Ao contrário do que dizia os
positivistas, onde que diziam que a realidade era fragmentada separando a
esfera econômico –político de outras esferas da vida, um dos grandes triunfos
do Marxismo foi dizer que as relações do modo de produção refletem diretamente
nas outras esferas da vida. Ou seja, temos um sistema que mercantiliza as
relações entre indivíduos, temos um mesmo sistema que leva a coisificação e a
alienação tirando todo potencial humano que o homem tem, levando estas mesmas
pessoas a sofrimento e em muitos casos a não suportar as condições subjetivas e
materiais que o sistema impõe.
Isso já rebate a hipocrisia dos
conservadores em colocar que a pessoa que retira a sua vida sofre de doença,
pois ela teria que ser forte ao enfrentar o famoso clichê ‘’os seus problemas
pessoais’’. Essa falta de sensibilidade, que reproduz a mesma lógica que a
burguesia coloca para o trabalhador onde que ele teria que aguentar a sua
imensa carga horária com níveis intensos de intensificação para poder levar ‘’a
nação ao seu progresso pleno’’, ou seja é esta mesma burguesia que acumula
imensas taxas de lucros com o sofrimento e a privação dos trabalhadores é a
mesma classe dominante que transforma a sociedade a sua cara. Uma sociedade
doente.
É a mesma coisa que dizer para o
trabalhador, quando ele perde o seu emprego e tem que viver a realidade de ¼ da
população que vive no desemprego e não tem condições nenhuma de se reproduzir.
Para a burguesia, estes são os ‘’fracos’’ e ‘’fracassado’’ pois sucumbiram numa
sociedade onde os próprios teóricos da classe dominante afirmam ser cada vez
mais competitiva. É esta mesma sociedade, que coloca que para a maioria da
população ter dignidade só é preciso viver com um salário durante o mês e
cosumir, pois somente assim o capital poderá se reproduzir.
É esta mesma sociedade que como
afirma a própria Margaret Tchater, não é uma sociedade e sim um grupo de indivíduos
dando sustento e fortalecendo com todo aparato que a burguesia pode ter a
ideologia individualista. Esta mesma concepção portanto que coloca um muro invisível
entre uma pessoa e outra, não permitindo ver o que estes mesmos indivíduos de
fato estão sentindo, veem e muito menos da suportes reais para a pessoa ter
forças reais e assim conseguir encarar o seu próximo dia.
Foi sob este contexto que a
Camila tirou a sua própria vida, mais
uma que sucumbiu nas contradições do sistema capitalista, mais uma pessoa que
tinha uma enorme sensibilidade com as pessoas que enxergavam seus companheiros
de classe e com outras pessoas ao seu redor. Curiosamente é esta mesma pessoa,
que a burguesia chama de ‘’fraca’’ e ‘’doente’’ porém enquanto a burguesia
coloca pessoas como Camila ao seu esquecimento, coloca como padrão o milionário
e corrupto Eike Batista e dentre outros burgueses reacionários fruto da formação
da sociedade brasileira.
A frase de Leon Trotsky nunca foi
tão viva, como estes tempos que estão se passando. Se o capitalismo é incapaz
de dar uma reposta aos males que ele próprio produziu, ele que morra ou seja além
de impor a miséria material, ele retira ao seu redor as pessoas queridas,
grandes amigos deixando um grande vazio que é difícil de ser preenchido. Porém
são estes mesmos tempos, que acontece grandes lutas como a primavera árabe,
grandes greves gerais da Grécia, a batalha dos estudantes chilenos demonstrando
que este sistema merece apenas a sua morte.
É sobre estes novos tempos que se
abrem, é que a memória da Camila e de muitos outros companheiros que tombaram
tem que ser lembrada. É preciso ter
força para superar a tristeza neste momento difícil, porém nós temos que
lembrar sempre pois para enfrentar os novos desafios é preciso ter aumentar as
nossas energias revolucionarias, aumentar a nossa moral perante o inimigo e
alimentar o nosso ódio de classe como parte para poder vencer a burguesia e
alterar as bases da produção material e impor um fim na miséria material e
subjetiva que matou Camila, José Ferreira, Mariano Ferreira e muitos outros
companheiros que tombaram
COMPANHEIRA CAMILA, PRESENTE! AGORA E SEMPRE ....
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