21 de ago. de 2011

Uma democracia que nem sequer quer escutar as necessidades dos trabalhadores e do povo pobre

Revolta em Londres

Dois  fatos marcaram estas ultimas semanas que se passaram. Um destes fatos  foi a prisão de mais 870 estudantes chilenos que estão lutando por uma educação publica, gratuita e de qualidade e o segundo fato foi a grande rebelião dos jovens ingleses que se revoltaram por causa da morte de um jovem negro e pelas péssimas condições de vida. Nestes dois casos a burguesia mostra a sua verdadeira face contra a juventude, reprimindo as manifestações prendendo mais de 900 manifestante no Chile e 800 na Inglaterra e criminalizando os movimentos e isso é indo desde os portas vozes da burguesia mundial e as declarações de juízes e do primeiro ministro mostrando que a sua resposta vai ser a repressão do Estado burguês para garantir os lucros da burguesia.
Analisando o caso da Inglaterra, toda mídia burguesa mundial junto com o judiciário da Inglaterra fazem uma campanha reacionária contra a juventude inglesa. O modo que a classe dominante e as classes dirigentes tratam tais manifestações mostra que a burguesia além de oferecer desemprego, fome e miséria para a juventude pobre oferece também a repressão. Esta polarização que está se dando no caso da Inglaterra não é um caso isolado e mostra que ultima instancia é essa a resposta que a burguesia vai dar aos próximos levantes dos trabalhadores e do povo pobre.
No Chile, as coisas não são muito diferentes da Inglaterra. Nas manifestações das semanas passadas, ocorreram 900 prisões de estudantes e dentro destes presos muitos são torturados e outros estão até desaparecidos.  Tal método usado hoje no Chile e na Inglaterra lembra muito bem o período da ditadura militar quando o Estado utilizava destas mesmas praticas para poder garantir a ordem e novamente nos remete a questão sobre a democracia e qual alternativa que iremos dar as mazelas da sociedade.

Que Democracia é essa ?
Muitos pensadores representantes da burguesia, falam que entre a democracia e o liberalismo econômico vão preferir sem pensar duas vezes o liberalismo econômico mesmo que isso implicar numa ditadura.  Muitos teóricos que elaboram a democracia se opõe com clareza contra os direitos políticos e sociais dos trabalhadores e do povo pobre e um exemplo disso é o Toqueville que dizia a legislação trabalhista votada na França no período de 1848 é um passo para o socialismo no país e isso ameaçaria a democracia. Em países mais conservadores do mundo, a burguesia que vê qualquer lei votada que traga algum beneficio social para os trabalhadores logo é acusado de socialista e mesmo que a votou represente um determinado setor da burguesia e um exemplo claro são Estados Unidos, quando os republicanos acusam os democratas de serem socialistas e estarem contraindo as leis de mercado por votar algumas leis sociais como a questão da Saúde.
Pegando o caso da Inglaterra um dos principais países expoente do neoliberalismo, pais da Margaret Tchater que dizia que o problema do desemprego estrutural que assombra a juventude pobre hoje e fez com que ela se rebelasse é culpa da falta de competência do individuo que não consegue responder as ‘’exigências do mercado’’. É em busca de um ‘’mercado mais competitivo’’ na qual muitos teóricos da burguesia querem, legitima o desemprego estrutural na qual assombra a juventude pobre de Londres e do mundo inteiro.
Após anos terem que agüentar uma vida opressiva devido a tal ‘’mercado competitivo’’, a juventude inglesa se revolta colocando fogo nas ruas. Frente a isso a burguesia inglesa e mundial  considera tal levante legitimo dos oprimidos como tirânicas e para deter tal tirania das massas é preciso uma ‘’tirania democrática’’ para salvar a sua democracia e assim manter as contradições entre as classes e por sua conseqüência a ordem burguesa
Para a burguesia, estes que se rebelam na Inglaterra e no Chile não possui vontade própria e com isso não tem o direito democrático de se expressar. Esta burguesia não reconhece os interesses dos dominados, pois são opostos e inconciliável dos seus e para legitimar a sua vontade ela distorce estes interesses colocando o que a classe dominante quer como os interesses de uma coisa abstrata chamada Estado Nação.  Assim como nas ditaduras militar que legitimavam a repressão do Estado, porque era necessário colocar ordem na nação se utilizam deste mesmo pretexto para poder reprimir as manifestações da juventude chilena e a inglesa, chegando ao cumulo na Inglaterra do Estado oferecer recompensas a quem achar e entregar para a policia os manifestantes.
Mais uma vez é necessário entrar no debate sobre a questão sobre a democracia. Para fazer uma analise seria e honesta sobre a democracia é preciso primeiramente analisar sobre o prisma das relações entre as classes, do modo de produção, do determinado período histórico, de qual classe pertence o Estado, e democracia para qual classe?. Hoje com o aprofundamento da crise capitalista e como os levantes dos trabalhadores e do povo pobre, a burguesia vai precisar retirar direitos, demitir para reestruturar o seu sistema para salvar da crise econômica para continuar obtendo seu lucro através da exploração da mais valia dos trabalhadores e com as condições de vida cada vez mais precárias do povo pobre e para que isso aconteça é necessário para a classe dominante dialogar menos e reprimir mais. Ou seja com o aprofundamento da crise econômica, com os levantes da Grécia, do mundo árabe , na Espanha, na Inglaterra e no Chile que irão se aprofundar e com o crescimento da extrema direita que se reflete no Tea Party dos Estados Unidos, o atentado terrorista contra a juventude trabalhista e a candidatura do partido de extrema direita na Alemanha na qual se organiza muitos quadros do fascismo alemão mostra quanto é tal frágil a nossa democracia e a necessidade de uma alternativa que resolva os problemas dos trabalhadores e do povo pobre pela raiz.
Uma alternativa concreta para aqueles que estão em luta hoje.
Com a queda do muro de Berlim e os fracassos dos regimes Stalinistas considerados pela a burguesia como o ‘’socialismo real’’, a classe dominante fez questão de apagar na cabeça do povo pobre uma alternativa na qual pudesse se emancipar e sair dessa reprodução de vida miserável. Frente a discursos que não haveria uma alternativa frente ao capitalismo ou que é necessário criar novas utopias, ocorreram os ataques neoliberais como a retirada de direitos, desmonte do setor publico para beneficiar o privado e a reestruturação produtiva capitalista que tornou as relações de trabalho cada vez mais precárias e a correlação de forças desfavorável ao trabalho e beneficiando claramente o capital. Tal fantasma do passado ta sendo um entrave a estas mobilizações que estão ocorrendo e que irão por fim.
Frente a isso encontramos as organizações stalinistas e reformistas conciliatórias numa postura defensiva e dando guinadas a direita até serem porta vozes do capital, não conseguindo organizar os trabalhadores e o povo pobre frente ao capitalismo e ao regime neoliberal, um sentimento ceticismo e passividade social fruto de derrotas e a reestruturação produtiva que esvaziou os sindicatos e partidos políticos de esquerda. Frente a isso tais organizações assumiram uma postura totalmente passiva e submissa ao capital abandonando por completo a luta de classes e tomando postura de serem apêndices do capital. O grande exemplo são os diversos sindicatos do mundo inteiro que abandonaram e esqueceram a luta de classes e hoje estão agindo junto ao patronato ajudando a promover os trabalhadores para postos mais altos de trabalho sendo assim parte de uma estrutura burocrática das empresas hoje. Frente a tal cenário cabe hoje a esquerda que reivindica revolucionaria e socialista fazer balanço das lutas anteriores, fazerem luta política contra tais correntes que se venderam ao capital, resgatar a independência de classe e ter um programa que corresponda a realidade concreta dos trabalhadores e do povo pobre.
Podemos inúmeras citar diversos problemas como desde fome, desemprego, sucateamento da educação, da saúde, privatizações, relações de trabalho cada vez mais precárias, problema de moradia e de violência urbana, para a construção de uma nova moral para as relações entre família, amigos, amorosa, para o cotidiano diário,em relação a cultura e a arte, questões do feminismo e LGBTT e de outros setores como os negros, indígenas, dos quilombos e dos camponeses. Tais problemas são concretos e que oprimem toda as suas potencialidades para os trabalhadores e o povo pobre fazendo com que não tenham uma vida plena de sentido com isso estes anseios precisam ser respondidos a altura pela as organizações que ainda tem um projeto de emancipação da sociedade e que tenha como objetivo estratégico acabar com todas as mazelas do capital pela raiz. Hoje se faz mais do que necessário ter uma necessidade de um programa que abarque todas estas questões.
Por fim é necessário travar cada luta e ter-las como objetivo tático para alcançar o objetivo estratégico e histórico dos trabalhadores, lutar concretamente por cada demanda imediata avançando e preparando para as demandas históricas estratégicas e é mais do que necessário obter vitorias ou em caso de derrotas tirar lições para superar os erros e assim avançar na luta de classes pois só assim iremos enfraquecer a burguesia. Não podemos cair no erro do PSTU que se rebaixa programaticamente para tentar dialogar com as massas, assim adaptando a sua subjetividade e separando as demandas táticas das demandas estratégicas colocando elas num futuro distante. O PSTU precisa entender que tais demandas são apresentadas como se fosse algo impossível e que a principio população pobre não vai compreender e assim lutar por estas questões são o que exatamente responde a realidade concreta pela raiz dos trabalhadores e do povo pobre e para lutar pela estas questões é necessário se aliar com os setores mais combativos dos trabalhadores e do povo pobre.


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