De acordo com o OMC, um dos
elementos principais que terão que ser tratados com prioridade é a questão do
ensino publico. Todos, independente de qual classe seja fala sobre a questão da
educação e todos pensam como dar uma resposta para ela. Porém vivemos numa sociedade que está
dividida em classe cujo os interesses são inconciliáveis e com isso as formas
de ver a educação e principalmente dar resposta aos problemas existentes hoje
do ensino. Por parte dos dominados por sua vez, a educação se torna uma reivindicação honesta
e legitima e se apoiando nesta reivindicação que a burguesia imperialista
distorce estas aspirações honestas e legitima os seus interesses
Para a burguesia, o ensino o tem
que estar a ‘’serviço dos interesses da nação’’ e principalmente para os
interesses do mercado. Ou seja, para o burguês o ensino tem que ser encarado
como preparação do individuo ingressar no ‘’mercado de trabalho’’ portanto
dizendo com outras palavras é um mecanismo de formação de mão de obra para a
‘’geração do progresso’’ ou seja para que a burguesia aumente suas taxas de
lucro.
Existe uma relação dialética
quando se trata da questão da ‘’mão de obra’’, se um por lado existe um pequeno
setor da classe trabalhadora considerada ‘’especializada’’ mas uma grande
parcela que não tem nenhuma especialização.
Ou seja, para servir aos interesses da burguesia se forja
médicos, advogados, cientistas, professores e etc que tem a sua força de
trabalho alienada portanto o que estes indivíduos sabem fazer não te pertence. Em contrapartida, temos um grande
setor considerado ‘’não especializado’’ que se materializa nos trabalhadores da
construção civil, da limpeza, setores do metalúrgicos e dentre outros.
Existe uma diferença formal e relativa
nestes setores, pois na pratica ambos pode ser considerado trabalho que apesar
da particularidade, é exercido através do esforço físico do ser humano. Só que a burguesia tende esconder as
contradições que ela própria criou, passando uma imagem de que a ‘’sociedade
está caminhando para o progresso, onde satisfará o bem comum’’ colocando os setores de trabalhadores
considerados ‘’não especializado’’ como não existente e não considerando o fato
de que estes trabalham.
Para o pensamento burguês, este
são considerados burros de cargas onde que não tem vontade própria e pelo fato
de que estes não ‘’fizeram por merecer para subir na vida’’ e por tanto não podem usufruir de nenhum
direito elementar. Neste caso a escola
pode alimentar tal visão, pois caso aluno fracasse no seu ano letivo tendo que
fazer novamente (lembrando a logica da meritocracia, onde o individuo tem que
subir degrau por degrau até chegar no topo), a ideologia dominante impõe
individualização da culpa, onde o individuo tem que assumir por todos os seus
fracassos.
A burguesia aliena os indivíduos
dos meios de produção, e o professor não está
fora desta contradição. Através das inúmeras cartilhas onde o professor
é obrigado a seguir, não se sabe onde está indo o seu trabalho e muito menos
para que serve o seu trabalho. Por sua
vez, o que ensinado na sala de aula aparece como algo alheio para os estudantes
pois está a serviço do lucro da burguesia e não das necessidades e anseios da
classe trabalhadora e todos os oprimidos da sociedade (incluindo a juventude).
Após a crise econômica dos anos
70, a burguesia precisou recompor sua taxa de lucro que havia perdido. De um lado, ela tornou cada vez mais precária
as relações de trabalho terceirizando, intensificando cada vez mais o ritmo de
trabalho, contratando trabalhadores parciais e principalmente rebaixando os
salários. De um outro lado, o Estado burguês começa dar prioridade a investir
na burguesia do que dar concessões ao proletariado e o povo pobre para que a
luta de classes limita a ordem burguesa e nesse sentido há uma ‘’politica de
corte’’ retirando dos setores públicos elementares como a saúde, moradia e
educação.
Na particularidade do professor,
temos um emprego que além de impor uma logica de impor baixos salários lhe é
tomado o seu tempo livre ao ter o serviço de corrigir provas, trabalhos, passar
nota e preparar aula. Lembrando que para o sistema capitalista é necessário que
os indivíduos tenham um tempo livre para poder consumir para continuar o
funcionamento do capitalismo. Tempo este, que apesar de ser contraditório pois
se trata do trabalhador carregar suas energias para a exploração do dia
seguinte é o único horário que este tem para descansar;
Sob estas condições que o
professor trabalha, este acaba desmoralizando afetando a sua aula e assim
afetando como consequência a qualidade do ensino. Nesse caso temos duas resposta, uma é da
burguesia que este é um incompetente e precisa ser mandado embora, outra é que
se o professor é trabalhador capaz de transformar as relações dentro da escola
então tanto os alunos e seus pais devem ver ele como um dirigente e sujeito
histórico capaz de transformar a realidade que o ensino vive hoje.
Para isto, o professor precisa se
organizar em torno de uma estratégia correta
e lutar pelas suas reivindicações convencendo alunos, pais de alunos e
todos aqueles que sensibilizam e querem responder os problemas da educação que
é necessário o seguir para poder travar um plano de luta e assim dar resposta
para todos problemas que atinge o ensino.
Para além disso, é necessário convencer os trabalhadores tomarem a esta
demanda como sua e fazer com que estes tenham um papel central na luta pela
ensino.
Se de um lado a burguesia tem um
projeto para a educação para estar a serviço dos seus interesses, de um outro
existe contradições em tal projeto pois pelo fato desta mesma só pensar em
acumular e ter taxas de lucros altíssimas de um outro ela precisa impor um
processo de pauperização ao trabalhador, processo este que tem raiz nas
relações entre ‘’capital e trabalho’’ e refletem para todas as esferas da
sociedade. Neste sentido a educação pode ser vista como um problema de classe,
pois enquanto o filho do proletariado
estuda em escolas de péssima qualidade o
burguês estuda em considerada ‘’boa’’ para o pensamento dominante burguês.
Se pegarmos como caso a situação
do ensino estadual de São Paulo, vera que os trabalhadores tem como a direção o
sindicato da APEOSP que cumpre de freio para os professores e abrindo caminho
para que o Estado burguês implemente
vários ataques que permitiu abrir caminho para a ultima reestruturação
produtiva capitalista no setor da educação.
Por outro lado, a logica da ultima reestruturação produtiva capitalista
em fazer o professor ‘’vestir a camiseta da escola’’ ou seja ter consenso com
os interesses de seu patrão, diminuíram a resistência dos professores.
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