A reitoria da USP deu inicio ao
julgamento dos processos dos 73 estudantes e trabalhadores que foram preso por
conta da ocupação da reitoria que lutavam pela retirada da policia no campus da
Universidade de São Paulo. Este ataque
que tenta implementar a reitoria, é mais um passo para atacar os trabalhadores
implementando a intensificação do trabalho, demitindo e aumentando o assedio
moral, de implementar cursos privados dentro da universidade ,aprofundar as
parceiras junto com as fundações privadas e tentar de qualquer maneira expulsar
a comunidade da São Remo que vive ao redor da Universidade. Tais ataques tem o
objetivo de poder privatizar a USP, aprofundando o seu caráter elitista e
racista como demonstrou a abordagem de um policial dentro da universidade ao
sacar uma arma contra um dos poucos estudantes negros que existe dentro da
maior universidade da américa latina.
A USP no ultimo período teve
grandes acirramentos em relação a luta de classes demonstrando na greve de
2009, onde que a ex reitora Sueli Vilela precisou chamar a policia para poder
desmanchar os piquetes feito pelos os trabalhadores que resultou no confronto
da policia contra professores, estudantes e trabalhadores. Em 2011 no dia 27 de
outubro tal episodio se repetia na prisão de 3 estudantes por estarem fumando
maconha. Neste sentido foi o basta que os estudantes deram perante os abusos da
PM, que estava entrando em espaços estudantis como centro acadêmicos, fazendo
abordagens contra estudantes.
Isso mostra que a ‘’suposta
democracia’’ não pode ser consolidada, pois existe dentro da sociedade e dentro
da universidade interesses inconciliáveis. Enquanto a classe burguesa precisa
necessariamente impor a fome e a miséria contra os trabalhadores, os
trabalhadores devido a condição que se encontram e o fato que não tem nada a
perder se revoltam contra a sua situação de fome e miséria. Os direitos mínimos dos trabalhadores e do demais setores da
sociedade como educação publica de qualidade são retirados e negados pois a
classe burguesa só tem o interesse de acumular mais e mais. Justamente quando
se tem este acirramento da luta de classes, a burguesia precisa retirar todos
os direitos democráticos como liberdade de organização e impor uma guerra
permanente contra o seu principal inimigo capaz de mudar radicalmente a
sociedade, o proletariado. É justamente em ultima instancia o que acontece
quando a burguesia perde o controle da luta de classes.
É fundamental para a burguesia
tornar o proletariado uma massa amorfa e dispersa, para isso ela persegue,
prende e em ultima estancia mata os principais dirigentes. Dirigentes estes que
com estratégia correta, pode poder guiar o proletariado até o final com os seus
objetivos históricos a expropriação da classe burguesa. Este ataque que resulta
numa perda para os trabalhadores e os demais setores da sociedade, fortalece a
burguesia que tem medo de perder a propriedade privada daqueles que fato
produzem.
Porém vale lembrar que o conteúdo
da universidade é poli – classista, ou seja dentro dela se tem desde
trabalhadores e diversas camadas da pequena burguesia até alguns setores da
burguesia. Entendendo esta especificidade da universidade, temos que entender
que num momento de polarização dentro dela como vive a USP existem nada mais do
que duas saídas para ela : Uma é da burguesia e a outra dos trabalhadores. A
pequena burguesia se divide, de um lado ela vai para lado dos trabalhadores e
de outro ela vai para o lado da burguesia. Fica claro esta polarização quando
vemos cada estratégia que os setores assume.
A reitoria de maneira oportunista
aproveita do assassinato do estudante da FEA para colocar a policia dentro do
campus universitário. A burguesia para
legitimar os seus interesses, cria um plano abstrato colocando que os seus
interesses é idêntico aos interesses de toda população ou seja a policia esta
mesma policia que está ligada ao trafico que dá milhões e milhões para a burguesia que sob o morro nada mais do que
menos do que reprimir os trabalhadores e o povo pobre. A única conclusão que se
pode chegar é que a reitoria e o governador do Estado de São Paulo é que estes
querem impor o seu projeto a força aos seus inimigos.
As consequências deste projeto
são bem claras. Restringir a universidade aprofundando o seu caráter elitista,
racista e homofobica como vira e mexe vimos vários casos de pessoas jogando
fezes em homossexuais, os poucos negros da universidade sendo espancados em
festa e o famoso caso da medicina quando estudantes que hoje são médicos afogam
e matam um estudante japonês como ‘’boa vindas pois ele seria um ‘’privilegiado
por entrar na maior universidade da américa latina’’. Este mesmo projeto de
universidade na qual vira e mexe
acontece tais atos grosseiros serve para excluir os trabalhadores e os seus
filhos de trabalhadores de estudarem dentro da universidade.
De acordo com eles próprio dizem,
a universidade está a serviço dos interesses do ‘’mercado’’ ou em outros termos
de servir mão de obra para a burguesia poder ter uma taxa de lucro cada vez
mais alta. Analisando a particularidade
do Brasil e a sua posição em relação ao mercado mundial, a burguesia precisa de
mão de obra precária para poder acumular cada vez mais. Com esta logica de
estar a serviço do interesse de lucrar mais, a burguesia gera diversos
problemas como falta de médicos, professores (como se expressa no Estado de São
Paulo onde tem uma imensa falta de professores nas escolas), estradas cheias de
buraco, não ter nenhum arquiteto que resolva os problemas de enchente dos
morros e em relação para poder pensar e resolver os principais problemas de
doenças existentes.
Estes mesmos burocratas que levam
a cabo este projeto de universidade, são os mesmos que estão envolvidos ou
suspeita de envolvimento de casos de corrupção como é o caso do PSDB principal
aliado ao DEM e até as compras milionárias de tapetes na Faculdade de direito e
até a suspeita de receber dinheiro do
governo e do fato de Rodas estar ligado com ninguém menos do que Carlinhos
Cachoeira. A economia determina a
politica ! Isso significa que a burguesia da grandes agrados para a burocracia
(fazendo com que ela se transforme até em burguesia) para ela estar a serviço
dos seus interesses.
73 processados x
Ditadura Militar.
A lei da anistia ampla, completa
e irrestrita fez com que os torturadores fossem anistiado continuando a sua
carreira politica dentro do Estado Burguês. É o caso de Paulo Salim Maluf, José
Sarney e dentre muitos outros que ainda assume cargos da burocracia de Estado
importante. Se para a burguesia é preciso pessoas ‘’competentes’’ para poder
administrar os seus interessantes, nada mais do que interessante para ela
colocar pessoas que torturaram trabalhadores e aqueles lutavam contra ditadura,
procurava silenciar, calar e perseguir aqueles que fazia criticas ao regime
militar e o seus opositores. Estes mesmos indivíduos que hoje estão envolvidos
com casos de corrupção, são os mesmos que fazem o Brasil carregar vários
resquícios da ditadura militar como se expressa na atuação da policia que mata
indivíduos que estão rendidos.
Uma destas pessoas que estava envolvidos
com a ditadura militar é o atual reitor Rodas que defendeu o Estado na época da
ditadura militar contra Zuzu Angel que teve o seu filho torturado e morto na
ditadura. Esta mesma USP que mantém o
seu regimento interno de 1973 (poucos anos depois que foi formulado o AI -5) na
qual o seu formulador foi antes o reitor da Universidade de São Paulo. Ou seja, podemos concluir que toda estrutura
de poder da USP é fruto da ditadura militar que se manteve com a transição
pactuada. Um forte exemplo é o atentado a sede do SINTUSP, sindicato este que
tem um histórico de resistência contra os projetos privatista e elitista da
reitoria. Defender os 73 processados é
se voltar contra os resquícios da ditadura militar.
Tanto na USP, Tanto
nos morros a PM cumpre o papel de reprimir.
Para hoje entendermos a questão
da PM nos morros, primeiramente temos que entender a questão negra no Brasil. Quando
os negros ganharam a sua liberdade jurídica e com isso deixaram de ser escravos
(deixaram de ser um pertence de uma determinada pessoa), não ganharam nenhum
direito e não tiveram nenhuma garantia de vida. Junto a isso, com a vinda dos
imigrantes para poder trabalhar no Brasil (com a visão utópica que o Brasil
seria o paraíso prometido). Por sua vez,
a formação da Burguesia Brasileira foi diferente da formação da burguesia
francesa. A burguesia francesa cumpriu um papel progressista da Historia, a
Burguesia Brasileira já nasceu conservadora politicamente.
Frente a esse aspecto histórico na
formação do Brasil, quem ocupa uma grande parte dos postos precários de
trabalho são os negros em conjunto com as mulheres e a juventude. São
justamente estes mesmos setores que estão nos morros, que devido ao postos de
trabalho precário tem suas casas com condições precárias e são reprimidos
também pela a policia. Esta mesma policia que sob o morro, para poder submeter
estes setores as condições de trabalho precário e fazer com que não questionem
a sua condição de vida.
Se o Rodas for até o final com o
processo dos 73, punindo aqueles que estão lutando contra o seu projeto
privatista ele só iria fortalecer e assim ganhar força pra conseguir concretizar
o seu objeto. Com isso a USP continuara
ser uma universidade a serviço dos ricos, com uma estrutura de poder podre e
totalmente autoritária. É preciso que as
organizações de esquerda, organizações de direitos humanos, organizações
estudantil e sindical e todos os setores que se reivindicam progressista e democrático
se solidarizem e coloquem uma campanha em defesa e o cancelamento por completo
dos processados.
OS ESTUDANTES PROCESSADOS DA UNIFESP REPUDIAM OS PROCESSOS POLÍTICOS E SINDICÂNCIAS INTERNAS
ResponderExcluirCONTRA OS 73 ESTUDANTES E FUNCIONÁRIOS DA USP
CONTRA OS RESQUÍCIOS DA DITADURA MILITAR
FORA PM DAS UNIVERSIDADES E DO MUNDO!
Nós, estudantes processados da UNIFESP, nos manifestamos por meio desta moção, em apoio aos 73 estudantes e funcionários (diretores do Sintusp e Adusp, sindicatos dos técnicos e docentes) da USP, que lutam contra a privatização do ensino superior público e contra os resquícios da Ditadura Militar. Repudiamos os processos políticos e sindicâncias contra os estudantes e funcionários que estão lutando contra todo o projeto corrupto da burguesia, que se utiliza de argumentos fascistas para dar legitimidade as suas atitudes ditatoriais dentro da Universidade. Apoiamos o movimento Uspiano que está denunciando a postura fascista do Reitor João Grandino Rodas que fere a autonomia universitária, esta mesma postura, traz a legalidade para que as forças do Estado interfiram nas questões da Universidade, reprimindo quem é contra o seu projeto de privatização, o qual deixa mais evidente o caráter elitista da USP, tanto idealizado pelo Estado Burguês, aumentando o número de ações racistas e homofóbicas dentro da Cidade universitária. Presenciamos a repressão contra o Movimento estudantil em nosso campus de humanas, através da truculência da PM, assim como ocorrido várias vezes na Universidade de São Paulo, e deixamos claro que somos TOTALMENTE contra a Polícia Militar, que ao invés de proteger, ataca a população, principalmente nas periferias e nos movimentos sociais. Sendo assim, temos como legítima toda a movimentação que está sendo criminalizada e exigimos a retirada dos processos políticos e sindicâncias, que visam a expulsão, suspensão ou repressão dos estudantes e funcionários.
Comando de Greve Unifesp/Guarulhos