o fato de ter ‘’99 % que obedecem e 1% que mandam’’, a retirada de direitos sociais e também a democracia ‘’universal’’ burguesa.
Com a primavera árabe, a luta contra a miséria, a fome e as contradições que o capitalismo impõe naquela região levantando uma revolta e um questionamento na Tunísia por conta de um vendedor de cachorro quente ter colocado fogo no seu próprio corpo porque o Estado tinha confiscado o seu único meio de sobrevivência, a luta mais do que honesta contra os seus ditadores que massacram os trabalhadores e o povo que levantam qualquer questionamento contra o regime foi o estopim para centenas da juventude e do povo pobre começarem a refletir e começarem a reivindicar mudanças. Depois foi a Espanha tomando como exemplo a ocupação da Praça Tharir no Egito, ocupa ram a Praça de Madri e começaram a reivindicar como os indignados e a juventude sem medo.
Depois foi na Grécia que os trabalhadores junto com a juventude se levantam através de greves gerais, contra os ataques por conta da crise capitalista que está afetando os trabalhadores e o povo pobre e que se depender da burguesia estes ataques vão se aprofundar cada vez mais, no país ‘’expoente’’ do neoliberalismo de Margaret, onde a juventude desempregada largada na mão do ‘’veredito do mercado’’ e da repressão policial colocam fogo em prédios de importância como o quartel do exercito e a juventude Chilena que se levantam e montam barricadas contra o modelo educacional de Pinochet reivindicando um direito básico e elementar que é a educa� �ão publica, gratuita de qualidade e para todos.
É impossível ser sectário com este sentimento que influencia a juventude do mundo inteiro e virar as costas para o que esta acontecendo, mesmo que também não podemos de modo algum embelezar o que está acontecendo no mundo como faz a LIT-QI (Corrente internacional que o PSTU faz parte) que nas quedas dos ditadores colocam como uma revolução vitoriosa das massas, mesmo que depois a realidade prova ao contrario. Com certeza a realidade hoje obriga a fazer balanços ricos e valiosos que não iria caber neste texto mesmo sendo importante fazer, pois com certeza os exemplos mesmo com a suas debilidades vai servir de muito a classe operaria e o povo pobre a constituir uma estr atégia para poder derrubar este sistema de fome e miséria, assim como as lutas históricas deve cumprir este papel nas lutas atuais.
Também não podemos cair na mistificação, confusão e fragmentação que a burguesia impõe para interpretar a realidade de uma maneira que não conseguir dar uma resposta radical aos novos tempos que se abrem. A discussão nesse sentido passam por interesses, interesses que são de classes, inconciliáveis e caso a burguesia queira de fato demonstrar o que está realmente acontecendo por conseqüência ela teria que cavar uma cova e enterrar ela mesma algo que uma classe conservadora que possui os meios de produção não teria a intenção de fazer.
Um dos questionamentos , dentre vários é sobre a questão do modelo atual de democracia, tido por muitos teóricos como universal (ela é única, nunca existiu um outro modelo de democracia na historia e nem vai existir). Estes milhares partem de um questionamento correto e justo, porém este questionamento tem que ser enxergado como um pressuposto e não como um fim estratégico. Questionam a democracia schumpeteriana que reduz o individuo apenas a votar durante quatro a quatro anos sem poder sequer mandar uma carta ao presidente questionando de determinados problemas concretos, pois esta grande maioria não pode comandar pois não existe capacidade para realizar tal tarefa e isto seria papel de uma minori a iluminada. Reivindicam a participação e o direito de ter voz e voto nas principais decisões que diz aspecto a sua vida, não que uma pequena minoria decidam por eles sem com que ‘’99% da população’’ nem saibam o que está de fato sendo discutido de fato.
É de fato, quando alguém levanta algum questionamento ou partem para uma alguma ação mais radicalizada um dos argumentos mais famosos que utilizam é : ‘’Vocês não deveria pensar em fazer política, pois é algo que não é de sua competência por isso o seu único papel deveria ser estudar e trabalhar’’. De fato é bem complicado em se pensar democracia, quando pensamos que esse termo hoje significa uma meia dúzia de pessoas que sentam numa mesa e decidam quais são as medidas que irão tomar para o ‘’bem comum’’. (Termo que quando pensamos uma sociedade dividida em classes com interesses inconciliáveis se torna uma abstração).
Como disse acima, não podemos embelezar esse questionamento sem ver suas debilidade e a partir disso um balanço para ter uma estratégia para vencer e assim derrubar este sistema de fome e miséria. Quando pensamos em democracia temos que pensar em um determinado período histórico, ver se a democracia hoje é valida para outros períodos históricos como na Grécia que se fala também de democracia, o modo de produção, as relações entre as classes, democracia para qual classe e os autores que a pensaram historicamente.
Se a democracia hoje é pensada como uma pequena porção de representantes de diversos setores da burguesia sentaram num parlamento para decidir e por em pratica a sua política de dominação, é porque a sociedade é dividida em classe com interesses inconciliáveis e por isso o Estado é da classe dominante ou seja hoje ele é da burguesia. O fato de termos ‘’1% que manda e 99% que obedece’’ é porque temos uma divisão do trabalho onde uma pequena minoria parasitaria é dona dos meios de produção roubando assim da riqueza daqueles que é alienados dos meios de produção que produzem a riqueza porém só ganha um salário de fome.
Para isto, primeiro a estratégia tem que ser pensada sobre o prisma da independência de classe ou seja que o proletariado e o povo pobre tem interesses opostos e inconciliáveis com a burguesia e vice e versa, por isso qualquer ação deve ser pensada através deste prisma. Temos que combater o fato de que a burguesia compra os seus parlamentares, ou até mesmo os parlamentares fazem parte de uma classe que é a classe burguesa. Por isso que estes dizem representantes da ‘’nação e do bem comum’’, pois querem legitimar seus interesses como se fossem os interesses de ‘’todos’’ e por isso decidem a política de Estado atrás dos panos sem com que a ma ioria da sociedade formada por trabalhadores e o povo pobre saibam o que está sendo debatido pois o individuo fala em nome do outro sendo que tem interesses opostos e que não podem ser jamais conciliados ao seus.
Os homens não fazem a historia como querem e sim pelas circunstancias herdada pelo passado, ou seja assim como a burguesia fez apagar na memória dos trabalhadores e do povo pobre a palavra revolução, disse que não era mais necessário a organização para reivindicar os nossos direitos legítimos é a mesma que fez apagar na memória qualquer ação que tenha como principio a independência de classe. Pensar numa democracia que o trabalhador e não cumpra um papel apenas de voto e sim que eles tenham um poder de voz e voto sem questionar a sociedade dividida em classe lutando pela abolição destas classes e partir do pressuposto que para conseguir este objetivo estratégico é necessario a tomada do Estado burguês, é achar que o trabalhador e o burguês estão em pé de igualdade e assim ignorar que o dono dos meios de produção possa comprar um parlamentar e mudar uma situação ao seu favor, sendo que um trabalhador só tem a sua mão de obra para a sua sobrevivência.
O único meio de conquistar a democracia operaria, a democracia que represente de fato os oprimidos e que eles possam decidir o rumo de suas vidas é somente através da guerra contra a burguesia e impor a nossa vontade. Somente deste modo iremos arrancar este direito, assim como o direito ao trabalho, a educação publica, gratuita e de qualidade e muitos outros que nos é negado e retirado pela classe dominante que não tem nada a oferecer para a sociedade, somente fome, miséria, morte e violência.
Polêmica com o PT e o PC do B : A democracia no Brasil cresce e amadurece?
Muitos teóricos do atual governo, parlamentares ou defensores de tal mantém uma postura evolucionista e gradualista em que a democracia hoje com o governo do PT estaria evoluindo e caminhando para a democracia plena e pior muitos ainda confirmam a pleno pulmões que o Brasil estaria caminhando para a democracia ''participativa'' onde supostamente através de dentro da ordem podera - se ter participação popular e todos poderiam decidir os rumos politicos do Brasil comentando assim um crime duplo : De um lado mantendo uma ilusão de que como citei antes nesse texto, que os trabalhadores e o povo pobre e a burguesia irão participar em condições de pé de igualdade e que é possivel obter transformações profundas atraves de mudanças graduais por dentro da ordem (importante deixar bem claro que reivindicar a democracia participativa não é algo que mude a sociedade radicalmente). É normal ver muito malabarismo sofista para poder legitimar os interesses da burguesia, na qual o PT e o PC do B administram através do Estado porém com os novos tempos que se abrem, temos que declarar guerra contra esta visão e principalmente aqueles que defendem os interesses da burguesia utilizando destes argum entos.
O governo Lula durante o seu primeiro mandato, deu continuidade em muitas políticas do FHC principalmente aquelas que atingiram os direitos trabalhistas que foi sumariamente retirados pelo neoliberalismo e outros como a reforma da previdência e os ataques ao setor públicos visando a sua privatização. Caberia perguntar aos governistas, que democracia é essa que retira direitos sociais legítimos e elementares dos trabalhadores e do povo pobre? Ao retirar estes direitos o governo do PT cumpre um papel reacionário, e ainda é mais reacionários que estes mesmos falem em democracia sendo que este modo de regime existe como é hoje, porque mesmo que sendo freados pela suas direções existiram lutas ou seja quando os governistas reivindicam que a democracia está sendo consolidada estes querem que os trabalhadores esqueçam de suas lutas e para quem está administrando os interesses do Estado burguês é muito cômodo, vantajoso se utilizar destes discursos sofistas.
Sob o ponto de vista da Luta de Classes é que o bicho pega contra os governistas e aqueles que defendem o PT e o PC do B. O ‘’projeto de país que avança’’ do governo Lula é marcado por fortes contradições e sustentado por trabalho precário como demonstrou os trabalhadores de Jirau que se rebelaram contra as péssimas condições de trabalho que lhe era impostas. Lula soube frear muito bem a luta de classes com os chamados ‘’programas de inclusão social’’ e através das burocracias sindicais e estudantis assim escondendo as contradições dentro da sociedade e mostrando a visão do ‘’Brasil potência’’. Porém caberia perguntar para estes governistas? Num momento de crise e de a cirramento da Luta de Classes com o governo Dilma, qual vai ser a resposta? Não vamos manter nenhuma ilusão perante isso, vai ser a repressão na qual a burguesia reacionária brasileira está acostumada. Vale lembrar que enquanto os governistas falam em democracia consolidada no Brasil, os índios da tribo Kaiowa são exterminados, há 73 presos políticos da USP e os estudantes da UNIR são ameaçados de morte pelo governo PMDB principal aliado de Dilma.
Caberia a perguntar aos governistas, qual seria a posição deles em relação a ter muitos deputados, senadores que apoiavam a ditadura militar tendo livre transito nos corredores do planalto central. Seria porque houve um pacto geral e irrestrito que anistiou os torturadores que participou da transição lenta, gradual e pacifica da ditadura a democracia burguesa? Ou porque o PT e o PC do B ter tido na pratica como eixo estratégico a luta pela democracia burguesa, ter participado da direitas já e mesmo ter sido contra ao inicio, ter assinado a constituição burguesa de 1988 como estes mesmos afirmavam na época. Ou seja a democracia consolidada que os governistas reivindicam, ainda tem fortes traços de continuidade da ditadura militar o que torna criminoso aqueles que falam que a democracia já esta consolidada.
Uma afronta aqueles que lutaram e morreram na luta contra a ditadura militar, sendo que muitos destes foram na época militantes honestos destes partidos que apesar das estratégias muitas das vezes equivocadas como no caso da guerrilha, merecem ser lembrados. Foi um tapa na cara do operário combativo do ABC que parou a fabrica que trabalhava para lutar contra a ditadura militar. Esta foi uma experiência importante da classe operaria e que merecem seu balanço e que demonstra a necessidade de construir um partido revolucionário e operário internacionalista.
A mascara dos governistas literalmente cai, quando os governistas se esquecem ou faz questão de não mencionar para esconder de propósitos os seus interesses quando há uma profunda repressão sistemática contra o povo pobre e negro nos morros para assim obter mão de obra barata e precária e ‘’mantendo no lugar onde é para estes ficarem’’. Esta é a política da Dilma e foi do Lula ao instalar as UPP no Rio de Janeiro e querem expandir ao resto do país, demonstrando qual é a postura histórica da burguesia Brasileira perante os negros. Isto seria um fator ‘’democrático’’ que os governistas reivindicam tanto?.
O governo Lula no período de crescimento econômico, fez com que os trabalhadores e o povo pobre tivessem a ilusão de que apenas com o crescimento econômico se poderiam conseguir direitos. Contra esta farsa que está com seus dias contados quando a crise capitalista chegar no Brasil, temos que lutar por um programa revolucionário que corresponda todas necessidades reais e concretas do povo pobre e que se contraponha veementemente ao este projeto de pais e a única maneira que podemos fazer isso é lutando e tendo como exemplo as lutas históricas e deste novo período.
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