29 de nov. de 2011

Sobre a segurança e o papel da policia



A mobilização dos estudantes da USP está provocou um debate na sociedade  sobre a questão da segurança e qual é o papel da policia militar. A importância do debate é fundamental, pois é mais do que necessário responder problemas que são concretos na sociedade brasileiro e como responderemos estes problemas e quem pode resolver. É importante colocar que como toda analise não é neutra e perante esta questão, a importância de ter um posicionamento bem claro e desmistificar o senso comum presente na qual tem respostas conservadora preservando problemas que existem na sociedade brasileira como a questão da segurança e a questão das forças repressivas do Estado burguês.

A grande polêmica em torno da luta dos estudantes da USP é que a policia tem que estar presente na universidade ou se ela tem que ser retirada de lá. Aos que defendem que a policia militar está na USP para fazer a segurança dos estudantes, pois depois que o estudante da FEA foi assassinado e até mesmo antes a USP era insegura e outros defendem que a policia está presente na USP para reprimir estudantes, professores e funcionários que se mobilizam contra o modelo de universidade e o projeto privatista do Rodas. Dentro desta questão eu fico com aqueles que acham a policia militar, assim como a guarda de segurança está a serviço de proteger o projeto privatista de Rodas que visa atrelar mais a universidade com o capital.

A existência do Estado é fruto da sociedade dividida em classes, cujo os interesses são inconciliáveis cumprindo a função de preservar a sociedade. Ou seja o Estado sempre vai pertencer a uma classe dominante que vai exercer a sua função de dominação contra uma outra classe. A cada período histórico, o Estado pertenceu a uma classe dominante e hoje o Estado pertence a burguesia. Dentro desse Estado existe um corpo burocrático que está a serviço da burguesia e dentro desse corpo está o aparato repressivo do Estado. Ou seja a policia militar, assim como outros setores da policia assim como exercito são as armas do Estado burguês que é utilizada a serviço para reprimir e frear a luta dos dominados.

De acordo com John Locke, o Estado tinha como obrigação de defender direitos naturais do homem e dentro destes direitos naturais estaria o direito de propriedade do homem. Uma delegacia da policia militar de Cruzeiro, tem uma placa escrita que o Estado tem como obrigação em defender a ‘’integridade’’ do individuo relembrando o autor inglês liberal. Historicamente quando a burguesia era revolucionaria, ela tinha como objetivo de romper os privilégios da classe dominante do antigo regime para substituir pelos seus. Ou seja desde do termo  ‘’liberdade (de comercio), igualdade (ambos são iguais para competição) e fraternidade’’ até a concepção de propriedade que Locke cumpre um papel de legitimar os interesses da burguesia fazendo com que ela se constitua como classe dominante (inclusive no âmbito jurídico e ideológico) para poder legitimar a sua dominação.

O aparato repressivo do Estado, para ser legitimado perante a classe trabalhadora e o povo pobre teria uma suposta função a cumprir na sociedade. Se apoiando na miséria e nas contradições reais na sociedade mediada pelo capital, o aparato repressivo do Estado utilizando de discursos ideológico de que o homem é mesquinho, ruim, egoísta e que é necessário proteger a vida e integridade das pessoas o aparato repressivo ganha legitimidade e função, sendo supostamente o papel que ela tem que cumprir encobrindo assim o sua verdadeira função em atuar sempre em defesa aos interesses da classe dominante burguesa e da sua dominação de classe. De acordo com o senso comum, a policia serviria para prender e até matar ‘’bandidos e marginais’ que ameaçam a integridade da família de bem.

Se partimos do raciocínio mecânico de que a violência existe e a policia também, é que cada vez que a policia atua a violência não acaba mas piora, poderíamos chegar no pressuposto de que a policia não serve para acabar com o problema da violência. É correto achar que é necessário resolver tal questão pela raiz, mas como questão social é tratado como caso de policia a analise é meramente deslegitimada pela ideologia burguesa que não tem interesse e nem pode resolver esta questão pela raiz. A sociedade capitalista burguesa é marcada por enormes contradições, pois enquanto temos uma minoria que se utiliza desta riqueza, temos uma maioria que produz ela mas ganha somente um salário miserável para ela poder continuar reproduzindo a sua vida para o capitalismo continuar tendo o seu c aminho. Para além disso temos um exercito industrial de reserva, que hoje se converte num problema de desemprego estrutural onde pessoas não tem nenhuma chances de ser explorado. Lembrando que quando o proletariado vende a sua força de trabalha, ele se aliena ou seja o que produz não lhe pertence e passam a coisificar o que é produzido e as pessoas. Junta esta condição objetiva, com a subjetiva de que quando alguém não tem o mínimo de condição de sobrevivência (ou absolutamente nada) e começa a ter desanimo, sem alternativas e dai surge o que o senso comum denomina de criminoso.

A burguesia para legitimar que problema social é caso de policia, utiliza –se do imediatismo para legitimar a repressão. O que passa valer é o seguinte pensamento :  ‘’O problema da violência pode até ter suas raízes estruturais, porém a emancipação humana eqüidistante e enquanto falo de um sistema justo, alguém pode me assaltar ou me roubar’’. É desafio daqueles que se reivindicam de esquerda se contrapor ao imediatismo, como isso é necessário lutar e se organizar por demandas democrática desde redução da jornada de trabalho sem reduzir o salário para que todos trabalhem, um plano de obras que contem casas, escolas e hospitais sob o controle de sindicatos e organizações popula res, onde que as pessoas tem o direito de se tratar psicologicamente combatendo a concepção de que ‘’ela precisa reintegrar ao sistema’’ e que a culpa é individual pois o individuo possui algum tipo de patologia, pois existe o problema é culpa deste sistema de fome e miséria e tem que ser publico, gratuito e de qualidade onde seja financiando sobre a expropriação dos principais monopólios que querem conservar o problema da violência na qual a juventude e os trabalhadores tem que viver dia – a – dia e educação gratuita, de qualidade e para todos ligando com a perspectiva da abolição da sociedade de classes. Sem condição de vida material e digna para sobrevivência se torna impossível assim conseguir acabar com o problema da violência em qualquer lugar do mundo

A USP reproduz estas contradições, quando exclui a população pobre de poder ter o direito de estudar e usar suas instituições e muito menos de poder estudar dentro dela. A grande maioria dos trabalhadores terceirizados da USP, moram nas favelas do lado da universidade que são cercadas através de muros e são  constantemente reprimidos para assim garantir de mão de obra barata para a universidade e em outros lugares (como ocorreu na morte de Cicera, trabalhadora terceirizada da São Remo)  pela mesma policia que supostamente está na USP para fazer a segurança da universidade. A USP elitista exclui a maioria da população pobre, onde que estes enxergam a universidade como uma bolha alheia a realidade do povo p obre, pois é a universidade onde menos 1% da população pode entrar nela para poder estudar.

O Estado burguês e a policia são pilares que mantêm estes sistema de fome e miséria, sendo assim da manutenção das desigualdades estruturais fruto do sistema capitalista ou seja são totalmente incapazes de responder o problema da violência, pois como iremos pensar esta questão sendo que é o mesmo Estado que tem políticas que visam o desemprego estrutural onde indivíduos tem a mínima condição para voltar a ser explorados. O mesmo Rodas que pretende militarizar a USP é o mesmo que está demitindo 270 funcionários, implementando o PROADE causando mais demissões, terceirizando postos de trabalho causando inúmeros acidentes de trabalho como a morte de José Ferreira (trabalhador de 21 anos de idade), que morreu ao despencar de um prédio  ou outros acidentes de trabalho ocorridos e para os estudantes e trabalhadores que perseguidos por lutar contra o modelo atual de universidade.

Desde a concepção sobre a policia a demanda elitista de uma segurança treinada em direitos humanos: Uma polêmica com o PSTU e o PSOL

O PSTU e o PSOL desde o inicio, tem dado como eixo na mobilização dos estudantes da USP,  uma segurança capacitada em direitos humanos com nenhum questionamento de estrutura de poder da universidade. Enquanto estes setores fazem erradamente esta discussão da segurança, existem 73 presos políticos por conta da ultima ocupação de reitoria recebendo inquérito policial por conta da ultima ocupação de reitoria que foi desocupada por mais de 400 policiais. Alckmin e Rodas pretende punir estes lutadores para servir como exemplo para que não tenha mobilizações como esta, pois só assim irão conseguir implementar o projeto privatista que visam tanto a USP e para outras universidades. Lembrando também que se os 73 presos políticos forem punidos, o que será do MST, do movimento sem teto, dos índios Kaiowa que sofrem uma repressão muito maior do Estado burguês. Estas correntes tem que ter a obrigação política em entender tal situação e ter uma políticas  para esta questão.

Esta política do PSOL e do PSTU visam as eleições do DCE – USP ano que vem e a concepção de organizações que estes partidos tem. Para estes é necessário ganhar o máximo de Centros Acadêmicos, Sindicatos, DCE’S, DA possíveis e para isso rebaixam a sua política para não se chocar com a consciência dos trabalhadores e o povo pobre. Estes não possuem nenhuma concepção de preparação para momentos revolucionários, sendo que em momentos de possibilidade históricas para a revolução socialistas conseqüentemente irão dar um giro aventureiro e colocar todo seu aparato mais a ‘’esquerda’’.
Encontramos uma serie de problemas quando o PSTU e o PSOL reivindicam uma segurança capacitada em direitos humanos. O primeiro grande problema é que se trata de uma demanda elitista, pois reforça a lógica de que ‘’não querer que as pessoas da cidade baixa freqüentando o mesmo lugar que eu freqüento’’ excluindo os trabalhadores e o povo pobre de terem o seu direito de poder estudar. É importante colocar que essa lógica é eleitoreira, pois tem como objetivo destas organizações não se chocarem com a subjetividade estudantil para assim garantir os seus aparatos para o ano que vem, lembrando sempre que no ano que vem haverá eleições para o DCE da USP e está tendo as eleições para os centros acadêmicos como no CEUPS.
Para além disso, sabemos que a universidade hoje está voltado aos interesses do capital ou seja está a serviço da burguesia.  A segurança faz parte do corpo burocrático da universidade e como corpo burocrático está a serviço desta estrutura de universidade, onde temos que ter como objetivo estratégico de destruir a estrutura de universidade atual e implementar uma nova que esteja a serviço dos trabalhadores  e do pobre.  Mas como o PSTU tem costume de separar as demandas táticas da estratégica,  a organização se torna totalmente débil em lutar por uma universidade que se ja aberta para todos e que esteja a serviço dos trabalhadores e o povo pobre,  na qual a universidade que está a serviço do capital exclui.

Sobre o caráter da policia.
A nossa luta tem que estar ligada pela anulação dos inquéritos dos 73 presos políticos da USP, porém tem uma discussão dentro da esquerda que se torna necessária com a USP mas principalmente com o provável acirramento da luta de classes no Brasil futuro e como vamos enfrentar o ‘’projeto de país’’ que tem justamente  um dos seus pilares na repressão.  O PSOL através do candidato Marcelo Freixo apóia diretamente a instalação das UPP’S no Rio de Janeiro como uma policia mais ‘’humana’’ e o PSTU acredita que as greves e as demandas de policiais e bombeiros (parte do aparato repressivo do Estado) são progressistas.
Importante relembrar que a mobilização dos estudantes questionam indiretamente o ‘’projeto de país’’ que utiliza a repressão nos morros para conseguir mão de obra barata. Para além dos muros da USP, como iremos responder a realidade do povo pobre dos morros que são constantemente humilhados e assassinado pela policia? Como vamos impedir que mais Ciceras morram para conseguir mão de obra barata e precária?  No momento de crise econômica como iremos enfrentar a repressão? Para responder estas e outras é preciso ter uma caracterização e uma política correta e por isso abre a necessidade de novamente voltar nesta questão.
O PSOL tendo a frente o deputado Marcelo Freixo, defende a instalação das UPP nos morros do Rio de Janeiro como supostamente ser uma policia ‘’mais humana’’ diferente dos que são as policias militares e o BOPE no Rio de Janeiro.  Porém  a realidade é mãe da verdade e esta mesma UPP que o PSOL  e o deputado Freixo defende é a mesma que UPP que massacra também a população pobre no Rio fazendo com que ela tivesse uma experiência dolorosa e clara : A UPP é igual como outra policia qualquer e prova disso é que enquanto Freixo pedia mais UPP, a população dos morros cariocas pedia pela retirada das UPP.
O grande problema é que desde a Veja, o governador do Rio junto com a Dilma defende a instalação das UPP nos morros do Rio de Janeiro e mais como parte do projeto de pais nos morros do Brasil inteiro.  Ou seja a burguesia viu que é um projeto eficiente e que ela vai ser beneficiada, porém cabe perguntar ao PSOL se a burguesia tem interesses opostos e inconciliáveis do proletariado se não é criminoso apoiar um mesmo projeto onde estes setores da burguesia também apoiam
O apoio do PSOL as UPP alimenta a ilusão de que a policia existe para defender a sociedade e caso existe algum erro na policia, é algo particular e que precisa ser apenas reformado.  A política do PSOL e do Marcelo Freixo vai ao contrario do  papel dos revolucionários, pois uma das tarefas para a esquerda revolucionaria é fazer com que os trabalhadores percam a ilusão no aparato repressivo do Estado, pois ele está a serviço da burguesia para manter as contradições de classe sendo assim mantendo a fome e a miséria.
Outra visão da qual temos que combater é a visão do PSTU com o seu apoio a greve de policias e a necessidade de uma policia eleita. Ou seja para o PSTU, quando os policiais reivindicam melhores salários ou até mesmo melhores condições de trabalho como ocorreu no motim dos bombeiros no Rio de Janeiro, é uma demanda progressista que vai contra aos interesses da burguesia e não seguindo a tradição da comuna de paris, o PSTU pede que os delegados policiais sejam eleitos através da fabrica e dos bairros operários e populares.
O PSTU tem acordo que a policia faz parte do corpo burocrático do Estado burguês e com isso está a serviço de defender a propriedade privada, mas porém entra em contradição pois quando afirmam que os policiais são membros da classe trabalhadora ‘’os trabalhadores da segurança’’. A policia como parte do aparato burocrático do Estado, ela vai estar a serviço dos interesses da burguesia para manter a divisão de classe dentro da sociedade ou seja desde ai ela não pode ser considerada membro da classe trabalhadora mesmo que com o advento do neoliberalismo, os policiais ganhem baixos salários e tenham condições de trabalho precárias em alguns casos. Porém é necessário analisar em longo prazo, pois num momento de acirramento da luta de classes a burguesia precisa investir no aparato repressivo do Estado burguês para poder reprimir os trabalhadores e o povo pobre.
Ou seja em longo prazo, para a burguesia é maravilhoso que se invista na policia aumentando os seus salários (afinal quem não exerce melhor a sua função) e melhores condições de trabalho (com melhores armas, a policia pode reprimir melhor). No motim dos bombeiros onde o PSTU reivindicou a PEC 300 que visava aumentar tanto o salario dos bombeiros e policiais para mais de 3000 reais, teve apoio de figuras como o meganha e do Filho do Bolsonaro, onde que através da CONLUTAS e da ANEL procurou dialogar com o Dieclo do PRTB. Caberia fazer a seguinte pergunta para o PSTU, seria uma mera politica oportunista da burguesia ou porque estes enxergam como que a reivindicação da PEC 300 pode ser bom para a burguesia num futuro onde que a luta de classes se acirrar.
Temos acordo que a policia sobe o morro para reprimir e matar a população pobre e negra para conseguir mão de obra e precária e manter a ‘’ordem’’ e não para ‘’combater o trafico’’ ou para ‘’poder acabar com a violência ‘’ (uma vez que a policia é violenta). Esta mesma população pobre e negra que um dia vai se voltar contra a policia por conta de tanta opressão que estes sofrem, por isso temos que reivindicar uma estratégia que tenha independência de classe e para isso temos que retornar a comuna de paris quando os comunnards aboliram o aparato repressivo do Estado e não reivindicar melhores condições de repressão para a policia pois só vai desarmar estes que são oprimidos diariamente pela policia. Tanto é que logo após a greve dos Bombeiros, este mesmos invadiram o morro da mangueira junto com a policia.
Por fim vale esclarecer que a função do policial é reprimir os trabalhadores e o povo pobre, o seu instrumento de trabalho é o cassetete e a arma. Como podemos colocar que o trabalho constitui a materialidade do homem (partindo que a realidade concreta determina a existência e a subjetividade do individuo) ou seja ao contrario de um trabalhador da construção que produz casas, do metalúrgico da automobilística que faz o carro a policia reprimi e esta realidade portanto faz com que ela  seja reacionária tanto em sua pratica, tanto na sua subjetividade (ao contrario do que diz o PSTU, que quando a policia atua ela não sabe o que está fazendo). Sabemos que há uma crise de desemprego estrutural fazendo com que muitos indivíduos que não tem emprego, tentam procurar uma chance de trabalho na policia porém a CSP – CONLUTAS central sindical dirigida pelo PSTU deveria fazer uma ampla campanha pela redução da jornada de trabalho, sem reduzir o salario para que todos possam trabalhar pois só assim iremos combater o fato de que o trabalhador que entre para policia, deixa de ser trabalhador e passa a integrar as fileiras do Estado burguês.  

ATO POLITICO EM DEFESA DOS 73 PRESOS POLITICOS DA USP

26 de nov. de 2011

Ato contra o Genocídio do Povo Guarani Kaiowá

A Democracia burguesa só tem a oferecer repressão contra aqueles que lutam


Desde a prisão dos estudantes na USP por conta da ocupação de reitoria e a abertura dos inquéritos policiais, os assassinatos de lideres indignas por pistoleiros, a repressão e o ataque contra o direito de greve dos trabalhadores da Johson e Johson e as ameaças de mortes contra os lutadores da Universidade Federal de Rondônia mostra o que se espera do Estado burguês e quais desafios que estes lutadores devem tomar perante a repressão. Esta política repressiva é reflexo da crise econômica capitalista mundial que está afetando de diversas maneiras países do mundo inteiro, grandes processos de luta dos trabalhadores e dos estudantes em vários países do mundo e principalmente pelo fato que o ‘’boom’’ brasileiro já está sofrendo seus primeiros abalos mostrando que a crise econômica está batendo a porta no Brasil.
No período preparatório em que se abre, onde estamos vendo grandes greves de trabalhadores como em Jirau, da União – USP, dos trabalhadores dos correios e dos bancos, ocupações de reitorias de universidades no Brasil inteiro, greves de professores estaduais de mais 10 estados e a luta dos estudantes da USP e da Universidade Federal de Rondônia demonstra que se fizemos um balanço das  primeiras lutas, o Estado burguês tende a tomar medidas repressivas e que com o acirramento da luta de classes e da crise econômica. Frente a esta etapa preparatória em que se abre e as medidas repressivas do Estado burguês é necessário que algumas tarefa seja cumprida por aqueles que querem se forjar na luta de classes para a revolução socialista.
Com o avanço das contradições da sociedades e o alto desenvolvimento das forças produtivas, se já era claro desde do inicio que reformas graduais por dentro do sistema capitalista era impossível conquistar a emancipação humana (isto era bem claro no período da primeira guerra mundial, onde que o contexto era de crises, guerras e revoluções).  Na especificidade Brasileira onde existe uma burguesia que é conservadora desde o inicio, a ultima cartada da burguesia quando estas contradições e a luta de classes se acirram é regimes autoritários como ditaduras militares ou com inspiração fascistas  contra a classe operaria e o povo pobre.  O teórico e  militar  famoso SUN TZU que escreveu a arte da guerra classifica que ‘’a arte da guerra é de importância vital para o Estado. É uma questão de vida ou morte, um caminho para a segurança ou para ruína’’  e outro conhecido por elaborar questões sobre a guerra e influenciar Lênin e Trotsky chamado Clausewitz diz que ‘’a guerra em seu sentido literal, é a luta, pois a luta é o principio efetivo dentre as múltiplas atividades que constitui o que é chamado de guerra’’.
A Burguesia como classe possui os meios de produção e a riqueza é conservadora pois ela não quer perder o que tem para a sua contraposição, o proletariado.  Enquanto classe dominante, a burguesia pretende acumular riquezas cada vez maiores que em contraposição ao proletariado que enquanto classe dominada não quer ser explorada. A burguesia é uma classe parasitaria, pois precisa do proletariado (aquele que produz a riqueza, porém nada tem) para se manter como burguesia e por isso que estas duas classes formadas dentro do capitalismo tem interesses inconciliáveis.
Se analisarmos SUN TZU através da luta de classes, podemos ver que a burguesia  atua para não perder a propriedade privada para continuar a sua dominação contando com um enorme aparato burocrático ao seu favor (Desde do Estado, sua estrutura jurídica, aparato repressivo, ideológico e capital para cooptação dos dominados), ou seja de acordo com Lênin o papel do Estado serve para frear a luta de classes ora através da repressão e ora através de algumas concessões. Já no caso do proletariado que vende a sua força de trabalho, ele não tem nada a perder se não as suas amarras e a condição de vida de miséria que o sistema capitalista impõe. Porém a burguesia pode levar o proletariado e o povo pobre a ruína , mesmo nas lutas preparatórias, a ruína punindo suas lideranças e destruindo suas organizações.
A Burguesia é inimiga do proletariado e do povo pobre, ou seja o proletariado tem que levar a sua classe inimiga a ruína e ele enquanto classe pode (e tem como dever histórico)  resolver esta questão pela raiz. A sociedade mediada pelo modo de produção capitalista é o período histórico onde que a burguesia se constituiu como classe dominante, rompendo os antigos privilégios mas impondo os seus e para isso o proletariado tem que resolver este problema pela raiz e para isso tem que expropriar a burguesia, acabar com a propriedade privada de modo a abolir as classes da sociedade.  Porém para não se ver na ruína, a burguesia vai defender com unhas e dentes os seus privilégios temendo que o proletariado acabe com ela (ou num caso de revolução, restaurando os interesses do capital).
Vale a pena lembrar que com o acirramento da luta de classes, a democracia burguesa desmorona e torna um mera ilusão. Portanto podemos  criticar corretamente o PSOL que é um partido que não passa de uma copia do PT das origens, cumprindo um papel de atuar dentro do parlamento submetendo os movimentos de trabalhadores e do povo pobre a casa burguesa. Porém o parlamento é a casa onde que a burguesia tira as suas políticas de Estado e para isso é necessário eficiência, mas quando há um acirramento da luta de classes a burguesia ‘’perde esse direito stritu sensu’’ deixando na mão da burocracia de Estado, mas em ‘’lato sensu’’ o Estado continua sendo burguês e a classe dominante continua a acumular riquezas. Inclusive como etapa preparatória é necessário que o povo pobre e oprimido percam as ilusões no parlamento e partam para as ações extra-parlamentar e para isso cabe ao partido revolucionário ter um papel de denunciar o que está sendo votado e para qual classe é beneficiada com as políticas de Estado, porém o PSOL não cumpre este papel e mesmo que tenha rompido com o PT, cumpre o mesmo papel (embora seja em escalas diferentes) de fazer com que os trabalhadores e o povo pobre acreditem nas instituições burguesa.
O que o PSOL não compreende é que dentro do parlamento burguês, existem ampla maioria de camadas de parlamentares que são da burguesia e outros que são cooptados pela a burguesia através da mais valia dos trabalhadores. É o modo de produção determinando a política, ou seja são os interesses da burguesia que são favorecidos no parlamento burguês. Este mesmo parlamento que impõe a fome e a miséria para os trabalhadores e o povo pobre abrindo as enormes contradições da sociedade.
A proposta do PSOL é de ser um novo PT das origens e ele está conseguindo ser exatamente na pratica, o que propõe. Tanto é que o PSOL está seguindo o mesmo caminho do PT seguiu, pois já esta votando leis anti operarias como o super simples, já recebeu dinheiros de empresas como a Gerdau e dentro do movimento estudantil se constituindo como uma nova burocracia e traindo mobilizações como dos estudantes da USP. O PSTU por ser um partido centrista se alia aos reformistas do PSOL, assim como se aliou ao PT antes desde chegar ao governo, mesmo que o Partido dos Trabalhadores na época estava dando uma guinada a direita. Pelo fato dos partidos reformistas brasileiros  terem uma grande força e influencia nas massas por motivos históricos, e também pelo motivo de que nenhum partido revolucionário conseguiu se ser uma alternativa real que atraísse as camadas mais combativas, faz com que o PSTU se ligue a estes partidos não tendo assim nenhuma outra força para puxar a esquerda e por conseqüência o próprio PSTU da uma guinada a direita e abrindo  mão de muitos pontos corretos levantado em seu programa.
No Rio de Janeiro, o deputado estadual do PSOL Marcelo Freixo deve que sair do pais por conta de ameaças de mortes por ir contra as milícias no Rio de Janeiro e os interesses de setores da burguesia que participam da política de Estado que a financia. Porém é este mesmo deputado que defende a instalação de UPP’S (como uma espécie de policia mais ‘’humanizada’’) nos morros cariocas do Rio de Janeiro, se esquecendo que as milícias formadas é formada por setores da policia atuando também em defesa da propriedade privada e a policia faz parte do corpo repressivo do Estado burguês. Ou seja, a estratégia que o PSOL tem pode levar o Marcelo Freixo e outros lutadores a morte, o que coloca na ordem do dia uma ampla campanha de defesa a Freixo e outros lutadores ameaçados de morte pelo Estado burguês no Brasil inteiro como os estudantes e professores da UNIR, que tenha de fato eixo na independência de classe dos trabalhadores e do povo pobre.
Uma campanha em defesa dos lutadores (e da vida deles), coloca a obrigação de não ter erros e ter uma política correta em relação a vida dos lutadores ou seja é uma política incorreto ou qualquer erro aqueles que lutam poderão ser presos ou mortos. Infelizmente, o PSOL não possui esta política e os erros que este partido comete como não colocar como prioridade a anulação dos 73 inquérito dos estudantes presos por conta de ocupar a reitoria da USP ou a estratégia de confiar nas instituições burguesas pode fazer com que a historia seja severa com aqueles que lutam e por isso cada organização que se diz de esquerda e classista deveriam ter a responsabilidade política (embora o PSOL, PSTU não tenham – no caso destes partidos nem classista pode se chamar) sobre esta questão.
Numa guerra quem consegue se preparar mais, consegue levar o outro adversário a ruína. Ou seja é necessário se preparar dando cada luta concreta e procurando vencer ou caso fazer balanço das lutas que estão por vim assim procurando sempre enfraquecer a burguesia. De acordo com Clausewitz ‘’A guerra, em seu sentido literal, é luta, pois a luta é o principio efetivo dentre as múltiplas atividades que constitui o que é chamado Guerra’’. Ou seja dentro destas atividades temos um objetivo imediato e estratégico que é a defesa destes lutadores pois caso estes serem punidos ou mortos, a burguesia vai sair cada vez mais fortalecida pois é mais do que necessário conseguir responder este desafio e conseguir obter esta vitoria estratégica contra a burguesia.
É mais do que importante defender os 73 presos políticos da USP.
Os estudantes da USP estão em luta pela retirada da PM e pela retirada dos processos administrativos, para mais de um mês. Dentro deste período ocorreram duas ocupações (na administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e na Reitoria, sendo que na ultima o Rodas teve que chamar a mais de 400 policiais para desocupar o prédio e prendendo 73 estudantes e trabalhadores). Com a declaração da greve estudantil, após a reintegração de posse da policia uma importante. Com a declaração a greve geral estudantil, surge um fato político de existir 73 presos políticos e que precisa ser respondido, por isso tem que ser dado como eixo fundamental dessa luta. Pois numa guerra, a moral exerce influencia e pode ser decisivas em batalhas e caso estes 73 estudantes e trabalhadores forem preso de fato, vai gerar uma desmoralização que poderá significar a derrota dos estudantes que estão travando uma luta exemplar.
A luta dos estudantes que está ocorrendo na USP ultrapassa os muros da universidade e passam a ser questões de interesses todos (tanto para a burguesia que quer ver o movimento derrotado, tanto para os trabalhadores e o povo pobre que tem o direito de entrar numa universidade publica, gratuita e de qualidade, tanto para os lutadores que sofrerão mais do que sofrem caso os 73 estudantes e trabalhadores sejam preso de fato). Tão a importância da luta em defesa dos 73 presos políticos, pois se os indignas, o MST são massacrados pelo Estado burguês imagina o que ocorrera com estes movimentos caso estes 73 presos políticos forem preso de fato o que pode acontecer com os lutadores que sofrem uma repressão maior do que aconteceu na USP. Caso estes estudantes e trabalhadores forem preso, iremos fortalecer esta burguesia brasileira reacionária , caso eles forem soltos iremos enfraquecer a classe dominante ou seja cabemos uma pergunta a todos que lutam : Quantos massacres como El Dorado dos Carajás que vão ter que acontecer caso estes estudantes forem preso?,  Quantos militantes que serão mortos desta vasta lista de ameaçados de morte no Brasil inteiro?, o que pode acontecer com o movimento operário e a juventude negra que é morta nos morros pela esta mesma policia assassina que está na USP?.
Enquanto a mídia burguesa criminaliza o movimento de estudantes da USP, taxando de rótulos preconceituosos como ‘’baderneiros’’, ‘’vândalos’’ e ‘’maconheiros’’ ela conscientemente tenta afastar a USP  das mortes de militantes no Brasil inteiros que são uma prova de tão como a democracia burguesa é degradada pois enquanto temos uma burguesia que nunca cumpriu um papel progressista na historia, temos uma democracia com fortes continuidades da ditadura militar. Questiona o mesmo projeto de país que tem uma estrutura no campo extremamente atrasada (o que garante o exercito industrial de reserva ou mão de obra barata) e a repressão nos morros contra a população pobre, negra e trabalhadora para garantir mão de obra barata e precária que sustenta o crescimento econômico e as altas taxas do PIB. Tal projeto de pais que avança esconde fortes contradições frágeis que tende a estourar e tornar os próximos anos cada vez mais instáveis, acabando assim com o ‘’oba-oba’’ da burguesia brasileira.
Enquanto muitos dizem que a democracia (na sua forma burguesa) já está consolidada, outros falam que os estudantes da USP precisam ter uma aula de democracia, a democracia que a burguesia tanto reivindicam não atende as reivindicações dos trabalhadores e do povo pobre, é repressiva contra aqueles que ousam lutar contra o sistema capitalista (afinal entre as liberdades democráticas   e o ‘’mercado’’, a burguesia sempre vai querer salvar este ultimo). O que Alckmin não entende e jamais vai entender pois defende os interesses da burguesia, pois mesmo que as direções dos movimentos de trabalhadores e o Estado terem cumprido um papel histórico de frear as lutas dos trabalhadores com algumas concessões o povo pobre ainda tem alguma liberdade democrática é porque aconteceram lutas históricas e não porque a classe dominante é altruísta e pensa nos interesses de todos. Só que mais uma vez, esquecem que estas liberdades democráticas conquistadas com luta dos trabalhadores e do povo pobre, pode ser retirada pela burguesia e com acirramento da luta de classes e das contradições a tendência do Estado burguês é ser cada vez mais repressivo  até que o um dia era democrático, se torna uma ditadura contra os trabalhadores e o povo pobre. Caberia a perguntar ao PCB e a setores do PSOL que reivindicaram voto na Dilma contra o Serra, se pensaram o que a Dilma poderia fazer com as greves de trabalhadores como os do correios e dos bancos ou nas ameaças de mortes dos lutadores de UNIR, onde que a reitoria é ligada ao PMDB partido aliado do governo do PT? A historia cobra muito caro com aqueles que possui uma política errada que não consegue responder a realidade, por isso todos aqueles que se reivindicam de esquerda devem ter responsabilidade política pois quem sempre paga pelos erros são os trabalhadores, o povo pobre e principalmente os lutadores.
A democracia burguesa e a necessidade de luta dos trabalhadores e do povo pobre.
Perante estes últimos acontecimentos, caberia perguntar o que é esta democracia em que vivemos hoje e seria possível uma alternativa perante a ela. Ao contrario de muitos que colocam a democracia burguesa como um valor universal, contrapondo ela com regimes autoritários é necessário falar que existirem outras formas de democracia é para fazer uma analise correta temos que ver o modo de produção, as relações de classes, o determinado período histórico que vivemos, o tipo de Estado, os autores que elaboraram sobre a democracia e democracia para qual classe?. Com o acumulo de contradições e o acirramento da luta de classes e possibilidade histórica de revolução social, a burguesia descarta do seu parlamento para continuar lucrando através da exploração dos trabalhadores e aplica um golpe contra a classe operaria e o povo pobre que forma a maioria da população. Os trabalhadores só vão conseguir todas as liberdades democráticas com a tomada do poder pela força.
Perante isso é necessário desde questões como não a punição dos 73 presos políticos da USP, como o não assassinatos de lideranças de movimentos populares, pelo direito de greve e de organização dos trabalhadores e contra as ameaças de mortes e as perseguição políticas em UNIR ligando com uma campanha contra a repressão e a perseguição e morte dos lutadores no Brasil inteiro, pelo amplo direito de greve, punição e expropriação a todos assassinos materiais e intelectuais dos lutadores e defesa de todas suas demandas pois a maioria da população não pode perecer na miséria e fome.
Por fim é importante lembrar que a democracia burguesa com sua concepção de igualdade jurídica e de cidadania  (onde todos são iguais perante a lei e por isso o individuo tem condições iguais para vender sua força de trabalho) e discursos de políticas de Estado para o bem comum só legitima os interesses da burguesia. No período de reestruturação produtiva onde a maioria dos direitos sociais e trabalhistas foram arrancados dos trabalhadores e da população pobre é que a burguesia utiliza este discurso democrático para poder ter legitimidade a exploração de classe e curiosamente se contrapondo ao que foi o Stalinismo (mesmo que setores da burguesia nutrisse de simpatia ao regime de Stalin), mas alegando que aquilo foi de fato o que pretendia Marx e Engels.
Estamos em Guerra entre as  classes, por isso a cada luta atividade temos que enfraquecer a burguesia e impor a classe dominante a nossa vontade. Caso ao contrario perdemos estas lutas, fortalecemos a burguesia e desmoralizamos os nossos soldados (os trabalhadores e o povo pobre), fazendo com que a classe dominante, abrindo brechas para que ela se torna cada vez mais repressiva de acordo com o acirramento das contradições da sociedade e a luta de classes assim dando confiança para que ela de um golpe (tanto fascista ou militar) contra os trabalhadores e o povo pobre. O jogo está em aberto é mais do que necessário que nos vencemos a guerra!
Algumas concepções precisam ser debatidas com o PSTU
Na luta dos estudantes da USP, o PSOL e o PSTU vem atuando em defesa de uma segurança mais humana sem questionar a estrutura de poder da universidade e criticando as correntes que atuaram na ocupação de reitoria colocando a culpa da repressão nelas por causa da invasão policial por conta da ocupação de reitoria. 1) É importante colocar que a repressão policial existe por conta de uma sociedade dividida em classes antagônicas e inconciliáveis. O papel do Estado vai ser sempre abrir algumas concessões, por outro lado utilizar da repressão para frear a luta de classes. Esta ultima alternativa foi a maneira de que ele encontrou para desocupar a reitoria, 2) Mesmo que o PSTU tenha divergências por conta da ocupação da reitoria, cabe lembrar que para além dos desacordos políticos é obrigação destes defender os presos políticos e impedir que o Estado puna-os. Quando o Estado pune algum lutador é para dizer para outros que se lutarem, vão ser reprimidos também ou seja é uma questão que ultrapassa as barreiras de divergências que são saudáveis pois não é um lutador especifico que é punido mas sim todos aqueles que se opõe a ordem das coisas, 3) Além de insistir no erro de dar prioridade numa segurança mais humana e não na punição contra os presos políticos, o dirigente do PSTU e professor da UNICAMP Álvaro Bianchi numa tentativa mesquinha de criar intrigas medíocre  entre correntes disse que não tinha ninguém da LER-QI e do NN, pois são a esquerda que o Rodas gosta. Além de levantar uma calunia, pois havia militantes da LER-QI na prisão não contribui em nada, pois independente da corrente que está na cadeia é obrigação de todos que se reivindicam de esquerda lutem em defesa dos lutadores independente das divergências (Pensando na mesma lógica mesquinha que Bianchi, não teríamos necessidade de defender Marcelo Freixo do PSOL, pois ele defende as UPPS nos morros do Rio de Janeiro).
O PSTU assim como outras correntes tem que se colocar a ativamente a favor dos presos políticos na USP e em defesa dos lutadores no Brasil inteiro (lembrando que existem militantes do PSTU em condição de preso político por protestar contra o Obama). Chega de oportunismo e intrigas que só vão favorecer a burguesia que quer acabar com os lutadores para impor a fome e a miséria para a maioria da população pois é necessário ter uma ampla discussão cujo o objetivo seja discutir uma política correta para que não tenha erros, pois caso ter a historia vai cobrar muito caro a estes lutadores que estão sendo perseguidos e muitos outros que poderão ser no futuro.



22 de nov. de 2011

Abaixo assinado em defesa dos 73 presos politicos da USP

 
 
No dia 08/11, o governo do Estado de São Paulo e a Reitoria da USP foram responsáveis pela prisão de 73 ativistas do movimento estudantil e sindical que protestavam pela retirada da Polícia Militar da USP, a anulação do convênio entre a USP e a Polícia Militar assinado em setembro de 2011 e o fim dos processos administrativos e judiciais contra ativistas do movimento estudantil e sindical da universidade. Concordando-se, ou não, com o método de luta utilizado ou com o mérito da causa defendida, o fato é que o indiciamento dos manifestantes, ainda mais considerando a força policial totalmente desproporcional que foi utilizada, representa uma forma de criminalização da política, uma repressão aos movimentos sociais, um atentado à democracia e uma agressão aos Direitos Humanos, visto que a Declaração Universal, de 1948, garante a liberdade de opinião e de expressão (art. 19), preconizando que cumpre ao Estado de Direito respeitar o exercício da ação política de natureza reivindicatória, "para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão".
Nós, abaixo-assinados, nos declaramos contrários à criminalização dos 73 presos políticos da USP, que se insere no contexto do imoral e desproporcional processo persecutório, totalmente contrário ao interesse público, que se instaurou no seio da maior universidade pública da América Latina por obra do atual Reitor. Solicitamos a anulação destes inquéritos, bem como a retirada dos processos anteriores a estudantes e funcionários da USP.

INTELECTUAIS

Jorge Luiz Souto Maior - Professor da Faculdade de Direito da USP e Juiz do Trabalho

Luiz Renato Martins - Professor da Escola de Comunicação e Artes da USP

Profa Virgínia Fontes - Historiadora - UFF e EPSJV-Fiocruz (RJ)

Prof Caio Navarro de Toledo - UNICAMP

Profa Beatriz Abramides – presidente da APROPUC

Prof Marco Antonio Perruso - Professor do Dpto. de Ciências Sociais da UFRural RJ

Prof Mathias Seibel Luce - Professor Universidade Federal de Uberlândia

Prof Lúcio Flavio Rodrigues de Almeida – Professor da PUC-SP

Profª Maria do Socorro Reis Cabral - Coordenadora do Curso de Serviço Social da PUC/SP

Heloísa Fernandes - professora aposentada do Departamento de Sociologia da FFLCH da USP

Prof Sergio Romagnolo – IA UNESP

Prof Ruy Braga – professor da FFLCH-USP

Ivana Jinkings – editora da Boitempo

Prof Dr José Arbex Júnior - Chefe do depto de jornalismo da PUC-SP

John Kennedy Ferreira - sociólogo e professor da PMSP

Dirlene de Jesus Pereira - professora do Depto. de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina

Carlos Bauer - Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação (Mestrado e Doutorado) da Universidade Nove de Julho - PPGE/Uninove.

Claudia Mazzei Nogueira - Professora de Serviço Social da UFSC.

Geraldo Augusto Pinto - Professor do Centro de Educação e Letras da Unioeste

Cristina Maria Brites - Professora da Universidade Federal Fluminense, Polo de Rio das Ostras

Marcelo Braz -Professor e Vice-Diretor da Escola de Serviço Social/UFRJ

Sâmya Rodrigues Ramos -Professora da UERN (Universidade do Estado do Rio Grande do Norte) e Presidente do CFESS (Conselho Federal de Serviço Social)

Valerio Arcary, professor do IFSP (Instituto Federal de São Paulo)


SINDICATOS

Rosemary Dias Longhini - Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e Autárquicos de São José do Rio Preto e Região

Aparecido Araujo Lima - Diretor do Sind. dos Trabalhadores em Editoras de Livros do Estado de SP

Aparecido Araujo Lima - Diretor do Sind. dos Trabalhadores em Editoras de Livros do Estado de SP

Waldemar Rossi - membro da Coordenação da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo


MOVIMENTOS SOCIAIS

Lucia Skromov – Comitê Pró-Haiti

Raimundo Bonfim, advogado e coordenador geral da Central de Movimentos Popualares (CMP-SP) 

Paula de Mattos Skromov – Comitê Pró-Haiti

Samantha Silva – Comitê Pró-Haiti

Fernando Silva – Comitê Pró-Haiti

Jordi Ferrer – Comitê Pró-Haiti

Luciana de Araújo Garcia– Comitê Pró-Haiti

Rafalea Tasca– Comitê Pró-Haiti

Inês Amarante– Comitê Pró-Haiti

Edson Barreto dos Santos– Comitê Pró-Haiti

Frederico Cerqueira Cruz– Comitê Pró-Haiti

Vidal Cavalcante– Comitê Pró-Haiti

Alicia Monteiro– Comitê Pró-Haiti

Nadia Podleskis– Comitê Pró-Haiti

Jean Norbert P. Montero– Comitê Pró-Haiti

Renata Lucharelli– Comitê Pró-Haiti

Fernanda Lucharelli– Comitê Pró-Haiti

21 de nov. de 2011

Calendário Unificado da Greve da USP / Dia 24/11 - Quinta - Grande Ato na Paulista

Confira a seguir o calendário unificado de atividades de greve, organizado dia 18/11, durante a reunião Comando de Greve Geral da USP que contou com a presença de 135 delegados representando 2700 estudantes mobilizados:

SEG 21/11
...
08h30: FAU: das 08h30 às 12h: Filmes: Reuniões de Turma
12h: ECA: Reunião mostra CAC/ Macarrodas do CAP
14h: ECA: Debate CAC sobre atuação da PM
CAF: das 14h às 17h: Confecção de cartazes e faixas para o ato de 5ª feira e ensaio das músicas de mobilização aberto à todos os interessados
Local: Espaço Verde, no prédio do meio da FFLCH
Geografia: à tarde: Comando de Greve da GEO (e eixos)
FAU: das 14h às 18h: Reunião de Grupos de Trabalho (definição)
Oficina de Silk de Cartaz
História: Comissão de intervenções artísticas para a feira do livro
Comissão de esclarecimento e panfletagem na feira do livro
Grupo de Trabalho: Segurança

16h: Ciências Sociais: "Conversa Aberta sobre a situação da USP em aula de Antropologia e Direitos Humanos", com a Profa. Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer
17h: ECA: Reunião da comissão de comunicação e cultura da ECA
18h: FAU: Assembléia da FAU
História: Plenária da História
19h: ECA: ass. Do CRP/ ass. de cursos
Geografia: à noite: Plenária departamental (professores e alunos)

TER 22/11

08h30: FAU: das 08h30 às 12h: Filmes
Apresentação dos Grupos de Trabalho
9h: ECA: Aula pública – doc. Queimadas
12h: ECA: das 12h às 15h: Debates
Assembléia Letras
14h: Geografia: à tarde: Eixos
História: Palestra: História da PM e Resquícios da Ditadura
Convidados: André Rosemberg e Wilson Barbosa
15h: FAU: das 15h às 18h: Aula Pública sobre “Universidade Pública”
Convidado: A. Delijaicov
17h: História: Comissão de intervenções artísticas para a feira do livro
Comissão de esclarecimento e panfletagem na feira do livro
Grupo de Trabalho: Segurança

18h: Adusp e FFLCH: Debate “Democracia e violência na Universidade” –
Local: Anfiteatro da Geografia
Convidados: Profª Marilena Chauí, Carlos Alberto Dantas (IME), Paulo Arantes (FFLCH), Rubens Barbosa de Camargo (FE)
Assembléia Letras
19h: ECA: Assembléia da ECA
(após o término da assembléia FESTA: Terça i Breja!)
FAU: Aula Pública do Design
Geografia: à noite: Reunião Adusp + Estudantes
19h30: História: Debate: Direitos Humanos e Movimentos Sociais
Convidados: Tribunal Popular, Núcleo de Consciência Negra, + movimentos sociais

QUA 23/11

08h30: FAU: das 08h30 às 12h: Filmes
Grupos de Trabalho
10h: Comando de Greve: Panfletagem no entorno do metrô Butantã
ECA: Oficina do TANQ_ROSACHOQ_+ Base Móvel Artística
12h: IP: das 12h às 14h: Assembléia da Psicologia
(Pedido de ajuda para a mobilização)
13h: ECA: Concentração na Prainha (ECA) – cartazes, adereços, etc.
14h: ECA: Ato na congregação da ECA
FAU: das 14h às 18h: Oficina de lambe-lambe
Geografia: à tarde: Comando de Greve
Discussão da Mídia
História: Debate: Cotas e Democracia na USP
Convidada: Profª Maria Helena
15h: ECA: Saída do cortejo da base móvel artística até a base da PM
(Se não houver base, arrastão pelos cursos divulgando o ato da 5ª feira e a Assembléia Geral)
18h: Assembléia Geral dos Estudantes da USP! Local: POLI

3. quinta, 24.Nov: Ato com concentração às 14h, na Praça Oswaldo Cruz. Caminhada pela Avenida Paulista e final no vão do MASP,

QUI 24/11

8h: ECA: Aula pública sobre ação da mídia (CRP e Jornalismo)
08h30: FAU: das 08h30 às 12h: Filmes
Reunião da comissão de comunicação da FAU

14h: Ato na Paulista
Concentração na Pça. Oswaldo Cruz (metrô Paraíso)
Percurso do Ato:
Da Pça. Oswaldo Cruz até a Consolação
Da Consolação até o MASP
Aula Pública no Vão do MASP sobre “Democracia”
Convidados: chamado amplo a intelectuais, entidades estudantis e sindicais que apóiam o nosso movimento.
(Com realização de uma “Aula de Democracia” de acordo com os eixos do movimento, com a presença de intelectuais e movimentos sociais. Convidado especial: Governador Geraldo Alckmin)

4. sexta, 25.Nov: show com artistas que apoiam o movimento.

SEX 25/11

10h: ECA: Pintura do Canil – Base permanente da Tropa Rosa Choque
14h: Geografia: à tarde: Debates com movimentos sociais
História: Indicativo do Comando de Greve da História
17h: História: Grupo de Discussão: UNIR
18h: Comando de Greve: Reunião do Comando de Greve na FAU, sala 801
19h: História: Sarau Artístico
22h: Grande Show em apoio à Greve dos Estudantes da USP
Local: a definir
Convidados: a definir

ATIVIDADES GREVE
QUA 23/11 18h
ASSEMBLEIA GERAL DOS ESTUDANTES
Local: POLI

QUI 24/11 14H
ATO NA PAULISTA/AULA DE DEMOCRACIA
Local: Praça Oswaldo Cruz

SEX 25/11 18h
COMANDO GERAL DE GREVE
Local: sala 801 da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU)
CURSOS EM GREVE OU PARALISADOS
Filosofia, História, Geografia, Ciência Sociais, Artes Cênicas, Artes Visuais, Audiovisual, Relações Públicas, Publicidade e Propaganda, Jornalismo, Turismo, Educomunicação, Biblioteconomia, Música, Pedagogia, Relações Internacionais, Psicologia, Pós-graduação, Arquitetura, Design
PRÓXIMAS ASSEMBLEIAS
Física: 21 de novembro, às 17h
História: 21 de novembro, às 18h
FAU: 21 de novembro, às 18h
CJE (Jornalismo e Editoração ECA): 21 de novembro às 19h
IME: 22 de novembro às 12h e às 18h
ECA- 22 de novembro, às 18h
Letras: 22 de novembro, às 12h e às 19h
Filosofia: 22 de novembro, às 19h
Psicologia: 23 de novembro, às 12h
Pós-graduação: 23 de novembro, às 18h na Poli
Biologia: 29 de novembro, às 17h
LINKS
Boca Livre S.A.
FAU em greve
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www.facebook.com/uspemgreve

Ódio de classe da burguesia : uma visão sobre os ataques da burguesia contra os estudantes da USP

É nítido nos grandes meios de comunicação, porta vozes dos interesses da burguesia um grande ódio contra a mobilização dos estudantes da USP pela retirada da policia no campus universitário. Este ódio de classe se materializa, desde na matéria do fantástico onde que da pra entender que a ocupação de reitoria foi um ato criminoso, nos comentários odiosos do blog do Reinaldo Azevedo até a reunião das socialites de SP. Em ambos os casos, estes setores tem uma reivindicação em comum contra os estudantes da USP : É necessário reprimir os estudantes da USP para conseguir implementar o projeto de universidade elitista.
Quando existe um conflito de interesses antagônicos e inconciliáveis como é no caso da sociedade dividida em classes, é fácil perceber o ódio entre os dois lados da trincheira na batalha. Este ódio existe quando se tem uma clara definição de interesses numa determinada luta, ou seja a burguesia como classe e juntando o fato dela estar atuando sempre na defensiva quando vê a sua dominação sendo questionada (mesmo até que a luta seja tática) e quando vê uma luta concreta acontecendo se expressa este ódio pois ela consegue enxergar quem são seus inimigos. Mesmo que a burguesia brasileira seja desde o inicio conservadora e nunca tenha cumprido um papel progressista na historia, temos que escutar do governador de São Paulo que os estudantes que ocuparam a reitoria precisa ter aulas de democracia : Mas que democracia que o Geraldo Alckmin tanto reivindica? A democracia de que é necessário ter um porrete na mão contra aqueles que se voltam contra a dominação da burguesia.
Se pegamos desde os inquéritos policiais recebidos pelos os 73 presos políticos, até as declarações do Alckmin é fácil perceber do que estamos tratando. Se até jurista da PUC-SP alegou o que está acontecendo na USP não foi um crime e sim foi fato politico, podemos ir além deste pressuposto pois não dá para pensar a politica por fora da questão de classes. Mesmo que a classe dominante mistifique, um dos inquéritos dos 73 presos políticos foi de desobediência civil (que se analisar de acordo com Marx, estes presos foram acusados de desobediência burguesa ou seja desobedeceram a classe dominante) e o discurso de que o Alckmin sobre os estudantes que deviam ter uma lição de democracia é que estes deveriam seguir a norma jurídica e as regras impostas pela burguesia (alguns autores irão criticar da seguinte maneira : A democracia  reivindicada pelo Alckmin é a democracia burguesa, já outros autores irão dizer que o governador de SP confunde democracia com as relações de ‘’mercado’’). Estes discurso mistificado  para poder ser legitimado perante os dominados  de ‘’democracia’’ e obediência civil (podemos falar que na época da ditadura militar, os alunos eram obrigado a ter aula de educação cívica) cai a sua mascara e mostra que estão a serviço de uma classe dominante.
Apoiado no conservadorismo da pequena burguesia, a grande burguesia destila o seu ódio contra os estudantes em luta na USP e isto não é pouco caso. O ódio contra o inimigo é fundamental para que um exercito derrote o outro, no caso da USP a burguesia paulistana pretende vencer está guerra e esmagar os estudantes que lutam pela a retirada da PM no campus e assim tentar frear o projeto de universidade que tanto Rodas, tanto Alckmin e tanto esta mesma burguesia tem para a USP e o restante das universidades.
Na USP não é um caso particular onde se demonstrou tanta fúria dos dominantes com os dominados. Outro caso explicito desse ano que ocorreu, onde que a burguesia deixou explicito o seu ódio de classe contra os dominados foi no começo do ano com a rebelião dos trabalhadores de Jirau que se rebelaram contra as condições de trabalho que eram imposta. No caso da Greve de Jirau, a mídia porta vozes dos interesses da burguesia também demonstrou seu ódio de classe contra estes trabalhadores criminalizando os  por lutar. Como prova temos, uma das edições da revista época lançada neste ano trata os trabalhadores como criminosos e canoniza a Camargo Correia como ‘’um grande coitado’’ e os trabalhadores ‘’como bandido’’, chamando a repressão policial e judicial contra os lutadores de Jirau.
A mesma burguesia que avança com toda sua fúria contra os trabalhadores e o povo pobre, é a mesma que prega devemos respeitar a pessoa independente de sua classe mas por trás disso existe a sua dominação de classe. A burguesia enquanto classe dominante quer conservar a ordem e a miséria e enquanto classe defende com ódio a propriedade privada enquanto os oprimidos se levantam, porém não aceitam enquanto os dominados demonstram o seu ódio legitimo contra os seus opressores ai são vistos como as anomalias da sociedade. A revolução russa foi o momento em que os trabalhadores junto com os setores oprimidos da sociedade tiveram a oportunidade de guiar os seus próprios destinos com suas mãos, esta mesma revolução que fez a burguesia temer e sentir ódio pois fez com que ela perdesse o seu domínio na Rússia.
Junto com as teorias do fim da historia, o fim da classe operaria e outras correntes teóricas legitimadas por supostos ‘’sabichões’’ a serviço da burguesia, o classismo tentou ser apagados de diversas formas na mentes dos dominados. Desde os CCQ’S instaurados com o fenômeno do TOYOTISMO, até a marginalização do marxismo na academia por conta da restauração burguesa fez com que as teorias classistas fossem substituídas por teorias que reivindicassem a cidadania, ou que negasse a existência das classes. Neste sentido vivemos um período de ‘’paz social’’ e de passividade, ceticismo e derrotismo no Brasil por conta das ultimas derrotas fruto de direções como o do PT e do PCB, do ‘’boom econômico’’ e da reestruturação produtiva e cabe a esquerda concretamente resgatar de volta o classismo dentro dos setores oprimidos da sociedade, pois só uma estratégia que pregue de fato a independência de classe vai fazer com que os trabalhadores junto com os demais setores oprimidos da sociedade se emancipem. É nesse sentido que o ódio contra o exercito inimigo, que no caso da luta de classe seria contra a burguesia se faz necessário.
Está na ordem do dia, a esquerda que é de fato classista e combativa forjar setores de trabalhadores, estudantes nestas e nas próximas lutas que virão neste período preparatório que já inicia com lutas iniciais como a USP e Jirau. Apesar de cada particularidade destas lutas e de demandas, ambas questionam o projeto de pais que a burguesia tem para o Brasil e demonstra necessidade de se organizar tendo em vista um programa que responda as necessidades reais da juventude, dos trabalhadores da cidade e do campo e de todo pobre e oprimido que se contraponha e coloque como alternativa a este ‘’projeto de pais’’ da burguesia.
O PSTU com sua estratégia de ganhar sindicatos, rebaixando o programa com reivindicações que colem na subjetividade dos trabalhadores e estudantes fazendo assim que a consciência não avance não consegue ser uma alternativa concreta ao ‘’projeto de país’’ da burguesia. A estratégia do PSTU na luta dos estudantes da USP é de conquistar junto ao PSOL, o DCE da USP. Mesmo o PSTU tente se localizar depois da assembleia do 1/11 e ter votado junto com o PSOL pelo adiamento das eleições do DCE no ano que vem, o PSTU não pode priorizar uma eleição de uma entidade do que a luta pela anulação dos inquéritos ao 73 presos políticos, pois se estes estudantes forem de fato preso por lutar imagina o que vai acontecer com o Movimento Sem Terra, o movimento sem teto, os ameaçados de mortes por lutar e podemos falar também com os próprios militantes do PSTU (uma vez que a repressão não é algo individual). O mesmo PSTU que através da CONLUTAS lança a campanha ‘’Se o bolo cresceu, o trabalhador quer o que é seu’’, que desarma os trabalhadores perante a crise capitalista e cria ilusões que o crescimento econômico vai ser benéfico para todos é o mesmo que é capaz de trair junto com o PSOL para conseguir levar o DCE da USP.

17 de nov. de 2011

Por uma campanha internacional contra os inquéritos ilegais aos 73 presos políticos da USP

O caratér de universidade e o papel do estudante que pode ter na luta de classes. Uma polêmica necessaria com a Revista Veja

A Veja que tem como porta voz o colunista Reinaldo Azevedo estão numa ofensiva ideologíca reacionaria para tentar desqualificar a mobilização dos estudantes da USP, alegando que estes são uns ‘’filhinhos de papai que usa casaco da GAP que ta fazendo baderna para conseguir privilégios’’.  Esta discussão nos remete ao caráter de universidade que temos hoje, qual deve ser o papel dos estudantes e para quem que eles devem direcionar o seu conhecimento.  Importante fazer esta discussão, pois a mesma mídia que desqualifica a mobilização dos estudantes da  USP  como um ‘’bando de filhinhos de papai’’ é a mesma mídia que quer conservar o modelo de universidade que é elitista, racista e exclui a classe trabalhadora , os negros da periferia e o povo pobre.
O projeto de universidade da burguesia  é elitista, racista e serve aos interesses do capital. Isso significa  que para atender os interesses  do capital, a burguesia precisa de uma grande mão de massa  barata e não qualificada em contraposição ao um setor formalmente qualificado. Com a reestruturação produtiva e o advento do TOYOTISMO  este setor considerado qualificado, acaba também tendo condições de trabalho precário e as universidades agora cumpre um papel  de servir mão de obra barata para o ‘’mercado de trabalho’’.  Ou seja é bom para o próprio  capital, excluir uma grande parcela da sociedade (como a universidade é de classe então a classe trabalhadora e o povo pobre está excluído)  ou seja a universidade precisa ter um filtro racista e elitista que exclui  esta parcela da sociedade para poder gerar mão de obra  barata para o capital continuar se reproduzindo.
As próprias contradições da sociedade dividida em classe permite que a competição do vestibular seja tão desiguais. Enquanto uns tem condições materiais em se apoiar num aparato para passar no vestibular (cursinhos, escolas pagas), outras tem que enfrentar um ensino publico precário fruto de um Estado que investe a metade do seu orçamento para pagar a divida externa e interna, enquanto que uma ínfima parcela que não chega  menos de 10% é investido para a educação publica.  Dentro  da sociedade mediada pelo capital, temos uma enorme disparidade entre as classes fazendo com que as condições seja desiguais. 
Portanto esta mesma mídia que trata os estudantes como ‘’os filhinhos de papai’’, é a mesma mídia que quer conservar este modelo de universidade elitista e racista. Temos que desmistificar este discurso, colocando claramente qual é a posição da grande mídia quando ela  fala que os estudantes da  USP são ‘’filhinhos de papai’’.  A burguesia na sua posição conservadora  coloca  que o capitalismo é natural, que o sistema atual funciona perfeitamente bem e toda essa visão alegre que se perpetua em crescimento econômico como estamos vivendo no Brasil é justamente que esta mesma tem medo de qualquer transformação radical da sociedade.  Portanto o que a grande mídia quer é que a USP e as principais universidades é mesmo a sua elitização, o que exclui os trabalhadores  e o povo pobre.
O papel do conhecimento e o papel que o estudante possa cumprir na luta de classes.

A universidade reflete o período histórico em que vivemos. Vivemos numa sociedade dividida em classes que tem interesses opostos e inconciliáveis, com isto estão em constante conflito até que uma classe elimina a outra. A historia vive de fluxos e refluxos, quando se acirra as contradições dentro da sociedade abre a possibilidade histórica de transformação radical da realidade através da luta de classes porém o Estado cumpre um objetivo de frear as futuras lutas, ou cumprindo um papel de dar algumas concessões ou através da repressão.
Ideologicamente a universidade sofre a influencia do positivismo desde autores como Durkheim ou até mesmo autores neo-positivistas como Max Weber, ou seja é necessário que se interprete a realidade sem a influencia de nenhuma a ideologia ou o teórico pode até ter suas pré noções mas na hora da pesquisa ou quando interpretar a realidade ele tem que ser neutro. Formalmente a universidade não pode estar a serviço de uma classe, pois ela seria neutra. Porém a neutralidade da universidade está a serviço do capital, pois as pesquisas que são feitas na universidade vão para as chamadas fundações privadas que lucram com as pesquisas feitas pelos estudantes.
A neutralidade da ciência, a tese conservadora de que ‘’sempre foi assim e sempre será assim por que é assim a vida’’ e até mesmo que certas coisas são validas para todos (ricos e pobres), serve justamente para legitimar as idéias da burguesia. A universidade neste sentido cumpre um papel fundamental, pois é um aparato ideológico da burguesia que serve para propagar e legitimar as suas idéias dominantes para assim continuar a sua dominação. Este é o modelo de universidade elitista e privatista que a burguesia quer conservar, por isso ela utiliza a mídia burguesa para poder deslegitimar a luta dos estudantes da USP e de qualquer universidade que questione a universidade e realidade na maneira como ela é.
Muitos autores que tentaram interpretar a realidade, não foram autores de gabinete que se fecha perante e sim que são de uma classe e defendem os interesses dela, que querem dar na sua respectiva maneira uma resposta a luta de classes e que possui um interesses ao interpretar a realidade. Embora a universidade hoje está ao capital e seja um aparato ideológico da burguesia, ela reflete o período histórico em que vivemos, período na qual a sociedade está marcada por contradições e que reflete no fato dela estar dividido em classes com interesses antagônicos e inconciliáveis e que estão em constante guerra. Ou seja na universidade a serviço do capital, abre espaços  marginalizados para teorias que visam questionar e transformar a realidade.
Como já citado no texto, a universidade é elitista e exclui e impede  a classe trabalhadora e o povo pobre de ter acesso a ela fazendo que ela se restrinja aos filhos de setores da pequena burguesia e da burguesia. Embora a pequena burguesia esteja numa posição confortável principalmente em períodos de crescimento econômico, ela no momentos de acirramento da luta de classes e de crise econômica ela  tem que se decidir ou se alia a grande burguesia e forma setores fascistas e reacionários que vão defender a ordem  ou se une ao proletariado e vão conquistar a emancipação de toda sociedade. A solidariedade destes setores progressistas que querem transformar a realidade pela raiz e se encontram dentro da universidade, tem que ser concreta pois a classe trabalhadora é a única classe capaz de transformar radicalmente a sociedade trazendo a emancipação de todos os setores oprimidos, mas com o conhecimento adquirido nas universidades e através de experiências da luta de classes os estudantes podem intervir fazendo com que os seus aliados tenham uma estratégia para vencer. Além dos estudantes que são da pequena burguesia que pode cumprir um papel progressista, temos um setor que tem a sua condição de vida acadêmica cada vez mais precárias e por isso estão na linha de frente nas lutas que acontecem dentro dela
Há dois lados nesta luta na USP. Um lado é da burguesia paulistana, reflexo de uma burguesia brasileira que não cumpriu um papel revolucionário na historia e nasceu dos resquícios dos senhores de terra e outro lado são dos escravos que com a ‘’ordem competitiva’’ foi pauperizado fazendo com que estes formassem os morros e os imigrantes  que vinham no Brasil com a ilusão de que estes trabalhassem ascenderiam socialmente e se tornaria donos de terras e de empresas mas que só foram explorado. Temos fortes traços de continuidade no passado e que se reflete hoje, pois enquanto a mesma policia invade os morros de São Paulo ou até mesmo em outros lugares do Brasil é para conseguir mão de obra barata para burguesia para ela obter altas taxas de mais valias e assim continuar a grande miséria social que existe no Brasil hoje. A luta dos estudantes ‘’que veste casaco da GAP’’ questiona indiretamente este traço de continuidade que existe na historia brasileira e que se reflete ao ‘’projeto de país’’ que temos hoje.

16 de nov. de 2011

A ''minoria'' estudantil

Os estudantes da USP tem que vencer !


No dia 27 de outubro, três estudantes foi preso pela policia por usar maconha dentro da USP gerando insatisfação dos estudantes que enfrentaram esta mesma policia no prédio da FFLCH. Tal insatisfação gerou questionamentos mais profundo sobre a porque que a policia estava no campus universitário e qual o papel que esse órgão repressor cumpre na sociedade. Desde então os estudantes encontra em luta com métodos radicalizados (primeiro ocupou o prédio da FFLCH, segundo ocupou a reitoria) e este fato político na USP causou repercussão nacional gerando uma polarização dentro e fora dos muros da universidade.

Se por um lado temos toda a mídia burguesa, tendo a sua expressão máxima o Reinaldo Azevedo colunista da Veja e o Fantástico criminalizando o movimento e muitas das vezes deixando explicito a vida de alguns estudantes que tiveram na linha da frente na ocupação de reitoria e pelo fora PM, por um outro temos apoio de intelectuais de universidade, apoio dos trabalhadores USP e UNICAMP, apoio dos estudantes da UNESP, UNICAMP, UEL e da Fundação Santo André e até mesmo de alguns colunistas e do Tico Santa Cruz vocalista da banda Detonautas.

Vivemos num período neoliberal e tal período histórico tem como uma das bases o sucateamento do setor publico para beneficiar o setor privado e a reestruturação produtiva, fazendo que haja um enorme setor de trabalhadores que estão em condições precárias. Tal situação se reflete na USP, pois vimos uma parcela de trabalhadores da USP terceirizados, as fundações privadas que influenciam nas pesquisas, curso sendo sucateado e muitos sendo inclusive até privatizados. O reitor Rodas foi questionado se a USP deveria ser privatizada, o reitor disse que era um boa ideia e que o seu projeto era mesmo de privatizar a Universidade de São Paulo.

Para levar até final este projeto, o REItor da USP já da seus próximos passos em rumo ao seu projeto elitista de universidade. Para os trabalhadores, a reitoria pretende implementar o PROADE um mecanismo que intensifica a jornada de trabalho (o trabalhador tem que trabalhar uma quantidade de horas para responder a este programa, caso o contrario ele será demitido por invalidez) e demissão de funcionário, para os estudantes vem a privatização dos cursos, a formulação da grade como um mecanismo para atender os interesses do mercado e o fechamento de alguns cursos considerados não rentáveis.  Porém para implementar este projeto, o Rodas tem que passar em cima do SINTUSP como demitir dirigentes sindicais e tentar destruir o sindicato com o projeto da reitoria para os trabalhadores e expulsar os estudantes combativos que questionam a estrutura de universidade (mui tas das vezes de baseando em decretos da ditadura militar que pretende ‘’eliminar o estudante que ir  contra a ordem).

Desde em 2007, mas tendo bem claro na greve protagonizada pelos estudantes em 2009 onde que a resposta da reitoria e do conselho universitário (um órgão burocrático formado por 327 professores) foi colocar a policia no campus. Já em 2009 houve um confronto entre trabalhadores e estudantes contra a policia (algo que até então desde a ditadura militar não acontecia um confronto entre a policia e estudantes dentro da USP)  e isso fez com que o conselho universitário a serviço do Estado e dos grandes monopólios resolvesse como solução dos confrontos na USP a entrada da policia no campus universitário.

Em 2009 houveram eleições para reitor para a USP. Perante a imensa comunidade acadêmica USPIANA, as eleições para reitor da USP ocorre da seguinte maneira : O conselho universitário da USP escolhe 3 candidatos para que o governador do Estado de São Paulo escolher quem vai ser o reitor da USP. Sob uma eleição que aconteceu sob as saias da PM para deter os estudantes, professores e funcionários que questionavam de tão anti democrático que era a estrutura de poder da universidade, Rodas o segundo mais votado pelo conselho universitário foi eleito pelo governador José Serra reitor da universidade de São Paulo.

Como currículo, Rodas foi advogado do Estado na época da ditadura militar contra a morte do filho da estilista Zuzu Angel e na época que ele coordenava a faculdade de Direito, proibiu o MST realizar uma atividade na universidade colocando a policia dentro dela para impedir a realização.  Ou seja como um bom burocrata é preciso que tenha competência para poder gerir a universidade, porém a universidade está a serviço do Capital e no caso da USP onde é conhecido como polo de resistência Rodas foi a pessoas mais correta e confiável que o governador do Estado de São Paulo encontrou para ser REItor da Universidade de São Paulo.

Este mesmo reitor fez um discurso racista, comparando a USP ao Haiti e aos morros do Brasil. Como vimos uma constante militarização nestes locais era obvio perceber que a solução que o reitor queria da para a USP é a militarização da universidade ou seja colocar a policia no campus universitário para deter a mobilização dos trabalhadores, professores e estudantes.

Perseguição e expulsão contra aqueles que lutam como está acontecendo na universidade com casos de dirigentes sindicais e estudantes, destruição dos órgãos combativos de estudantes e trabalhadores, retirada dos direitos democráticos conquistados com luta como o CRUSP são coisas que refletem a democracia com resquícios da ditadura militar em que vivemos hoje. O que acontece na USP, questiona a perseguição e os assassinatos daqueles que lutam nos campos e na cidade, a repressão e criminalização sistemática em que sofre o MST problemas que justamente acontece quando você tem uma burguesia que já nasceu conservadora (ao contrários dos países da Europa em que ela se tornou conservadora) herdada do antigo regime (pois os donos de fazenda de antigamente viraram burgueses de hoje) e uma democracia burguesa degradada pois dentro dela existem resquícios da ditad ura militar.

Drogas, segurança X o questionamento de universidade e de ‘’projeto de países’’

O assassinato do estudante da FEA dentro do campus universitário, ocorrido no primeiro semestre de 2011 e sentimento de imediatismo de pânico e insegurança causado por um setor foi base para que a reitoria legitimasse a entrada da policia no campus sob o discurso que a entrada da policia militar no campus universitário iria impedir a violência no campus e assim trazer mais segurança para os estudantes, professores e funcionários. Porém cabe bem dizer que como a policia já estava no campus universitário, no dia do assassinato do estudante minutos antes ela estava fazendo blitz frente ao portão um (portão de entrada da universidade).

Antes de mais nada, a sociedade capitalista aliena os indivíduos dos meios de produção fazendo com que minoria seja dono dos meios de produção enquanto uma maioria tem somente a sua força de trabalho para vender. Vivemos numa sociedade com fortes contradições entre as classes, contradições essas que são grotescas pois enquanto temos uma ínfima minoria que mantém uma grande parte da riqueza da sociedade, esta grande maioria não possui nem 5% da riqueza que é produzida por estes mesmos. Junta este problema, com o desemprego estrutural ocasionado pela reestruturação produtiva fazendo com que o capital possua modos de acumular cada vez mais e assim mantendo cada vez mais fortes as contradições existentes na sociedade fazem com que a violência urbana seja um problema concreto e que tem ser resolvido, mas ela é um problema social e não um caso de policia como a classe dominante coloca.

Esta mesma policia é aparato de repressão do Estado (ou é um membro do Estado).  O Estado por sua vez é fruto do produto que as classes dentro da nossa são inconciliáveis e por sua vez ela pertence a classe dominante. No capitalismo, a sociedade foi dividida em duas classes principais: A burguesia dono dos meios de produção e o proletariado que só tem sua força de trabalho para vender. Ou seja esta principal contradição da sociedade é marcada pela divisão destas duas classes que de acordo com o próprio desenvolvimento do capitalismo ela vem se agrava até abrir a possibilidade histórica de revolução social. O principal motivo da contradição na sociedade mediada pelo capital é que tem uma classe que representa a minoria, parasitaria que extraem e acumulam a riqueza nas costas de uma maioria que tem que reproduzir sua existência através de um salário de fome e miséria. O proletariado e a burguesia tem interesses inconciliáveis entre eles (pois enquanto um quer acumular a riqueza, outro quer condições dignas de sobrevivência) e estão em luta constante até um parte eliminar a outra de uma vez. (porém é somente com o proletariado que esta luta pode acabar de fato). Nesse sentido o Estado cumpre o papel de frear a luta de classes, ora com algumas concessões mas ora com a repressão policial.

Enquanto a administração da FFLCH estava sendo ocupada pelo os estudantes, estes estavam lendo o Estado e a Revolução do Lênin e questionando o papel da policia. Enquanto isso o Reinaldo Azevedo colunista da Veja, escreve um artigo ironizando os estudantes. Como colunista o Reinaldo Azevedo defende um projeto de educação elitista e privatista, mas questionamos a fundo o que o renegado (uma vez que ele participou da Convergência Socialista corrente interna do PT)  que agora virou reacionário escreveu sobre os estudantes da USP.

O documentário chamado noticias de uma guerra particular, questiona este caráter da policia com uma entrevista com o próprio delegado da época. Ao questionar sobre o papel da policia, ele diz claramente que a policia serve para defender os interesses de ‘’uma elite’’ e impedir que um setor da população que ganha 210 reais e mora nos morros se rebelem contra sua a reprodução de vida, fazendo com que estes se conforme com a atual miséria e não questionem a sua realidade.

Questionamos ao REItor que apoiou a ditadura militar, como que ele quer dar solução para a USP em relação a segurança se é o mesmo reitor que terceiriza, que torna as condições dos trabalhadores cada vez mais precárias e que pretende demitir funcionários. Rodas que apoiou a ditadura militar, que tem interesses de apenas acumular não quer nem de longe resolver o problema da segurança na USP e fecha os olhos para os problemas de violência que ocorre dentro e fora da universidade. Portanto os estudantes não podem confiar num reitor que quer conservar a violência, a insegurança para resolver os problemas da segurança.

O problema da segurança é algo que vai além da USP, ela é reflexo das contradições da sociedade capitalista. Como a universidade reflete o período histórico em que vivemos, ela reproduz fielmente as contradições da sociedade capitalista, excluindo uma grande maioria da sociedade formada por trabalhadores, povo pobre e seus filhos pelo filtro racista e elitista que se chama vestibular. O problema que estourou na USP, faz com que a universidade não seja mais tratado como um bolha que se fecha aos problemas que acontecem na sociedade. A universidade tem que sim tratar e discutir o problema da violência urbana, pois ela cumpre um papel que deveria cumprir. Isto passaria a discutir, qual é o problema da violência?, como iremos resolver ela?, qual é a melhor abordagem e qual classe que podemos solucionar este problema? (no caso da ultima pergunta a abordagem e a classe que pode solucionar este problema são algo que estão interligado uma coisa com a outra). Resumindo enquanto a universidade estiver voltada aos interesses do capital e da burguesia, ela não pode resolver o problema de violência dentro dela.

Tal posição apresentada no texto é contraria da posição da direita dentro da universidade, que coloca a policia cumpre um papel de proteger a população legitimando assim a repressão contra os trabalhadores e o povo pobre. Este mesmo setor argumenta que o problema da violência não é um problema social e sim algo como caso de policia se baseia em argumentos de que a violência é algo que é fruto do próprio homem, pois ele é mesquinho, mal, ambicioso e que sempre o possível pretender fazer o mal para as pessoas ou argumentos dos mais  reacionários do tipo que a violência existe porque tem pessoas inferiores do que as outras. O Estado e a policia seria algo teológico e metafísico, pois estariam em cima da sociedade e estaria por fora de qualquer da sociedade má. Ou seja, o Estado é Deus e a policia são pessoas iluminadas divinas que não precisaria de nenhum controle (até mesmo, porque se os trabalhadores e o povo pobre controlasse a policia estes precisariam estar armados o que tira a necessidade da policia, pois estes iriam fazer a sua própria segurança. Importante dizer que esta posição é contraria do PSTU/CONLUTAS pois estes defendem que a policia seja eleita pelos trabalhadores e que tenham mandatos revogados como se fosse uma espécie de xerifes norte americano)

Por um outro lado, temos a posição do PSOL e PSTU que pedem uma universidade mais segura colocando que a policia não é a solução dos problemas da segurança, mas que é preciso uma guarda treinada em direitos humanos. Estas organizações se esquecem que a segurança como uma estrutura burocrática estão a serviço da universidade como ela é hoje, ou seja elitista, racista e a serviço do capital. Estas mesmas organizações que acostuma separar as questões táticas, das questões estratégicas, ou seja o PSOL e PSTU podem até falar que defendem uma mudança radical no modelo de universidade mas na pratica e nas suas ações políticas não questionam o modelo atual da universidade sendo assim se adaptando ao projeto de universidade elitista e racista.

A mídia e setores da direita colocam que a mobilização dos estudantes surgiu por causa que estes queriam ter liberdade para fumar maconha e querem ter a PM fora do campus, para ter a liberdade para fumar. Sabemos que tudo começou quando os três estudantes foi preso, porém o questionamento da PM no campus vai muito além do uso de drogas e sim como uma ação tática do Rodas cujo o objetivo estratégico é um projeto elitista, racista e privatista da Universidade de São Paulo. Porém podemos desmontar facilmente o que a imprensa diz, com alguns acontecimentos que ocorreram nesta semana.

Foi noticiado para o Brasil inteiro, a prisão de NEM no Rio de Janeiro por trafico de drogas. O preso soltou uma declaração que saiu na mídia inteira que grande parte do lucro da venda de drogas iria para os policiais. Podemos pensar que é uma maça podre de uma arvore e que ela precisa ser eliminada para instituição andar corretamente, porém quando há varias maças podre podemos pensar que o problema é da própria arvore que certamente precisa ser eliminada.

Pensamos, o Estado burguês administra os interesses da burguesia. Qualquer droga ela tem que ser encarada como uma mercadoria e como qualquer mercadoria ela precisa ser fabrica nos meios de produção que está sobre controle da burguesia. A droga precisa ser consumida por alguém para que este ciclo do capital continue e que a burguesia dono das industrias farmacêuticas possam obter seus lucros. A lógica é bem simples : Se o Estado é burguês e a policia é aparato deste Estado que administra os interesses da indústria farmacêutica, então o Estado é incapaz de enfrentar o trafico. Como prova disso, conhecemos vários políticos, policiais e delegados envolvido com a questão do trafico de drogas ou seja, o Estado quer conservar este estado das coisas.

Mas porque as drogas é criminalizada? Primeiro que a burguesia aliena a maioria da população dos meios de produção ou seja tais pessoas não tem a mínima noção para onde que está mercadoria está indo e muito menos não tem controle sobre o que produz. Esta alienação é refletido em todas as esferas da vida social ou seja nada mais do que justo as pessoas terem controle da sua vida. Outro ponto é que o Estado cumpre um papel paternalista em relação as drogas, é ele que dita o que é certo ou errado fazer sem nenhuma discussão seria perante isso e os indivíduos são obrigados a ter consenso com que o Estado quer.

Porém como colocamos, o questionamento em relação a policia militar no campus da USP é bem mais profunda e não pode ser restringida as drogas. O principal motivo que a USP mais uma vez entrou em cena por causa em cena pois a luta dos estudantes questiona e coloca em cheque um dos principais pilares de crescimento econômico que o Brasil vive.

O governo de Lula foi marcado por um grande crescimento econômico, que teve como lema ‘’o Brasil potência’’. Por trás deste lema, esconde fortes contradições na sociedade que por sua vez são contradições muito frágeis. Este crescimento econômico se sustenta através de trabalho precário como foi questionado na luta dos trabalhadores em Jirau. A policia militar tem como objetivo a repressão nos morros contra os negros, trabalhadores e o povo pobre no modo que possa garantir esta grande mão de obra precária. A luta da USP questiona e coloca em cheque toda a confiança e a visão alegre da burguesia provocada pelo ‘’boom econômico’’ que teve no período do governo Lula ou seja ela começa ver que o castelo dela de sonhos e fantasias começa a ruir a beira a baixo gerando medo que a classe dominante perca o seu titulo de dominante. A burguesia não tem nada o que dizer, por isso que ela utiliza de todo seu aparato ideológico dela para poder deslegitimar a luta dos estudantes da USP.

Porém a realidade é mãe da verdade e isso faz com que a classe dominante mistifique a realidade para que ela não caia num mar de lama. Mas  se colocamos os últimos acontecimentos em uma linha reta, veremos o que está em jogo é o questionamento de um dos pilares do projeto de pais. No Rio de Janeiro estamos vendo uma mega operação do aparato repressivo do Estado no morro da rocinha, operação que fez a grande maioria dos moradores do morro a sentir medo da policia. Voltamos ao filme ‘’noticias de uma guerra particular’’ onde que o delegado questiona como você faz para deter  o questionamento uma grande massa que ganha menos de 500 por mês? É com a repressão policial. Nos temos que tratar as coisas como ela são, por mais que a mídia esconda a realidade ela sempre vai existir.


Qual é o papel do PSTU e PSOL na luta dos estudantes da USP.

A luta dos estudantes da USP, também revelou o caráter traidor que teve as direções do PSOL (que esta no DCE-USP) e do PSTU (que está em centro acadêmicos como CAELL).  Desde o inicio, estas organizações se colocaram contra os métodos radicalizados como ocupação na administração da FFLCH e que foi derrotado pela a vontade da base que ocupou o prédio. Vale lembrar que o mesmo PSOL queria escoltar os estudantes presos na delegacia, com medo que causasse ‘’um tumulto maior’’ entre os estudantes. Caberia perguntar ao PSOL: Qual tumulto é esse? O questionamento mais a afundo da policia militar no campus, motivo na qual levou os estudantes a se mobilizar anos. Porque deter o tumulto? O PSOL iria cumprir o papel que ele sempre cumpriu dentro do movimento estudantil da USP, o seu papel seria de ser um freio n a luta dos estudantes e de desmobilização deste mesmo setor.

Não é primeira vez e não vai ser a ultima. Como ocorreu na PUC em 2010, onde que estas mesmas organização usou como moeda de troca a ocupação de reitoria para negociar de portas fechadas migalhas que nem na assembleia estava sendo discutido estas questão na USP foi a mesma coisa. Uma negociação de portas fechadas com a reitoria alheio aos órgãos democráticos dos estudantes e a congregação da FFLCH onde que o professor e militante do PSTU Ruy Braga mediou as negociações onde que os estudantes iria obter apenas migalhas.

Assim como se deu na PUC, a assembleia foi polarizada e estas organizações tiveram uma linha derrotista de acabar com o movimento e não fazer com que ele avance. Enfim após repetir varias vezes a votação com o objetivo de esvaziar a assembleia e até convencer de que era necessário desocupar o prédio da administração da FFLCH, mas um estudante propôs a ocupação de reitoria e toda assembleia que se diz democrática passa por discutir as propostas mas o dirigente do PSTU Vinicius Zarapoli resolve acabar a assembleia sem discutir a ocupação da reitoria.

A lógica de negociar de portas fechadas com a reitoria e a congregação da FFLCH, migalhas e principalmente de colocar uma linha derrotista de querer acabar com o movimento propondo algo eqüidistante,  mas que na verdade iria significar um grande refluxo dos estudantes fez com que estas mesmas organizações dividissem o movimento, isolando a vanguarda do movimento e fazendo com que um grupo de estudantes levasse esta luta sozinho (o que em relação a correlação de força, abriu caminho para que a policia militar reprimisse os estudantes na ocupação de reitoria mais tarde).

O PSTU escolheu o seu caminho, agora que assumam as suas consequências

A postura de fura greve do PSTU que teve na mobilização da USP, tem como uma das consequências a sua postura de seguir cegamente o PSOL, assim como  no período da década de 90, o mesmo PSTU tinha uma linha de seguir cegamente o PT. O PSTU assim como a sua organização internacional a LIT, se caracteriza por ser centrista e o centrismo acostuma ser um fenômeno passageiro pois a luta de classes impõe que os revolucionários se posicionem claramente em lado. O PSTU escolheu um lado, resolveu ficar no lado PSOL.  O Centrismo sempre fica a reboque dos reformistas, porém o reformismo é porta voz dos interesses da burguesia dentro do movimento operário.
O centrismo faz intriga com as organizações revolucionarias colocando que esta uma não pode fazer polemicas, pois é seria ‘’um crime’’ contra o partido e contra a sua direção mas se alia com o reformismo. O PSTU funciona desta maneira : O partido mantem acordos superestruturais com o PSOL  para as eleições de sindicatos, centros acadêmicos, DCES e até mesmo as eleições burguesa, mas porém qualquer critica que as organizações que reivindicam a revolução faz, estas são stalinistas e parasitas portanto impossível de manter qualquer tipo de dialogo entre elas.  Prova disso é que nas eleições do DCE-USP, o PSTU quer montar chapa com o PSOL e para isso ele tem que seguir tudo que o PSOL se silenciando sempre ou até mesmo pactuando com as mesmas posições.
Na ultima polemica (que podemos muito bem chamar de uma intriga mentirosa) faz com a LER-QI, o PSTU acusa esta organização de ser stalinista e de levantar calunias contra o partido (típico de um centrista).  Surgiram documentos comprovando que houve dialogo entre a reitoria com os supostos ‘’representantes’’ dos estudantes (que no caso seria o PSOL e o PSTU) que negociaram migalhas pelas costas dos estudantes com o objetivo de acabar com a mobilização. O PSTU alega que isto seria uma calunia  e que isto não condiz com a pratica de seu partido e que a LER-QI estava atacando a sua moral revolucionaria.
Fazemos a seguinte colocação para o PSTU : Se o PSTU fala que os documentos não condiz com a pratica do seu partido, porque não ir sempre ao contrario aos métodos dos estudantes radicalizado? Porque não avançar esta luta em vez de frear?.  Já que o PSTU fala tanto de moral, o PSTU sabe que as massas sabem quando a sua direção a traem e que a traição contra os trabalhadores e as classes populares é algo que vai contra os princípios morais que os revolucionários devem ter. É obrigação de toda organização de esquerda e das pessoas que se reivindicam como tal denunciar as traições das direções contras as massas. Temos que esclarecer os estudantes de quem é quem nesta luta. O PSTU acusa quem é de esquerda de stalinista pois denuncia a sua organização, mas porque que o PSTU não faz a mesma coisa no Chile pois enquanto existe um setor de estudantes conscientes que lutam por uma educação gratuita e para isso tem que passar por cima da direção de Camila Vallejo.
O tragicômico de tudo é que o PSTU junto com o PSOL faz coro com a mídia burguesa e atacam a MNN, PCO, o POR e a LER-QI que foi as únicas organizações que ocuparam a reitoria da USP. A ocupação da reitoria aconteceu não por causa de ‘’minorias’’ ou por ‘’pequenos partidos políticos de extrema  esquerda’’ e sim que foi interesse do setor dos estudantes combativos em  radicalizar esta luta e ir até o final pela a retirada da policia no campus.
Mas a realidade é mãe da verdade. Hoje a grande mídia burguesa chama o PSOL e PSTU de esquerda moderada. Distorção da mídia contra a ‘’esquerda combativa’’? Claro que não! A mídia burguesa da um alerta para a burguesia brasileira em que existe um setor dentro do movimento operário e estudantil que caso haver um acirramento da luta de classes a classe dominante vai ter com quem contar para frear qualquer tipo de mobilização e assim continuar a reprodução deste sistema de fome e miséria.
O que o PSTU não pode provar é que na ocupação de reitoria na PUC no ano passado, o PSTU junto com o PSOL negociou de portas fechadas migalhas com a reitoria e que usou a própria ocupação como moeda de troca para negociações que teve com umas das principais pautas (redução do aumento da mensalidade), sendo que a reitoria da PUC foi ocupada pela redução da mensalidade. O que é uma particularidade, passa a se generalizar comprovando que a pratica politica destes partidos é mesmo sentar e negociar de portas fechadas.
O PSTU e o PSOL  devem fazer um balanço de suas atuações na USP e colocar todo seu aparato (Sindicatos, centros acadêmicos, DCES, DA e parlamentares)  e militância a serviço da luta dos estudantes da USP,  caso queiram provar que não são fura –greve ou traidores do movimento. A realidade é mãe da verdade. Caso que estas organizações queiram demonstrar aos estudantes a sua moral revolucionaria, deverão mostrar com ações praticas que vão fazer esta luta ser de fato vitoriosa caso ao contrario, vão demonstrar que seu discurso só vai passar de um mero discurso sofista.
A partir de agora, um cenário novo se abre.
Um setor de estudantes consequentes ocuparam a reitoria e deram continuidade para o movimento pela retirada da policia no campus e pelo fim dos processos administrativos contra funcionários e professores. A resposta da reitoria foi chamar reintegração de posse, porém falando que estaria aberta ao dialogo. Porém na segunda vez que chamou reintegração de posse (pois na primeira os estudantes conseguiram adiar), a tropa de choque expulsou violentamente os estudantes e prendendo 73 estudantes que estavam dormindo naquele dia dentro da reitoria.  Tais estudantes agora vão responder inquérito policial e estão sendo acusado desde de desobediência civil (ou seja desobedecer a burguesia) e até formação de quadrilha (ou seja organização estudantil agora virou formação de quadrilha). Caso se estes processos ir até o final, os 73 estudantes correm o risco de pegar 4 a 10 de cadeia.
Depois da entrada do choque na reitoria da USP para expulsar os estudantes do campus, os estudantes encontram –se em greve por tempo indeterminado.  Neste sentido os estudantes da USP tem que lutar imediatamente pela revogação dos processos contra os 73 presos políticos, pois seria uma grande desmoralização aos lutadores da USP e do Brasil ver os seus companheiros presos e a burguesia vai sair fortalecida abrindo a possibilidade dela fazer a mesma coisa com os lutadores do Brasil a fora (Imaginem se fazem isso na USP, imaginem o que ela poderá fazer com aqueles que lutam no Para?)
Os estudantes da USP tem que vencer !