2 de fev. de 2012

Polêmica com o PSOL : Copa do Mundo a serviço de quem?

O PSOL iniciou uma campanha em defesa de uma suposta copa do mundo do povo, onde que o principal eixo era o combate a corrupção da CBF tendo como bandeira principal fora Ricardo Teixeira.  Tal debate do PSOL faz em relação a Copa do Mundo é o mesmo que o Romário membro do  PSB e outros setores da burguesia fazem, por isso frente a mobilização que contou com apoio de diversos  parlamentares e apoio da população é necessário polemizar com o PSOL que está a frente desta mobilização,  qual é o caráter da copa do mundo e o que interessa para a burguesia pra entender quais são os próximos desafios que estão sendo colocado na luta de classes no Brasil.
A copa do mundo é o momento ideal onde que a burguesia utiliza para incentivar o nacionalismo entre os trabalhadores e o povo pobre. Na copa de 1970 quando o Brasil foi Tri campeão mundial, curiosamente o titulo foi no mesmo período da ditadura militar brasileira que fez toda campanha nacionalista com musicas conhecidas como ‘’somos milhões em ação, pra frente Brasil, salve a seleção’’ . Para os militares, os operários que se levantam contra a exploração, os estudantes que se organizavam e setores que lutavam contra a ditadura militar como a guerrilha do Araguaia obviamente não estavam incluindo nos interesses da ‘’nação’’, pois para a ditadura militar estes ‘’tinham interesses particulares’’ e que precisariam ser esmagados por uma  ‘’mão de ferro’’  para retirar ‘’qualquer setor parasitário que fizesse mal aos interesses nacionais’ assim ‘’mantendo a ordem e a unidade nacional’’.
Não podemos comparar a postura do PSOL  em relação a copa do mundo que vai ocorrer com o Brasil com a postura dos militares na copa de 1970, porém os  termos ‘’como unidade nacional’’, ‘’somos todos brasileiros’’, ‘’defesa dos interesses nacionais’’, ‘’estado nação’’ são entendidos pela burguesia como defesa de seus lucros e pilhagens.  Para legitimar os seus interesses para todos dominados, a burguesia coloca seus interesses como se fossem os interesses da nação (Se a sociedade está dividida em classe, a burguesia coloca o proletariado e ela própria no mesmo plano abstrato para assim poder legitimar seus interesses) ou seja eventos como a Copa do Mundo são essenciais para a dominação de classe e a burguesia continuar acumulando.
Esses interesses da burguesia brasileira  não são abstratos e sim concretos. Desde a repressão policial nos morros, expropriando casas de trabalhadores e do povo pobre como aconteceu no Pinheirinhos em São José dos Campos,  aos empregos mais precários como na construção civil nas obras do PAC.  De acordo com as estatísticas no governo Lula teve uma expansão de emprego, porém o que é escondido é que estes postos são de  trabalho precário e intensificado, terceirizados, estagiários, part-time e outras formas de precarização para a burguesia conseguir seu objetivo de aumentar sua taxa de lucro.  Nesse sentido, o que o PSOL não enxerga é que a Copa do Mundo e a Olimpiadas é apenas um negocio para a burguesia acumular riqueza  as custas da exploração e do sangue dos trabalhadores.
Por sua vez, setores da oposição burguesa já alertam o governo que as obras estão atrasadas e que precisam ter um andamento mais rápido e  cogitam  a possibilidade da copa do mundo e das olimpíadas não ocorrer no Brasil. Essa posição cumpre um papel nefasto, pois visa  ‘’aumentar o ritmo’’ e assim intensificando a exploração dos trabalhadores para  ‘’entregar os estádios no prazo’’.  Enquanto a burguesia discutem o seus negócios, o PSOL apenas questiona a corrupção do mandato do presidente da CBF Ricardo Teixeira mostrando não ser um partido que oferece alternativa para os trabalhadores e o povo pobre que vão pagar com seu sangue pela copa do mundo.
Um partido social democrata
A política do PSOL é claramente social democrata, pois separa programa mínimo do programa máximo ou seja como programa mínimo defende o fora Ricardo Teixeira e como programa máximo num futuro eqüidistante defende uma copa do mundo para o povo.  Sabemos que a burguesia é dono dos meios de produção, portanto a copa do mundo vai estar a serviço dela é a única maneira para que a copa do mundo ser do povo é somente se os trabalhadores expropriarem a burguesia. Nesse sentido temos que lutar sistematicamente para chegar a tal objetivo estratégico, com isso é necessário buscar demandas transitórias que questionem o projeto de país que está sendo colocado.
Caberia perguntar ao PSOL, o que é mais importante uma política que responda problemas básicos como Educação, saúde, moradia, que combata o problema do desemprego estrutural e contra a precarização do trabalho, por um salário mínimo do DIESSE e dentre outras coisas que são questões na qual a burguesia não pode dar uma resposta aos trabalhadores e o povo pobre ou fora Ricardo Teixeira da CBF. O que não podemos esquecer é que o capitalismo como sistema baseado na livre circulação de mercadoria, não consegue responder as necessidades mais básicas dos trabalhadores e do povo pobre.
Sabemos que os trabalhadores são alienados do meio de produção, portanto não cabe a ele escolher o que vai ser produzido ou o que é necessário ser produzido para a sociedade e sim a burguesia  que escolhe o que vai ser produzido e a classe que tem os meios de produção não enxerga as necessidades reais de toda sociedade e sim o lucro. O que é consumido pelos os trabalhadores desde comida, roupa, água até as suas necessidades espirituais como ir ao cinema, ir ao shopping e assistir um jogo de futebol serve para o capitalismo continuar reproduzindo. O que poderia ser feito muito bem pela rede Globo ou qualquer outro veiculo de comunicação da burguesia é feito pelo o PSOL.
Sabemos que o proletariado tem interesses inconciliáveis com a burguesia, ou seja para lutar por estes interesses essenciais da classe trabalhadora  é mais do que necessário declarar guerra contra a classe burguesa e tal guerra será grande se lutarmos por grandes questões ou seja pela grande política. O PSOL está indo no caminho oposto da grande política ou seja da pequena política, das negociações de corredores onde que a  burguesia discutem questões como a Copa do Mundo e as olimpíadas e o que cada setor da classe dominante poderá lucrar com estes dois eventos.
O PSOL copia do PT das origens, tem como concepção política submeter o movimento operário e popular ao parlamento burguês, criando ilusões nos trabalhadores e no povo pobre de que dentro da casa de negócios da burguesia estes vão obter alguma mudança. A realidade mostrou qual foi o caminho percorrido pelo o PT, mas o PSOL como não fez nenhum balanço da historia percorre em passos largos o mesmo caminho que o PT percorreu como demonstra  em declarações do Deputado Ivan Valente onde que afirma que o PSOL tem que ser um partido  grande e por isso  tem que aliar –se com partidos da burguesia como o PT, PC do B, PSB, PV.
O papel de um partido revolucionário dentro do parlamento burguês é fazer com que as massas percam ilusões na casa de negócios da burguesia, fazendo  denuncias , desmascarando para quem serve a políticas que está sendo votada assim educando os trabalhadores e o povo pobre para partir a ações extra – parlamentares. Em frente a greves do estádio do Minerão, do Maracanã e ultima de Recife que causou uma militarização em volta do Estádio,  os parlamentares do PSOL não  fizeram absolutamente nada em relações para poder avançar nestas lutas que questionam diretamente os interesses dos grandes capitalistas na copa do mundo e nas olimpíadas.
Para enfrentar os interesses da burguesia que está sendo colocados para a copa do mundo e as olimpíadas,  é necessário uma alternativa classista e revolucionaria que coloque para os trabalhadores as coisas como elas são, ajudando avançar pedagogicamente o sentimento nacionalista atrasado que a burguesia impõe e lutar por questões concretas dos trabalhadores e do povo pobre. Enfrentar contra os interesses da burguesia em relação da copa do mundo é honrar a memória dos moradores do Pinheirinhos, é lutar contra o assassinatos da juventude negra na periferia, é ter que lutar contra a precarização do trabalho e principalmente resgatar o internacionalismo proletário perdido durante o período de restauração burguesa.

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