As eleições para os centros acadêmicos na PUC-SP ocorrem nas vésperas em que a REItoria planeja fechar as salas com o risco de muitos cursos acabarem, assim como vem tornando as condições dos professores cada vez mais precárias e proibindo festas no campus. Tais medidas visam aprofundar o projeto que a REItoria, a burocracia acadêmica, a igreja e os bancos têm em transformar a PUC-SP numa FGV, e isto significa em um aprofundamento do processo de elitização desta universidade que, por sua vez, já está avançado.
Nesse sentido, as eleições estudantis têm uma importância fundamental, pois trazem a necessidade de discutir um programa que combata a reitoria, denunciando os próximos ataques deste mesmo setor e colocar que a reitoria tem interesses inconciliáveis com a maioria da comunidade. Para isso é fundamental forjar setores de estudantes combativos e dispostos a estarem na linha de frente nas próximas lutas contra o projeto elitista desta meia dúzia de parasitas que pretendem transformar a PUC-SP num verdadeiro inferno para a maioria da comunidade.
Porém, não foi isso que o aconteceu. A política das pessoas que se dizem movimento estudantil hoje na PUC-SP é de negociar migalhas com a burocracia, pois não travaram nenhuma luta política na universidade, não respondendo casos importantes que ocorreram no primeiro semestre, o que desmoraliza e alimenta o sentimento de ceticismo dos estudantes, fazendo com que estes não acreditem em métodos radicalizados e se encastelem em instâncias burocráticas como o Conselho de Centros Acadêmicos.
Podemos entender que estes mesmos que se dizem movimento estudantil não possuem aparato suficiente para poder organizar os estudantes e lutar contra a reitoria, porém o problema não é este. Também no Direito, vimos que o grupo Construção Coletiva (impulsionado pelo Barricadas Abrem Caminhos e o Csol) girou todo o seu aparato e militância para as eleições do Centro Acadêmico 22 de Agosto, mas no cotidiano não deu nenhuma resposta às questões concretas que ocorrem na universidade, caindo na rotina.
Isso não é exclusividade apenas do Direito. No Jornalismo, na Psicologia, na faculdade de Ciências Sociais (aonde militantes do Barricadas compõe o CACS com um militante do PSTU e independentes) a política não tem sido muito diferente. Podemos pegar o exemplo do CACS, onde o Barricadas e o PSTU tem como objetivo se auto construir, e conseguem mobilizar os estudantes para montar chapa para Centro Acadêmico, mas não mobiliza para as questões concretas da universidade. Também temos que citar o caso da Economia, onde pessoas ligadas ao Barricadas estão compondo a chapa Rugido do Leão com militantes governistas do PC do B e do PT.
Enquanto isso, os estudantes chilenos estão abrindo barricadas contra a polícia, contra a educação herdeira do regime da ditadura de Pinochet. No Brasil estamos vendo os estudantes da várias universidades do Brasil ocupando suas reitorias contra a atual situação do ensino brasileiro e professores estaduais de mais dez estados realizando greve contra a atual situação de miséria que se encontra o ensino médio público. Temos que seguir este mesmo exemplo, caso queiramos mudar esta situação tão desfavorável para a maioria da comunidade puquiana, pois é só lutando com um programa combativo que iremos dar um basta à REItoria, à burocracia acadêmica, à igreja e aos bancos, e impor a nossa vontade.
Temos que retomar a tradição combativa do movimento estudantil da PUC-SP e revolucionar o que é hoje considerado movimento de estudantes na PUC-SP. Basta de um movimento estudantil burocratizado, não queremos competições mesquinhas no centro acadêmico e não queremos um movimento estudantil que negocia migalhas com a burocracia acadêmica de portas fechadas. Queremos um movimento estudantil que represente os interesses dos estudantes, que combata incansavelmente o projeto da reitoria e que tenha como concepção estratégica um outro projeto de universidade, que esteja a serviço dos trabalhadores e do povo pobre, e não que uma meia dúzia de parasitas lucrem com o nosso direito de estudar. Que a universidade seja pública, gratuita para todos e laica, que o filtro elitista e racista chamado vestibular acabe. Pelo fim da terceirização e efetivação de todos os terceirizados e que esteja em aliança com os trabalhadores e demais setores oprimidos da sociedade
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