23 de ago. de 2011

Polêmica com o PSTU. Qual é a melhor maneira de conseguir os 10% do PIB para a educação


Foi aprovado no congresso da ANEL assim como no congresso da UNE governista, a luta pelo os 10 % do PIB para a educação. Tal bandeira votada nas duas principais entidades estudantis brasileiras mais expressivas, se dá no marco em que Dilma anuncia cortes na educação com o pretexto de ‘’proteger a nação da crise externa’’ para salvar os grandes capitalistas da crise que logo chegara  no Brasil. Ou seja  pouco que é investido nesse setor vai  diminuir sendo assim tornando cada vez mais precária a educação.Como a UNE está atrelada ao governo e não pode lutar até o final por esta demanda e muito menos ir além dela, sobra a ANEL que pode organizar os estudantes e pode dar resposta aos anseios da juventude
Embora seja uma campanha estrutural do PSTU na qual é setor majoritário da ANEL  e do PSOL setor majoritário da oposição de esquerda da UNE, tal demanda é democrática pois principalmente quando no ultimo período marcado como neoliberalismo, a especificidade brasileira,como o neoliberalismo chegou no Brasil e posição do Brasil na economia capitalista, estamos vendo um sucateamento do setor publico em beneficio dos setores privados ou seja para salvar os capitalistas. Isso reflete na educação e se torna mais critico quando o governo investe muito mais nos monopólios da educação que lucram com altas mensalidades e com um ensino precário, quando que a educação publica, gratuita deveria ser um direito mínimo para todos. Percebemos que tal direito não existe  quando vemos mas de 80 % da população brasileira tendo a sua grande maioria formadas por trabalhadores e filhos de trabalhadores são excluídos da universidade. Contudo é necessário discutir qual maneira que iremos chegar ao tal objetivo e por isso tal polemica torna necessária.
Enquanto ocorria o primeiro congresso da ANEL, professores da rede estadual de mais 10 estados no Brasil estavam em greve e dentre um deles Rio Grande do Norte onde Amanda Gurgel militante do PSTU ficou conhecida por denunciar as péssimas condições de trabalho. Importante colocar que a CONLUTAS central sindical onde o PSTU é setor majoritário tem um certo peso dentro dos professores sendo que é direção do SEPE-RJ e é oposição na APEOSP. Frente a este cenário, o PSTU que é setor majoritário da ANEL junto com o setor da oposição de esquerda da UNE na qual é formado pelos os diversos setores do PSOL votou um plebiscito somente para novembro.
Tal demanda do 10 % do PIB votada no congresso da ANEL é tática e sendo assim ela tem que estar ligado com algo mais estratégico que é o fim do vestibular, estatização de todas universidades privadas e expropriação dos grandes monopólios de ensino. O primeiro grande erro do PSTU é que este não enxerga tal demanda tática ligada com os objetivos estratégicos ou seja tal luta seria então apenas para os 10% do PIB da educação, algo que é muito pouco para atacar os lucros dos grandes capitalistas por isso não podemos nos restringir a algo que é mínimo.
Hoje o vestibular exclui a maioria da população que é formada por trabalhadores e seus filhos. A grande face desse problema é que uma minoria ínfima esta dentro das universidade, enquanto isso mais de 80 % da população brasileira está fora dos muros da universidades (Contando universidade publica e privada, mas se contar apenas as universidades publica, tal numero é menor). O vestibular é apenas um filtro racista e elitista que serve para excluir a grande maioria da população brasileira. Dentro desse principio é impossível não pensar que tal demanda dialoga com os anseios da população, principalmente aquela que está fora dos muros universidade e que tem todo direito de poder estudar.
Temos acordo com o PSTU em que o governo do PT investe muito mais nas universidades privadas do que na publicas e isso beneficia os tubarões da educação que lucram com do trabalho precário dos professores e funcionários e principalmente com as altas mensalidades dos estudantes. Partindo desse acordo comum, não é compreensível o PSTU não chamar a expropriação destes tubarões de ensino, pois a única classificação que podemos dar aos donos destas universidades privadas é de parasita, pois não tem nada a contribuir com uma educação de qualidade e eles não podem dar os rumos da educação através de uma cartilha capitalista.
Hoje as escolas e as universidades estão a serviço do capital e da burguesia, não é toa que os principais lemas destes ‘’centros de excelência’’ é que estão a serviço do mercado de trabalho. Partindo do acordo que é impossível estar acima das classes, as universidades e as escolas tem que estar a serviço da classe trabalhadora e do povo pobre e não dos  interesses dos grandes capitalistas. Partindo desse pressuposto temos que reivindicar que ela esteja aliado e a serviço dos setores que estão em luta, da emancipação humana e das suas necessidades reais e não para que meia dúzia de parasitários obtenha seus lucros, isso o PSTU tem acordo com tal demanda e por isso tem que dar passos concretos para que isso concretize.
É impossível não pensar que tal demanda não dialoga com os estudantes e principalmente com os trabalhadores e os seus filhos que estão fora da universidade. É pensando nesses setores, nos setores que não consegue pagar as suas universidades e que não sabem quando poderão conseguir o seu diploma e os setores das universidades publica que vêem o seu direito sendo constantemente ameaçado por causa das invasões das universidades privadas, ate em maneira geral pelo projeto de educação que a burguesia tem para a sociedade.
A falta de um plano político para tiramos da burguesia o que é nosso. Qual é a melhor maneira para conseguimos tal direito.
O PSTU que é setor majoritário da ANEL votou no congresso que iria realizar um plebiscito com a oposição de esquerda da UNE para novembro deste ano. Enquanto ocorria o seu congresso, professores estaduais de mais 10 estados entraram em greve refletindo a situação caótica que encontra o ensino publico brasileiro
Frente a tal cenário que se deu e as ultimas publicações do site, e dos seus militantes no FACEBOOK, é necessário abrir uma outra polemica em relação como iremos conseguir fazer com  que seja investido mais verbas para a educação. Tal discussão é necessária e fundamental para podermos avançar nessa questão em conjunto,pois qualquer erro colocado poderá ser o fracasso de uma campanha e a desmoralização de muitos militantes honestos que estão medido grandes esforços para conseguir tal objetivo.
O PSTU quando projeta um plebiscito para poder legitimar que invista 10 PIB na educação somente em novembro junto com a esquerda da UNE, isso serve apenas para poder legitimar seus acordos superestruturais com o PSOL. Tal modo que o PSTU  planejando este plebiscito para um futuro eqüidistante não dá pra ter certeza que tal votação ocorra e se rebaixa taticamente e estrategicamente para poder tentar dialogar tais setores do PSOL, sendo que apesar das divergências que eu tenho com PSTU ele se encontra a esquerda do PSOL e através das experiências políticas dos estudantes aliado com  os trabalhadores e das necessidades concretas destes setores, o PSTU tem que fazer aliança com o PSOL através da luta de classes colocando o seu programa, modo de organização e não calando as ‘’minorias’’ que constrói a ANEL, a partir daí fazendo luta política com a oposição de esquerda da UNE, divergindo em relação a programa, taticamente e em relação a modo de organização. Uma organização politica bastante delimitada como o PSOL, os próprios companheiros do PSTU concordam que não pode dar uma resposta aos problemas da educação.
Na campanha pelo o investimento de 10% da educação, podemos destacar dois erros do PSTU
a)   Numa feira do livro em Santo Andre, houve a presença do ex presidente Lula e do atual ministro da educação HADDAD. Sabendo disso, a juventude do PSTU em Santo Andre foi ao encontro do ex presidente e entregou um manifesto para o Lula exigindo que invista 10% do PIB na educação. A resposta do Lula foi que Dilma iria investir uma parte do pré sal para a educação  
Como o próprio PSTU, tanto o ministro da educação da Dilma e o ex presidente Lula estão a serviço da burguesia e como burocratas estes se sentem confortáveis e prestigiados por servir a classe dominante. Pela a sua posição de classes dos dois que estavam na feira em Santo Andre não iriam obviamente sensibilizar com os problemas da juventude e pior o PSTU ao entregar tal manifestos para Lula e Haddad não questiona e nega a posição destes burocratas e apenas reafirma suas posições,
Durante os 8 anos de governo Lula, o pais foi marcado por ser ‘’o Brasil Potência’’ e o ‘’Brasil que iria caminhar para o futuro’’. Essa imagem de que o Brasil estaria progredindo, se deve ao crescimento econômico que se deu a partir da alta exploração dos trabalhadores (denunciado pelo os trabalhadores de Jirau que protagonizaram uma rebelião, por causa das péssimas condições de trabalho) e das enormes contradições sociais que a visão ‘’do Brasil Potencia’’ esconde. Um das coisas que o governo Lula fez bem, foi fazer que os trabalhadores e a juventude poderiam ‘’crescer na vida’’, ter poder aquisitivo e adquirir ‘’direitos’’ apenas com o crescimento econômico. Tal visão precisa ser combatida pela esquerda anti governista e o PSTU como o maior deste setor da esquerda precisa estar na linha de frente, pois sabemos que o mundo inteiro passa por um período de crise capitalista e este crescimento econômico dos últimos 8 anos do governo Lula tem data para acabar e a Dilma demonstrou que para salvar os capitalistas terá que cortar verba para a educação.
b)   Sobre em relação a Blitz da educação. Em diversas universidades, o ministro Haddad fez palestras sobre o PNE da educação e nisso o PSTU estava em todas as universidades na qual o ministro estava dando palestra entregando o mesmo manifesto para o ministro.
Mais uma vez, além de reforçar que o ministro está a serviço da burguesia e que não iria sensibilizar pelos os anseios da juventude, é estratégia de pressão levada as ultimas conseqüência. Isso só vai levar ao desgaste da força militante que o PSTU colocou a serviço desta campanha, fazendo com que tal objetivo não seja alcançado. Sabemos que quando há desgaste e cansaço, por causa de uma campanha que praticamente não está obtendo bons resultados pode ocorrer o risco de dispersar tal força e isso só vai favorecer o governo, pois abre caminho para que ela ataque a educação encontrando uma resistência que é totalmente débil.
Somente nas ruas aliado com os trabalhadores iremos conseguir os nossos direitos.
Todo nós sabemos que os direitos históricos dos trabalhadores e do povo pobre foram conquistado com muitas lutas que estes setores tiveram que travar, tais lutas que ultrapassam os calendário rotineiro da esquerda brasileira. Para seguir tal tradição herdada daquilo de melhor que a luta de classes nos ensinou historicamente, temos que entender o governo e os tubarões de ensino tem interesses opostos e inconciliáveis dos estudantes e dos trabalhadores, por isso vamos ter que bater de frente com tais setores que são nossos inimigos e que não poderão dar uma resposta para os interesses da juventude e da classe trabalhadora.
É nesse sentido que o PSTU sendo setor majoritário da ANEL, deve realizar cortes de rua, grandes mobilizações e aliar a juventude com a classe trabalhadora. A partir da CONLUTAS e da ANEL, o PSTU que possui diretórios acadêmicos, centros acadêmicos, DCES e tem um certo peso dentro de importantes sindicatos tem a enorme capacidade de conseguir realizar grandes mobilizações pelo o investimento do 10% do PIB para a educação.É por isso que dentro dos setores que o PSTU tem peso, ele deve chamar a Intersindical e a esquerda da UNE exigir que as centrais sindicais, a UNE e outros setores como o MST rompam com o governo e assim realizar grandes mobilizações que enfrentem diretamente com a Dilma e seus lacaios. É por isso que uma das grandes debilidades da ANEL foi não ter dado apoio concreto para as greves de professores que estavam ocorrendo no Brasil inteiro, por não perceber que tal demanda não vai ser conquistada com um plebiscito em novembro e sim se os estudantes aliar com os trabalhadores, setor importantíssimo da sociedade e o único que pode dar resposta aos anseios dos oprimidos.
Criar setores conscientes para futuros combates da luta de classes.

Como o PSTU possui a concepção de separar as demandas táticas, das estratégias, ele não forma setores conscientes que irão fortalecer no futuro a luta por estas demandas históricas. Frente aos processos de luta com a primavera árabe, na Espanha, na Inglaterra, na Grécia e no Chile onde que estão se expressando desde setores da burguesia, setores reformistas e até autonomistas. A esquerda brasileira tem como obrigação neste final de crescimento econômico,, de se preparar desde já aliando com setores mais combativos e explorados de trabalhadores para dar as devidas respostas a altura aos próximos desafios da luta de classe.





Um comentário:

  1. Concordo que somente com luta iremos conseguir a revolução, mas pressão nunca é demais. Estamos aqui para incomodar, pressionar, questionar e isso nunca vai nos desgastar é pra isso que nos organizamos e isso é uma forma de luta não um equívoco.
    Como militante não me sinto desgastada ou desesperançosa muito pelo contrário, quero mostrar à eles cada vez mais o grande buraco negro que é o capitalismo.

    ResponderExcluir